Há alguns dias a Ubisoft, por meio de seu presidente, Yves Guillemot, revelou que o lançamento de ZombiU (Wii U), um dos jogos da line-up do console, e um dos raros exclusivos de third party para ele, não foi nem "remotamente lucrativo" para a desenvolvedora. Isto acarretaria no desinteresse dela para o lançamento de uma seqüência, mesmo com uma fala pública (mas não oficial) no twitter do diretor da filial de Montpellier sobre a realização de protótipos de um eventual ZombiU 2.
A fala de Guillemot pegou muitos de surpresa. Apesar de não ter sido um jogaço, ZombiU é relativamente popular entre os donos do console. Discordando da avaliação do presidente da desenvolvedora, a equipe do portal Gaminrealm garimpou várias declarações da Ubisoft para argumentar o contrário.
A argumentação do portal segue em direção ao fato de que a Ubisoft - pela voz do próprio Yves Guillemot - deu seguidas declarações de como ZombiU e os jogos lançados por ela no início da vida do Wii U não tiveram custos altos de desenvolvimento. Acompanhe estas aqui destacadas, e que também noticiamos em julho do ano passado:
"Dos sete jogos que estamos planejando lançar para o Wii U, cinco são ports, então para esses jogos há um pequeno investimento feito. Os dois jogos originais, Rayman e ZombiU, esses são mais caros, mas não estamos falando dos mesmos gastos com Assassin's Creed e Ghost Recon. Assim, eles têm um custo menor. [...] mas, como sempre dissemos, quando há uma inovação, a necessidade não é ter um valor de produção grande, é se concentrar em inovar, e isso estamos tentando como ZombiU e Rayman. Para os outros títulos, eu diria que menos de um milhão de euros [na época, cerca de 2,5 milhões de reais] para alguns ports, eu estimo."
Além das declarações do próprio mostrando que a Ubisoft não tinha preocupação bruta no quanto investir nem em tanto retorno assim (pois o objetivo era inovar), a matéria lembra que ZombiU era originalmente Killer Freaks From Outer Space, jogo que seria desenvolvido para Playstation 3 e Xbox 360. Ou seja, os gastos de produção no console foram ainda mais um pouco menores do que os de títulos AAA.
Fazendo papel de crítico, o texto lembra algumas deficiências de ZombiU: o jogo não possuiu modo de jogo online embora tenha sido considerado no início do desenvolvimento, a produção gráfica não foi tão refinada como os próprios criadores assumiram, além de um número reduzido de atores de voz em toda a campanha.
Para finalizar, utilizando as não-tão-confiáveis projeções do VGChartz, o autor estima cerca de 500 mil cópias vendidas a 50 dólares em média, dando um retorno de 25 milhões de dólares, que divididos entre Nintendo e Ubisoft renderiam 12,5 milhões para cada uma. A conta, como o próprio autor faz questão de lembrar, não tem nenhuma validade, é apenas um exercício.
Nos comentários, vários leitores ofereceram contrapontos para os argumentos do texto. Alguns afirmam que ele foi simplista em certos momentos, outros lembram que o valor da publicidade entorno do jogo e outras medidas como bundles com consoles interferem em cálculos de retorno financeiro.
A questão, no entanto, fica clara e bem levantada no texto e não diz respeito aos valores: ZombiU, pelas declarações da própria Ubisoft, não foi desenvolvido como arrasa-quarteirões nem com esse obejtivo. Tratou-se de um projeto reaproveitado. E seu reaproveitamento se deu no sentido de inovação, de utilização dos limites do console. Tudo isso indica que o propósito do jogo não era dar retorno financeiro bruto, lucro, e sim retorno de conhecimento, aprendizado e popularidade entre os donos do console.
Vocês concordam?
Fonte: http://www.nintendoblast.com.br/2013/07/pesquisa-de-portal-discorda-de.html