Dragon Crystal é um dos poucos RPG´s para o Master System desenvolvido pela Sega, onde você deve sobreviver em um calabouço com 30 andares (o mais longe que cheguei foi ao 26°), sem poder salvar o jogo em momento algum. Cada vez que o jogo é iniciado, o labirinto do calabouço muda, então não existe nenhuma forma de decorar o caminho até o fim do jogo (como em Diablo). O objetivo de cada andar é achar a entrada do próximo andar. O jogo possui um sistema de "neblina", que te obriga a explorar tudo pra saber onde está indo, no mesmo estilo de muitos jogos de estratégia em tempo real, como Starcraft, Age of Empires, etc. Depois que a parte do mapa coberta com a neblina é revelada, você pode ver tudo que se passa lá permanentemente.
Um ponto interessante do jogo é que você precisa comer. Depois de um certo número de passos no labirinto, é consumido um ponto de comida, de um máximo de 99 pontos. Quando a comida acaba, sua vida vai sendo drenada lentamente, até o fim. Não é algo que atrapalha o jogo, pois existe comida suficiente espalhada pelo labirinto, mas vai te obrigar a calcular bem seus passos e não ficar zanzando por ai sem rumo.
Os gráficos são bem simples, e design dos andares se repete bastante, cansando um pouco a visão depois de algum tempo.
Os inimigos do jogo são os padrões de RPG: melecas verdes, escorpiões, magos, monstros bizarros, olhos flutuantes, etc...para lutar, basta segurar o direcional na direção do inimigo que deseja atacar. A batalha se desenvolve por turnos, assim como o jogo todo (cada passo que se dá no labirinto conta como um turno), mas apesar disso é tudo muito dinâmico e dificilmente você ficará entendiado com as batalhas.
O menu do jogo é acionado pressionando o botão 1, e lá você pode trocar sua arma por outra melhor, bem como sua armadura, anéis mágicos, utilizar poções, pergaminhos ou varinhas mágicas. Mas deve-se ter cuidado pois boa parte dos itens são amaldiçoados, e podem te dar bastante dor de cabeça!
Os principais pontos negativos do jogo são a variedade (andares e inimigos repetitivos), a música (até que os temas musicais são bacanas, mas são muito poucos e se repetem, e repetem, e repetem...em vários momentos joguei com a TV no MUTE pois não aguentava mais) e os controles (botão 1 chama e some com o inventário, e botão 2 pega itens no chão ou abre portas, e o botão Pause no console não faz absolutamente nada). Os direcionais são um pouco duros para movimentar o personagem...e pra falar a verdade, a maioria dos jogos no Master System IMPLORAM por um terceiro botão no controle...na minha opinião essa é a grande falha do Master, algo que a Sega deveria ter pensado antes, pois seu concorrente da época, o NES, possuia mais dois botões, o Select e o Start.
Daria nota 7,0 para este jogo, que apesar de ter algumas imperfeições chatas, é um jogo divertido e uma experiência diferente de tudo que vemos por ai. Dragon Crystal foi o jeito que a Sega teve de combater os RPG´s roguelikes que saiam para o NES, devido a política de contratos exclusivos da Nintendo.
Dragon Crystal não foi nem de longe um sucesso de vendas...nem sei como eu acabei por ter esse cartucho comigo, acho que na época tudo que tinha DRAGON no nome me fascinava, e acabei comprando...quando criança não achei que era lá grande coisa (principalmente por que não manjava nada de inglês), mas hoje vejo que realmente é um RPG bem divertido. Não é nenhuma obra-prima, mas vale uma conferida.
Fotos da versão do Game Gear:
VIDEO-ANÁLISE:
Última edição por Dopefish em Sex 04 Mar 2011, 12:05, editado 1 vez(es)