Esquema tecnológico usado para fraudar número de visualizações de vídeos no YouTube — através de acessos reais e não gerados por ferramenta automática — foi denunciado ontem pelo colunista Leo Dias no DIA. Na reportagem, empresário conhecido no meio musical como Magalhães disse ser o responsável por fenômenos da internet, como clipes de artistas populares do sertanejo, entre eles Gusttavo Lima, Luan Santana, Munhoz & Mariano e Gabriel Gava, e afirmou que tentava “falar com o escritório do Naldo”.
Procurada pelo jornal, a Som Livre, gravadora dos artistas citados, disse que não poderia esclarecer informações sobre as supostas fraudes dentro do prazo de fechamento desta edição. Já o delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Gilson Perdigão, irá analisar o caso e verificar se a situação constitui fraude.
Numa rápida busca no Google, é possível encontrar sites que oferecem o serviço de venda de ‘views’. Já o YouTube informou que o canal está sempre preocupado em evitar abusos contra seu sistema e “usa diversas tecnologias para prevenir aumento artificial de visualizações por spambots, malware e qualquer outro programa” (veja nas páginas 6 e 7 como funcionam).
Responsável pelas redes sociais de Luan Santana, um dos astros apontados como consumidor do serviço, Juliana Thomé diz que não conhece o especialista identificado como Magalhães, que comandaria o esquema. Thomé afirma que o sucesso de Luan é real: “Uma vez uma pessoa ofereceu um recurso desses e a gente não aceitou. A gente sabe que o público do Luan é muito forte e muito natural, nem tem por que cogitar esse tipo de serviço. Existem, sim, mecanismos que aumentam as visualizações e esse cara parece que sabe bem do que fala, quando cita que são visitas diferentes, que consegue acessos de mobiles... Mas qualquer pessoa pode ver como o Luan mobiliza a internet”.
Dos artistas citados por Magalhães, que afirmou cobrar R$ 7,5 mil a cada 1 milhão de visualizações no YouTube, o mais indignado é Luan Santana: “Coloco os meus canais da internet para auditoria, que possa provar que a verdade é o que sustenta uma história, uma carreira, cujo sucesso é assinado junto com o público”.
Em gravação, o empresário ouvido por Leo Dias contou ainda que tenta falar com Naldo e entrar no mundo do funk, mas ainda não havia conseguido. Ele afirmou que poderia ganhar qualquer premiação que angarie votos populares via internet. “Hoje consigo ganhar o prêmio Multishow com qualquer artista”, disse.
Gerente de produtos e negócios do canal Multishow, Stella Amaral discorda: “A Globosat emprega em seus sites de internet e processos de votação online práticas de segurança compatíveis com o mercado. A votação popular é muito importante no Prêmio Multishow, existe desde a primeira edição, e é baseada no envolvimento e no engajamento dos fãs, que se mobilizam para eleger seus artistas favoritos”.
Diretor de marketing de Naldo, Mario Portella já espera a proposta com uma negativa. “Nunca nos propuseram isso. E não adianta criar nenhum esquema baseado em fraudes. É possível criar fakes na internet para bombar determinado artista, mas não tenho como provar”, diz Portella, explicando que o trabalho realizado com seriedade envolve contato diário com fãs-clubes. “Damos ferramentas para eles, fazemos promoções, para que comecem a divulgar. Eles criam o ‘exército’ de fãs a partir do momento em que os credenciamos como fãs-clubes oficiais. E um dissemina as informações para o outro. É algo que não tem custo e é espontâneo”, afirma.
Criador do aplicativo musical Plaay (uma espécie de rede social de músicas), o programador João Pedro Motta conta que, no Brasil, tal procedimento “serve mais para burlar o YouTube do que para fazer realmente uma fraude. Nos Estados Unidos, eles usam robôs, enquanto aqui são pessoas com vários perfis, muitos seguidores, que ganham pouco por não saberem o verdadeiro preço de mercado disso”, relata. “E também não sabem o peso da propaganda na internet. Muitas vezes o que acontece é o link ser exibido até todo mundo enjoar. O próprio artista sai perdendo”.
Newma Santiago, produtora da dupla Pepê & Neném, diz que foi procurada recentemente por uma pessoa oferecendo um serviço desses. “A ideia deles é pegar os artistas que estão precisando bombar. Por isso, tem muita gente aí que não é famosa mas tem visualizações à beça”, ressalta.
Também citada como cliente do esquema de Magalhães, a dupla Munhoz & Mariano descarta tais fraudes. “Só podemos pensar que isso se trata de uma brincadeira de mau gosto. Por que razão um canal como o YouTube, conhecido no mundo inteiro por sua credibilidade, seria suscetível a um tipo de ‘manobra’?”, disseram, através de sua assessoria.
Pelo Twitter, o apresentador Danilo Gentili se manifestou sobre os esquemas denunciados, dizendo que não são novidade: “Sempre soube disso!”
Fonte: http://odia.ig.com.br/diversao/2013-06-04/fraude-para-inflar-visualizacoes-de-clipes-nas-redes-sociais-cai-como-bomba-no-meio-musical.html
Procurada pelo jornal, a Som Livre, gravadora dos artistas citados, disse que não poderia esclarecer informações sobre as supostas fraudes dentro do prazo de fechamento desta edição. Já o delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Gilson Perdigão, irá analisar o caso e verificar se a situação constitui fraude.
Numa rápida busca no Google, é possível encontrar sites que oferecem o serviço de venda de ‘views’. Já o YouTube informou que o canal está sempre preocupado em evitar abusos contra seu sistema e “usa diversas tecnologias para prevenir aumento artificial de visualizações por spambots, malware e qualquer outro programa” (veja nas páginas 6 e 7 como funcionam).
Responsável pelas redes sociais de Luan Santana, um dos astros apontados como consumidor do serviço, Juliana Thomé diz que não conhece o especialista identificado como Magalhães, que comandaria o esquema. Thomé afirma que o sucesso de Luan é real: “Uma vez uma pessoa ofereceu um recurso desses e a gente não aceitou. A gente sabe que o público do Luan é muito forte e muito natural, nem tem por que cogitar esse tipo de serviço. Existem, sim, mecanismos que aumentam as visualizações e esse cara parece que sabe bem do que fala, quando cita que são visitas diferentes, que consegue acessos de mobiles... Mas qualquer pessoa pode ver como o Luan mobiliza a internet”.
Dos artistas citados por Magalhães, que afirmou cobrar R$ 7,5 mil a cada 1 milhão de visualizações no YouTube, o mais indignado é Luan Santana: “Coloco os meus canais da internet para auditoria, que possa provar que a verdade é o que sustenta uma história, uma carreira, cujo sucesso é assinado junto com o público”.
Em gravação, o empresário ouvido por Leo Dias contou ainda que tenta falar com Naldo e entrar no mundo do funk, mas ainda não havia conseguido. Ele afirmou que poderia ganhar qualquer premiação que angarie votos populares via internet. “Hoje consigo ganhar o prêmio Multishow com qualquer artista”, disse.
Gerente de produtos e negócios do canal Multishow, Stella Amaral discorda: “A Globosat emprega em seus sites de internet e processos de votação online práticas de segurança compatíveis com o mercado. A votação popular é muito importante no Prêmio Multishow, existe desde a primeira edição, e é baseada no envolvimento e no engajamento dos fãs, que se mobilizam para eleger seus artistas favoritos”.
Diretor de marketing de Naldo, Mario Portella já espera a proposta com uma negativa. “Nunca nos propuseram isso. E não adianta criar nenhum esquema baseado em fraudes. É possível criar fakes na internet para bombar determinado artista, mas não tenho como provar”, diz Portella, explicando que o trabalho realizado com seriedade envolve contato diário com fãs-clubes. “Damos ferramentas para eles, fazemos promoções, para que comecem a divulgar. Eles criam o ‘exército’ de fãs a partir do momento em que os credenciamos como fãs-clubes oficiais. E um dissemina as informações para o outro. É algo que não tem custo e é espontâneo”, afirma.
Criador do aplicativo musical Plaay (uma espécie de rede social de músicas), o programador João Pedro Motta conta que, no Brasil, tal procedimento “serve mais para burlar o YouTube do que para fazer realmente uma fraude. Nos Estados Unidos, eles usam robôs, enquanto aqui são pessoas com vários perfis, muitos seguidores, que ganham pouco por não saberem o verdadeiro preço de mercado disso”, relata. “E também não sabem o peso da propaganda na internet. Muitas vezes o que acontece é o link ser exibido até todo mundo enjoar. O próprio artista sai perdendo”.
Newma Santiago, produtora da dupla Pepê & Neném, diz que foi procurada recentemente por uma pessoa oferecendo um serviço desses. “A ideia deles é pegar os artistas que estão precisando bombar. Por isso, tem muita gente aí que não é famosa mas tem visualizações à beça”, ressalta.
Também citada como cliente do esquema de Magalhães, a dupla Munhoz & Mariano descarta tais fraudes. “Só podemos pensar que isso se trata de uma brincadeira de mau gosto. Por que razão um canal como o YouTube, conhecido no mundo inteiro por sua credibilidade, seria suscetível a um tipo de ‘manobra’?”, disseram, através de sua assessoria.
Pelo Twitter, o apresentador Danilo Gentili se manifestou sobre os esquemas denunciados, dizendo que não são novidade: “Sempre soube disso!”
Fonte: http://odia.ig.com.br/diversao/2013-06-04/fraude-para-inflar-visualizacoes-de-clipes-nas-redes-sociais-cai-como-bomba-no-meio-musical.html