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Por: Ricardo (17/12/2013)

[Review] Gran Turismo 6 (PS3): o bom e velho GT, para o bem e para o mal Gran-turismo-6-logo

A franquia que se iniciou em 1997 no Playstation e mudou a história dos jogos de corrida chega ao sexto título de sua série principal. Gran Turismo 6 foi lançado no último dia 6 de dezembro com algo especial para o público brasileiro: a parceria com o Instituto Ayrton Senna traz o grande herói nacional para o jogo.

Três anos depois de GT5, o lançamento do novo jogo trouxe consigo a expectativa de continuação do que já era bom e da solução de antigos problemas. A numerosa base de fãs de Gran Turismo espera o mesmo nível de jogabilidade/dirigibilidade, gráficos, pistas, tempo de jogo. Ao mesmo tempo, também espera soluções quanto aos efeitos sonoros, longos loadings, carros standard / premium, menus confusos e sistema de danos. Vejamos as evoluções, do meu ponto de vista, que Gran Turismo 6 trouxe aos pilotos do PS3:

1. Jogabilidade / Dirigibilidade

[Review] Gran Turismo 6 (PS3): o bom e velho GT, para o bem e para o mal Grand-Turismo-6-Di-Playstation-4

Aqui tivemos uma evolução notável. A sensação de direção já era boa no Gran Turismo 5, e mesmo assim a melhora nesse aspecto é bastante perceptível. É nítido o trabalho de suspensão, a sensação de inclinação dos carros nas curvas e da aderência dos pneus no piso. Ao mesmo tempo em que o veículo passa a impressão de estar mais "solto", observa-se que o carro responde melhor aos comandos, está mais "na mão" do motorista. Curvas com pequenas derrapagens controladas são bem mais suaves e agradáveis de se fazer, a direção é bem mais responsiva e eficiente.

O mesmo ocorre quanto aos freios. Nota-se bem a inclinação da carroceria para frente, o peso do carro sendo deslocado. Tudo isso torna o jogo ainda mais prazeroso a quem já gostava das versões anteriores, o controle sobre o carro está muito maior e isso, num jogo que se pretende como simulador, é muito importante. Claro, estamos falando de um simulador de carros para consoles. Não temos aqui o nível de realismo de um iRacing ou rFactor no PC, porém cabe ressaltar que estes jogos exigem um bom volante para que a experiência seja bem aproveitada. O Gran Turismo precisa continuar a ser amigável com o Dualshock 3, do contrário se tornaria inviável para grande parte dos jogadores.

A AI dos carros controlados pelo computador também mudou, mas muito pouco. Os adversários chegam a esboçar uma reação quando ameaçados de ultrapassagens, mas não passa disso, uma leve menção de que perceberam sua presença. Não há agressividade, e muitas vezes o computador freia o carro bem mais do que deveria, em pontos até certo ponto estranhos. Além disso, o jogo de modo geral está mais fácil. Os troféus de ouro das licenças, que poderiam ser um martírio nas versões anteriores, são obtidos com relativa facilidade. É possível vencer corridas com carros bem inferiores. Por exemplo, um Civic 97 nas mãos do jogador é capaz de vencer um NSX controlado pelo jogo.

Também alvo de críticas, a física de destruição dos carros em caso de batida pouco evoluiu em comparação ao GT5. As batidas de carro parecem provocar mais manchas na pintura do que propriamente amassados. Nem sequer lembra os efeitos que podem ser vistos em jogos lançados há bastante tempo, como Dirt 3, Grid ou até mesmo GTA. Cabe a ressalva de que a simulação de física de danos ao carro em simuladores é um assunto complicado até mesmo no PC, pois não se pode simplesmente gerar um efeito de lataria amassada sem simular o quanto e como isso afetaria a parte mecânica do veículo. Simuladores de PC como citados acima possuem física de danos mais semelhante ao GT do que propriamente aos jogos de estilo arcade.

2. Carros

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O número impressiona: 1197 carros. São realmente muitas opções, mesmo que alguns deles se repitam e outros apresentem mudanças mínimas entre si. Apesar que, se você disser a um fã de JDM que não existe diferença entre um Civic 92 e um 95 corre-se o risco de uma profunda ofensa. O fato é que não faltam opções para todos os gostos, havendo inclusive carros desenvolvidos por montadoras do mundo real especialmente para o jogo, caso do Mercedes Vision Gran Turismo. O Oldsmobile Toronado 1966 de Jay Leno também está entre as opções, assim como a Red Bull desenvolvida por Adrian Newey (projetista do atual carro tetra campeão de F1), carros da Nascar, Ferraris de Fórmula 1. Carros antigos, compactos, atuais, de todas as configurações estão lá, é só escolher.

Claro que nem tudo são flores. Uma das maiores críticas de Gran Turismo 5 era a questão dos carros Standard que pareciam ter vindo diretamente do GT4 de Playstation 2. Eles continuam lá, com mais uma agravante: não há uma distinção clara entre quais são os carros premium, mais detalhados e com painel completo, e os standard, cujo interior é um vulto negro na forma do interior do carro. Mesmo que os carros Standard tenham sidos renderizados novamente, ficando com o aspecto externo bem mais agradável, não se deixa de sentir a sensação de que algo está faltando.

Para se ter uma ideia do quanto isso pode frustrar um fã mais dedicado, a BMW apresentou o seu mais recente lançamento, o BMW M4, num evento sazonal dentro do jogo. Ao entrar na pista, a decepção é grande ao perceber que, apesar de bonito e bem detalhado por fora, o interior não passa de um borrão preto.

Uma forma de distinguir se um carro é ou não "completo" no jogo (já que não há mais a distinção entre Standard e Premium) é verificar se o item Exibição de Galeria aparece no momento da compra do carro. Se funcionar, o carro estará completamente detalhado, caso contrário, trata-se de um antigo Standard, que são maioria no jogo. Ponto digno de nota é o fim dos carros usados. Todos agora concentram-se na concessionária de sua respectiva montadora.

3. Pistas

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A variedade de pistas, traçados e diferentes ambientes para as corridas é imensa. São 37 pistas e 71 layouts diferentes. Pistas clássicas ao redor do mundo como Silverstone, Brands Hatch, Willow Springs e Mount Panorama são novas entrantes, se juntando à Spa, Nurburgring, La Sarthe, Mônaco e Suzuka, entre outras.

Também existem novas pistas originais, como Matterhorn e o retorno de Apricot Hill, mas ainda sinto a falta da Red Rock Valley do Gran Turismo 2. Pistas off-road também continuam, bem como as longas Special Stage Route X e Special Stage Route 7 e claro, o traçado Nordschleife de Nurburgring.

4. Gráficos

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Outro ponto em que a série evolui, em pontos importantes, são os gráficos. GT5 já era um jogo muito bonito, e isso continua na sexta versão. Os efeitos de sombra e iluminação evoluíram muito. O painel dos carros estão ainda mais detalhados, assim como as pistas e o ambiente em volta. Em algumas pistas, é possível ver um outro ponto do traçado bem ao longe, o que torna a imersão ainda mais rica. Claro, não se trata de um jogo de nova geração, e não causa impacto à primeira vista como no GT5, mas não deixa de trazer uma ótima impressão.

Um ponto negativo é que, na visão de dentro do carro (cockpit) parece que foram aplicadas pelo menos duas camadas de películas escuras nos vidros, prejudicando um pouco a visibilidade, principalmente em corridas noturnas. Falando em corridas em diferentes horários, em determinadas pistas é possível escolher qualquer horário do dia para correr, o que proporciona efeitos muito bonitos de iluminação da pista, uma bela evolução com relação ao GT5.

5. Som

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A qualidade dos efeitos sonoros em Gran Turismo passou a receber críticas ainda mais duras após o surgimento de sua franquia rival, Forza Motorsport, na plataforma Xbox. A pouca diferenciação entre os sons dos carros, o fato do barulho do motor remeter mais a um aspirador de pó do que propriamente um carro, tudo isso assolava os comentários sobre Gran Turismo 5. Assim como a trilha sonora pouco inspirada, ainda mais num jogo que já teve em seu repertório músicas do The Cargdigans, Garbage, Van Halen.

E nada mudou. A trilha sonora é pouquíssimo inspirada, com músicas sem expressão. O som dos carros continua ruim, muito aquém do que o jogo traz graficamente. Mesmo num carro aberto e sem a preocupação de abafar o som do motor, como o KTM X-Bow, o cantar dos pneus se mostra bem mais presente do que o barulho dos cilindros. Existem notícias (http://www.eurogamer.net/articles/2013-09-17-gran-turismo-6s-audio-likely-to-be-patched-post-release) de que o som receberia um update posterior, então ainda há esperança. O que temos hoje é nada mais do que decepcionante.

6. Modos de Jogo

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As inúmeras atualizações de Gran Turismo 5, apesar de muito bem-vindas, trouxeram um complicador: uma balbúrdia de modos de jogo. Os pilotos possuíam um nível de acordo com uma pontuação que variava com o tipo de corrida, depois com os pontos de performance do carro, e era influenciada inclusive se o jogador entrasse no jogo enquanto logado na PSN por dias consecutivos. Tudo isso gerou uma confusão nos menus e nas funcionalidades do jogo. As carteiras de motorista não passavam de mera perfumaria, salvo o desafio que a obtenção de cada troféu de ouro (que também não agregava nada ao jogo) representava.

Em Gran Turismo 6 a interface foi amplamente refeita, talvez inspirada até mesmo em smartphones modernos. São ícones separados por categorias, de navegação fácil e rápida. As carteiras voltam a ter papel fundamental pois a carreira, ao invés de dividida por tipo e dificuldade de corrida (Beginner, Amateur, Professional) agora traz os eventos de acordo com a licença: Amador, Nacional B, Nacional A, até a Superlicença. Dentro de cada categoria deve-se obter um determinado número de estrelas até que seja permitida a realização dos testes que te fornecem a carteira seguinte, liberando também a próxima categoria. As estrelas são obtidas nas corridas dentro de cada categoria, sendo 3 estrelas para o 1o lugar, 2 para o 2o lugar e 1 para o terceiro.

O modo online, também alvo de algumas críticas pela sua organização em GT5, continua da mesma forma. É preciso uma certa paciência e até experiência para encontrar alguma corrida interessante, sendo a melhor opção correr com um grupo de amigos. Os eventos sazonais, ótima função trazida pelos updates de GT5, já estão disponíveis desde o início. No entanto, para os modos online e seasonal events é preciso obter a carteira National A no modo carrreira.

Uma das missões que mais chamam atenção para o jogo é a possibilidade de dirigir o veículo lunar. Ficou bastante interessante, mas a experiência é relativamente curta. A ambientação sonora e o efeito da gravidade são muito interessantes, valendo a experiência. O conteúdo relacionado a Ayrton Senna ainda está por vir, em 2014. Trata-se de um modo onde pode-se relembrar a carreira do piloto, desde o kart. Já para o próximo dia 20 de dezembro espera-se  uma homenagem ao também histórico piloto Mario Andretti, com a reconstrução na vida real do primeiro carro de corridas com o qual ele competiu, bem como sua disponibilidade no jogo. Trata-se de um Hudson Hornet dos anos 50.

Conclusão

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A Polyphony Digital fez aquilo que sabe fazer de melhor: um excelente jogo de carros, um simulador acessível, divertido e com um tempo extremamente longo de jogo. Também pecou naquilo que não consegue fazer bem: o som do jogo é ruim, o modo online não é tão bem organizado como poderia ser, a física de danos está longe de agradar aqueles que gostam de uma corrida com mais impactos. Em suma, quem já gostava de Gran Turismo vai continuar se divertindo, e muito, com o jogo. Quem não curtia a série pelas falhas que ela apresenta, contudo, provavelmente se manterá longe: os defeitos continuam lá.

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Baita review, parabéns, Ricardo!

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Belo review! Só li a parte de jogabilidade, mas muito bem feito.

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Puta vontade de jogar esse GT6... :(
Bom review cara!

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Ricardo matou a pau, pqp! Sorriso 

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Muito bom review! Deu até vontade de jogar, parabéns!

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Muito obrigado pelos comentários pessoal, fico muito feliz que gostaram!

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Prestigiando aqui esse review loco do Ricardo.

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puta merda, nunca liguei pra gt mas esse review me deixou com vontade de jogar, ricardão deuso

tu ja jogou o forza? o que achou? já que tu curte bastante simulador

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DJANGO escreveu:
puta merda, nunca liguei pra gt mas esse review me deixou com vontade de jogar, ricardão deuso

tu ja jogou o forza? o que achou? já que tu curte bastante simulador


Gosto muito do Forza. Ainda não joguei o 5, mas curti muito o 4. Inclusive, o esquema de controle que eu uso no GT é muito parecido com o do Forza (aceleração nos gatilhos ao invés do analógico direito).

Eu prefiro a dirigibilidade do GT, mas o nível é praticamente o mesmo.

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Ricardo escreveu:
DJANGO escreveu:
puta merda, nunca liguei pra gt mas esse review me deixou com vontade de jogar, ricardão deuso

tu ja jogou o forza? o que achou? já que tu curte bastante simulador


Gosto muito do Forza. Ainda não joguei o 5, mas curti muito o 4. Inclusive, o esquema de controle que eu uso no GT é muito parecido com o do Forza (aceleração nos gatilhos ao invés do analógico direito).

Eu prefiro a dirigibilidade do GT, mas o nível é praticamente o mesmo.


Ricardo, bela resenha. Sobre o controle, fiz o inverso, adaptei os comando no Forza igual ao do GT, pois já estava acostumado e estranhei os gatilhos, mas é tudo de pegar o jeito com o tempo.

Joguei apenas o 3 e o 4 no PS2, não há o que dizer.

Sobre o 5, tenho uma amigo que tem PS3 e joga GT desde o 1º. Ele me disse que logo de cara já consegue ganhar muito dinheiro fácil, compra o melhor carro do jogo e praticamente todas as corridas se tornam fáceis e o jogo cansativo.

Neste ponto o Forza é mais bem resolvido (já vem mais delimitado as classes de carro), na série GT, sempre tive dificuldade em selecionar o carro equilibrado na proporção HP/peso contra os oponentes IA, praticamente tem que fazê-lo manualmente, o que dá mais trabalho, mas dá mais liberdade para correr de Minolta contra os ford Ka dos primeiros torneios....lembrando que a minoria tinha restrições de modelos...

Mas não duvido que o 6 continue o mantendo como baita jogo e franquia.

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Bom Review! Ainda não joguei o GT6, mas o Forza 5 no Xone me surpreendeu. To na vontade de pegar o GT6 aqui pro PS3.

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