Religião fez com que goleiro fosse rejeitado por clube da Série A
Vitor será ausência certa em seus clubes desde o pôr do sol da sexta-feira ao pôr do sol do sábado. No começo de 2016, o goleiro, atualmente no Londrina, decidiu se tornar adventista, religião que prega "guardar o sábado" para aproveitá-lo com a família e amigos, ou seja, sem qualquer atividade relacionada ao trabalho. Com isso, Vitor perdeu a chance de disputar a Série A do Campeonato Brasileiro neste ano.
- Tive proposta da Chapecoense. Coloquei como condição da ida a guarda do sábado. Acreditei que seria mais fácil lá ser aceito, por ser um clube da Série A, que não joga tanto de sábado. Não me aceitaram. O salário era quase duas vezes maior do que ganho no Londrina. Eu preferi rechaçar a proposta, porque ia de encontro a minha crença - afirma o goleiro, pela primeira vez publicamente, ao LANCE!.
Vitor tem família católica, estudou em "escola de freira" durante toda a infância, fez primeira comunhão, mas, ainda assim, não estava contente com a religião. Há dez anos, o goleiro casou-se com Gabriela, de família adventista, que lhe apresentou a doutrina. Vitor passou a estudar a Bíblia, entendeu o adventismo e decidiu se converter após ter tido grandes desempenhos nos dois últimos anos com a camisa do Londrina, nos quais conquistou os acessos para a Série C e D, além do título paranaense de 2014.
- Não foi uma escolha rápida de guardar o sábado. Antes, eu não entendia e não aceitava o porquê de guardá-lo. Já são dez anos de processo. São quatro ou cinco anos me incomodando com a verdade, não podendo exercê-la pela dificuldade de continuar jogando futebol e guardando o sábado. Como tive dois anos fantásticos, não poderia negar todo destaque que tive. Se isso implicar na perda do meu emprego, porque virei melhor pai, amigo, irmão, eu prefiro ficar com Deus. Eu prefiro abrir mão do meu emprego, trabalhar de outra forma. Com certeza não é só futebol - diz o goleiro.
A ideia de Vitor é continuar sendo jogador. Por causa da religião, ele não poderia treinar ou jogar às sextas e sábados. Quando o arqueiro contou ao técnico Claudio Tencati e ao gestor do clube Sérgio Malucelli que havia se tornado adventista, houve estranhamento de ambos, porém boa aceitação. O treinador já pensou alternativas, como o revezamento com o goleiro Marcelo Rangel.
- O treinador foi bem solícito, disse que iria fazer o possível para me utilizar, que faria revezamento. Por ser Série B, com jogos de sexta e sábado, complica. O Estadual não terá interferência. Acredito que não mudará nada no rendimento. Na sexta, o treinador tem costume de fazer rachão. A parte física e técnica não perde nada. O presidente prometeu que renovará comigo até dezembro. Sei que terá consequência, como a perda da titularidade. Me coloquei disposto aos jogos que eu puder, trabalhar no domingo de forma dobrada - revela Vitor.
O goleiro sabe que há a possibilidade de abandonar o futebol por causa de clubes que não aceitem as implicações de sua religião. Por isso, já pensa em alternativas, junto a esposa, fora do esporte.
- Não tenho nada em mente. Estou me jogando, literalmente, no braço de Deus. Tenho algumas ideias, montar algum negócio. A maioria dos jogadores não se forma, não dá tempo de estudar. O futebol te absorve. Minha esposa é administradora, formada. Pensamos em algo na área de calçados. A princípio, a ideia é continuar jogando. Claro que não foi fácil (tomar a decisão). Vai de encontro a um sistema. Você é escravo da bola, treina todo dia, tem que viajar. Você é escravo - destaca.
Após voltar das férias, o goleiro conviveu com a primeira "experiência adventista" no Londrina. No último sábado, o clube treinou normalmente, mas Vitor permaneceu com a família.
- Foi legal demais. Todos os sábados, ficava na concentração, lendo a Bíblia, o dia todo no quarto, aprendendo a tocar saxofone. Esse agora, fui passar com a minha família. Foi muito especial. Fui à igreja, almocei na casa de amigos, ficamos falando coisas boas. Sábado é para isso - define.
Vitor será ausência certa em seus clubes desde o pôr do sol da sexta-feira ao pôr do sol do sábado. No começo de 2016, o goleiro, atualmente no Londrina, decidiu se tornar adventista, religião que prega "guardar o sábado" para aproveitá-lo com a família e amigos, ou seja, sem qualquer atividade relacionada ao trabalho. Com isso, Vitor perdeu a chance de disputar a Série A do Campeonato Brasileiro neste ano.
- Tive proposta da Chapecoense. Coloquei como condição da ida a guarda do sábado. Acreditei que seria mais fácil lá ser aceito, por ser um clube da Série A, que não joga tanto de sábado. Não me aceitaram. O salário era quase duas vezes maior do que ganho no Londrina. Eu preferi rechaçar a proposta, porque ia de encontro a minha crença - afirma o goleiro, pela primeira vez publicamente, ao LANCE!.
Vitor tem família católica, estudou em "escola de freira" durante toda a infância, fez primeira comunhão, mas, ainda assim, não estava contente com a religião. Há dez anos, o goleiro casou-se com Gabriela, de família adventista, que lhe apresentou a doutrina. Vitor passou a estudar a Bíblia, entendeu o adventismo e decidiu se converter após ter tido grandes desempenhos nos dois últimos anos com a camisa do Londrina, nos quais conquistou os acessos para a Série C e D, além do título paranaense de 2014.
- Não foi uma escolha rápida de guardar o sábado. Antes, eu não entendia e não aceitava o porquê de guardá-lo. Já são dez anos de processo. São quatro ou cinco anos me incomodando com a verdade, não podendo exercê-la pela dificuldade de continuar jogando futebol e guardando o sábado. Como tive dois anos fantásticos, não poderia negar todo destaque que tive. Se isso implicar na perda do meu emprego, porque virei melhor pai, amigo, irmão, eu prefiro ficar com Deus. Eu prefiro abrir mão do meu emprego, trabalhar de outra forma. Com certeza não é só futebol - diz o goleiro.
A ideia de Vitor é continuar sendo jogador. Por causa da religião, ele não poderia treinar ou jogar às sextas e sábados. Quando o arqueiro contou ao técnico Claudio Tencati e ao gestor do clube Sérgio Malucelli que havia se tornado adventista, houve estranhamento de ambos, porém boa aceitação. O treinador já pensou alternativas, como o revezamento com o goleiro Marcelo Rangel.
- O treinador foi bem solícito, disse que iria fazer o possível para me utilizar, que faria revezamento. Por ser Série B, com jogos de sexta e sábado, complica. O Estadual não terá interferência. Acredito que não mudará nada no rendimento. Na sexta, o treinador tem costume de fazer rachão. A parte física e técnica não perde nada. O presidente prometeu que renovará comigo até dezembro. Sei que terá consequência, como a perda da titularidade. Me coloquei disposto aos jogos que eu puder, trabalhar no domingo de forma dobrada - revela Vitor.
O goleiro sabe que há a possibilidade de abandonar o futebol por causa de clubes que não aceitem as implicações de sua religião. Por isso, já pensa em alternativas, junto a esposa, fora do esporte.
- Não tenho nada em mente. Estou me jogando, literalmente, no braço de Deus. Tenho algumas ideias, montar algum negócio. A maioria dos jogadores não se forma, não dá tempo de estudar. O futebol te absorve. Minha esposa é administradora, formada. Pensamos em algo na área de calçados. A princípio, a ideia é continuar jogando. Claro que não foi fácil (tomar a decisão). Vai de encontro a um sistema. Você é escravo da bola, treina todo dia, tem que viajar. Você é escravo - destaca.
Após voltar das férias, o goleiro conviveu com a primeira "experiência adventista" no Londrina. No último sábado, o clube treinou normalmente, mas Vitor permaneceu com a família.
- Foi legal demais. Todos os sábados, ficava na concentração, lendo a Bíblia, o dia todo no quarto, aprendendo a tocar saxofone. Esse agora, fui passar com a minha família. Foi muito especial. Fui à igreja, almocei na casa de amigos, ficamos falando coisas boas. Sábado é para isso - define.