Não tenho dúvidas de que Road Rash tenha sido, junto com Super Mario Kart, um divisor de águas entre os games de corrida. Afinal, desde o pioneiro Enduro, do Atari, as corridas eram de uma lealdade total. Todos que jogaram games de corrida mais antigos devem lembrar o que era dar uma trombada naqueles tempos. Só pra citar um exemplo, em F1 Race (para NES e Game Boy), seu carro explodia só de triscar nos adversários ou nas beiradas da pista.
Porém, assim como no game do SNES, em Road Rash a gentileza era totalmente deixada de lado. O jogo retrata uma corrida que tem apenas uma regra: quem chegar na frente vence. E pra chegar na frente vale tudo, desde sentar o braço nos adversários até jogá-los para fora da pista. O game também trazia um diferencial que hoje chega a ser regra nos games de corrida: seu desempenho vale dinheiro, que você pode usar para comprar motos melhores. Isso chega a ser primordial, pois com a sua moto original a vida logo começa a ficar dura. Outra coisa que ele tinha e que virou regra é a inteligência artificial dos adversários, que não são pilotos perfeitos: eles derrubam uns aos outros e trombam com os veículos civis que aparecem pelo caminho (uma das coisas mais irritantes e que também virou regra no gênero).
A jogabilidade era simples e, por isso mesmo, perfeita. O botão A freia, o B acelera e o C serve para dar porrada em quem aparecer, inclusive nos policiais (me corrijam se eu estiver errado, mas Road Rash deve ter sido o primeiro game de corrida onde os tiras aparecem para te prender). Outra coisa interessante no jogo é que, ao cair da moto, você tem que correr a pé até ela, igualzinho no mundo real, e com isso você está sujeito a ser atropelado. Isso vale também para os adversários, ou seja, se você ver um mané correndo pra moto, nem pense antes: atropele-o! Se você não tocar no joystick vai voltar pra moto automaticamente, mas enquanto estiver a pé pode controlar seu motoqueiro via direcional, o que motivou muita gente a terminar a corrida a pé (exclusividade da série).
Bem, mas a vida é uma caixinha de surpresas e nem tudo são flores na vida de Road Rash (Joseph Climber OFF). Afinal, o jogo tem alguns defeitinhos básicos: tirando a sua, todas as motos são iguais (tô começando a achar que isso seja um defeito crônico do Mega, pois no game do Senna acontecia o mesmo); o jogo não tem menus, você precisa ficar esperando as instruções de qual botão apertar aparecerem na tela, tipo "aperte A para ver tal coisa", "aperte B para fazer isso", etc.; e o jogo tem alguns bugs. Nada disso atrapalha a diversão durante o jogo. Road Rash provou, sem sombra de dúvidas, que o fair play não faz falta nenhuma nos games de corrida.
FONTE: http://museumdosgames.blogspot.com/2009/06/road-rash-mega-drive.html