Abaixo irei mostrar 5 dos vários problemas do mercado atual de games e porque cada vez mais os Retro Gamers se apegam aos seus consoles antigos...
1 - A Força dos Consoles Portáteis
Não é de hoje que os portáteis vem ganhando força no mercado e vendendo milhões mas cada vez mais os portáteis vem ganhando uma fatia maior do mercado e fazendo com que as empresas invistam ainda mais neles.
Se em 1999 você comprava um Game Boy Color pensando apenas em jogar Pokémon e os celulares ainda eram monocromáticos com aquele joguinho "Snake", hoje em dia você tem um Nintendo DS/PSP ou um SmartPhone que rodam além dos jogos 3D vários outros tipos de aplicativos Web através de uma conexão Wi-Fi.
A verdade é que por um preço bem abaixo dos consoles de mesa e os jogos sendo lançados pra eles com cada vez mais qualidade as pessoas cada vez mais vem optando por ter um console portátil na coleção. E também há aqueles que não tem tempo de parar em casa pra jogar ou viajam muito também e querem aproveitar a jogatina em qualquer lugar.
Mais recentemente, o Nintendo 3DS e o PlayStation Vita estão levando esse critério a um novo patamar trazendo os jogos com qualidade ainda mais próxima da geração atual.
2 - O Estouro dos Jogos Casuais e Controles por Movimento
Quando o Nintendo Wii foi finalmente lançado em 2006 muitos achavam que o futuro dos consoles haviam chegado: ao inves de trazer um controle convencional para se jogar, este era opcional em apenas alguns jogos. Ao invés disso os controles de movimento tomaram conta do console; pra atacar no Zelda você tinha que mexer o Wii Remote de trás até a frente ou fazer movimentos circulares pra fazer outros tipos de ataque, em jogos de corrida basta colocar o Wii Remote deitado e vira-lo pra esquerda e pra direita pra fazer o carro fazer as curvas, jogos como Call of Duty e House of the Dead você usa o Nunchuk para movimentar o personagem e o Wii Remote pra mirar na tela funcionando como se fosse o Mouse e o Teclado do PC, enfim as possibilidades são infinitas.
Porém o que ninguém esperava era isso: como o Wii era uma plataforma com hardware aquem dos seus concorrentes, as empresas pequenas que geralmente só lançavam jogos pra portáteis ou consoles em fim de vida começaram a investir pesado lançando jogos com qualidade dúvidoda, muitas vezes lembrando até jogos da era 32/64 bits. A própria Nintendo relutou mas em 2010 finalmente mostrou o show-up com todos os seus mascotes finalmente aparecendo no console e mesmo alguns desses jogos a jogabilidade não estava 100%.
E o que vem logo depois de um sucesso estrondoso? Os clones. A Sony lançou o PS Move que é praticamente uma xerox do Wii Remote só que utiliza uma câmera como sensor que captura os movimentos melhor que a barra de infra-vermelho do Wii e não precisa de fios para conectar outros acessórios ao controle principal. Já a Microsoft foi mais além: lançou o Kinect, um periférico que captura todos os movimentos do jogador sem precisar de nenhum tipo de controle ou acessório opcional.
É legal ver as empresas tentarem inovar no mercado mas com isso elas mesmas passaram a investir bem mais nesse tipo de jogo casual para chamar o público não-gamer a comprar o seu console, juntar toda a familia e jogar. Porém quem saiu perdendo nisso foram os "jogadores" que cada vez mais ficam com menos títulos disponiveis e acabam jogando aquele jogo por mais tempo até liberar todos os Achievements ou Platinar o mesmo.
E isso já é um reflexo no mercado atual: no final de 2010 foi feita uma contagem de quantos games estavam já anunciados para sairem em 2011 e foi registrada uma queda de mais de 200% na quantidade de títulos pré-anunciados para o primeiro semestre.
3 - "DLC" (Downloable Content - Conteúdo por Download)
Antigamente se uma empresa quisesse trazer novo conteúdo para um jogo já lançado ela tinha que lançar o jogo novamente no mercado, o que custava bastante para ela e um risco porque o mesmo jogo já havia sido lançado e nem todos optavam por compra-lo novamente só para ter algumas novidades no jogo. Hoje em dia, há o "DLC", o conteúdo baixado exclusivamente pelas redes das empresas (PSN ou XBLA) que não só adicionam conteúdo novo ao jogo mas também corrigem alguns erros de equilibrio no jogo e pequenos bugs.
Se em 2004 a Capcom lançou Devil May Cry 3: Special Edition que trazia o irmão gêmeo de Dante, Vergil e em 2005 da Tecmo lançou Ninja Gaiden Black para Xbox com todos os conteúdos adicionais pro jogo em disco, hoje em dia qualquer um pode simplismente botar o disco no console e atualiza-lo como se você um jogo de PC. Porém nem sempre esses conteúdos são gratuitos e você acaba gastando algumas vezes até 30 dolares em 1 único jogo apenas comprando conteúdo extra, o que nos Estados Unidos em alguns casos é mais caro que o próprio jogo novo na loja. Apenas lembrando que nunca é cobrado para corrigir os bugs do jogo, apenas os conteúdos adicionais.
Isso também gerou um certo comodismo nas empresas e alguns jogos saem com defeitos que são logo corrigidos com um patch depois que o jogo é lançado. E valendo lembrar que antes da chegada da Xbox Live no Brasil e mais recentemente a PSN que está chegando para se comprar esses conteúdos extras era preciso de um cartão internacional, porque nenhuma empresa tinha representação do seu serviço online no Brasil.
4 - Monopólio das Gigantes (Electronic Arts, Activision, Square-Enix)
Se antigamente empresas como SNK, Sunsoft, Accolade, Psygnosys e mais recentemente Bioware, Hudson, Visceral, Southlogic e Bizarre Creations eram empresas independentes e lançavam conteúdos excelentes pros consoles de sua época, hoje em dia elas foram vendidas para empresas maiores, são subdisiárias ou foram vendidas e deixaram de existir logo em seguida pra virar um estúdio interno de outra empresa.
Algumas vezes, isso bem para o bem: veja o caso da Psygnosys por exemplo que produziu alguns jogos marcantes na éra 16 bits e já na era 32-bits produzia os jogos da série WipEout foi comprada pela Sony, virou parte do estúdio europeu de jogos da Sony e hoje em dia continua desenvolvendo os jogos da série um melhor do que o outro.
Mas as vezes, nem sempre: a Bizarre Creations que era conhecida pelos seus excelentes jogos de corrida como Metropolis Street Racing no Dreamcast e Project Gotham Racing para Xbox e Xbox 360, também produzia outros jogos como Fur Fighters e mais recentemente o último jogo da série 007, o Bloodstones já havia sido comprada pela Activision em 2007 e devido à um ano fiscal não muito bom em 2010 a empresa foi colocada a venda pela mesma e ninguém à adquiriu fazendo com que o estúdio fosse fechado agora em Janeiro de 2011.
Isso muitas vezes acaba com a criatividade dos estúdios, que ao inves de produzir o que eles gostam acabam produzindo jogos sob encomenda de outra empresa. Como foi o caso da Red Octone recentemente, que depois de tantos jogos da série Guitar Hero encomendados pela Activision, a série estagnou em vendas e parou de ser produzida.
5 - Hardware
Uma coisa não há de se queixar de consoles baseados em cartuchos: eles são bastante resistentes e até hoje colecionadores de todo mundo tem em suas prateleiras vários jogos e consoles funcionando corretamente até hoje. Com a chegada dos consoles em CD os jogos foram levados à um novo nivel, já que os mesmos armazenavam bem mais dados que os tradicionais cartuchos e com isso foram abertas novas possibilidades como trilha sonora licensiada com a mesma qualidade dos CDs de audio, cenas em FMV e CG e jogos ainda mais longos.
Se na geração 32/64 bits o PlayStation começou com o pé esquerdo com seu leitor horrivel, logo ele passou a Nintendo e tomou a liderança dos mercados. Cada console tinha seus méritos: o Saturn era uma máquina poderosa para jogos 2D mas seus jogos 3D eram muito bons, o PlayStation era mais voltado aos jogos 3D graças a sua facilidade na programação e o Nintendo 64 apesar de ter gráficos superiores ao PlayStation a trilha sonora do jogo e as cenas em CG geralmente eram cortadas do jogo.
Já na geração seguinte, mais uma vez foi vista uma grande diferença no Hardware: a Microsoft apostou pesado no seu Xbox e trouxe uma máquina capaz de fazer jogos que o PlayStation 2 e o Gamecube não eram capaz, assim como os jogos terem Dolby Surround in-game e não somente nas animações em CG. Na geração atual, essa diferença não é tão gritante; a maioria dos jogos saem praticamente iguais com algumas diferenças de filtros ou conteúdo já no disco dos jogos.
E ai que nasceu outro problema: o hardware dos consoles atuais não aparentam ter uma longa durabilidade. Entre 2005 e 2010 a Microsoft lançou várias versões do seu Xbox 360 até finalmente conseguir lançar uma versão que dá poucos problemas. Algumas versões iniciais do console chegaram a ter sua placa interna partida ao meio graças ao "3RLS" (3 Red Lights - 3 Luzes Vermelhas). Já a Sony trouxe no seu PlayStation 3 um leitor de Bluray de dupla velocidade (2x) que começou a aparecer em 2007-2008 chamado "YLOD" (Yellow Lights of Death - Luzes Amarelas da Morte), chamado assim porque quando esse defeito acontece o seu console é inutilizado e apenas outro pra voltar a jogar novamente.
A Nintendo correu por fora e lançou um hardware não tão à frente do seu antecessor e até hoje esses problemas persistem e ao que parece a solução está longe de chegar, porque ambos consoles á estão fazendo 5 anos de mercado e muito em breve as mesmas irão apresentar seus novos consoles que sabe-se lá o quanto irão durar.
E você concorda com os pontos levantados? Dissertem abaixo. 8)
Última edição por Usopp em Sáb 17 Set 2011, 23:27, editado 3 vez(es)