Melhor nick da historia!! escreveu: Eu tô com o AC3 aqui, só ainda num comecei pela fadiga... Mas eu sempre ouvi que o jogo era fraco e o protagonista era ruim, mas como eu gosto muito da serie. Acho que começarei a jogar o 3 em homenagem a imprensa rimkuk
Escrevi uma crítica um tempo atrás e colocarei aqui para que possa ter uma melhor idéia de como é o jogo e seus protagonistas.
Assassin's Creed 3 chegou com a difícil missão de suceder a aclamada trilogia de Ezio e dar a franquia novos rumos, e para isso nada melhor do que novidades.
Seja por conta de um novo motor gráfico, de uma jogabilidade mais "solta" ou por missões bastante diferentes das que haviam na franquia até agora, AC3 cumpre bem o papel de iniciar uma nova fase na franquia da Ubisoft, mas como todo desbravador o jogo apresenta algumas falhas e problemas, especialmente com relação a jogabilidade e a bugs bizarros - mais bizarros do que os presentes em AC: Revelations.
Apesar dessas falhas, o jogo não decepciona e apresenta uma história cheia de reviravoltas e surpresas. O ritmo da narrativa é excelente, e a história de Haytham e Connor Kenway se misturam de forma bastante convincente aos eventos que culminaram na Revolução Americana, que é o pano de fundo para o já clichê embate entre Assassinos e Templários. Apesar do clichê, é interessante notar que a forma como ele é abordado torna-o um clichê menos óbvio (com o perdão da contradição), com muitos acontecimentos e revelações surpreendentes.
Aliás, Haytham e Connor, os protagonistas do jogo, apresentam uma dualidade interessante. Enquanto Haytham é um homem experiente, bem resolvido e que sabe como as coisas funcionam no mundo, Connor é um jovem idealista, cheio de vontade mas que luta por ideais que no final das contas se mostram bastante antiquados e ultrapassados. A verdade é que Haytham é um homem e Connor apenas um garoto, e essa diferença é evidenciada nos momentos do jogo onde eles aparecem juntos, Connor sempre tomando uma lição de moral e de vida de Haytham, chega até a dar dó do quão cego Connor é em relação a certos assuntos. Interessante notar também a evolução de Desmond Miles, em AC3 vemos um Desmond como nunca antes, um homem seguro, que sabe o que fazer e como conseguir os seus objetivos, algo bem diferente daquele cara estranho e inseguro que era sempre amparado por seus colegas.
A jogabilidade apresenta alguns problemas, principalmente para aqueles que se acostumaram com os comandos dos jogos da trilogia de Ezio. Com um foco muito menor em escaladas, AC3 apresenta um mundo aberto gigantesco e possibilidades muito maiores do que seus antecessores, até por isso a jogabilidade fica confusa em certos momentos, principalmente quando é necessário escalar uma grande árvore e principalmente o contra-ataque em batalhas. Antes o ato de contra-ataque que era bastante simples, tornou-se mais complexo devido a necessidade de quase sempre quebrar a defesa do adversário após desviar/defender seu golpe e antes de atacá-lo com suas armas. Em conflitos contra muitos inimigos, essa diferença se não for rapidamente assimilada pelo jogador pode causar a sua morte em vários momentos. Apesar dessa pequena dificuldade em assimilar os novos comandos, o jogo não chega a ser problemático nesse sentido.
Graficamente o jogo é lindo, texturas de pele, roupas e até mesmo dos cenários apresentam um nível de detalhamento incrível. Nas cutscenes onde os personagens conversam é possível notar detalhes de enrugamento de pele a cada expressão facial feita. Os cenários são belíssimos e apresentam uma diversidade muito grande. Dificilmente o jogador encontrará duas edificações iguais no mesmo raio de visão, mesmo que sejam apenas diferenças sutis, elas estão lá e dão um realismo enorme a construção das cidades de Boston e Nova Iorque. O mesmo vale para os trechos de floresta, que contam com vegetação e topografia incrivelmente diversificadas, fazendo com que o jogador se sinta literalmente desbravando uma floresta norte-americana.
Floresta que aliás, é uma das grandes e agradáveis novidades da franquia, com possibilidade de caçar animais para vender peles, carne, chifres e outros itens mais provenientes disso. Um dos momentos mais viciantes é quando o jogador assume o controle de Connor e começa o aprendizado na caça. Facilmente você irá passar 3, 4 horas caçando ininterruptamente para descobrir os mais diferentes animais, a melhor forma de matá-los - armando emboscadas ou partindo para o corpo-a-corpo, onde pode até mesmo ser cercado por uma enorme matilha de lobos. Sem dúvidas é um dos grandes atrativos do jogo, a única ressalva é que o ato de caçar poderia ser um pouco mais interligado a história, através da obtenção de itens chave que fossem relevantes para o andamento. Caçar acaba sendo apenas uma forma de obter dinheiro, além é claro, de ser extremamente divertido.
Outra novidade são as missões navais, um show a parte, diga-se de passagem. Sejam elas missões ligadas a campanha principal ou então missões paralelas, a bordo do Aquila você viverá alguns dos momentos mais empolgantes do jogo. Navegando pelas acidentadas ilhas da América Central, combatendo navios ingleses em mar aberto e até mesmo destruindo fortes em terra firme, as missões navais vieram como uma forma de "substituir" as tumbas, locais secretos e algumas outras missões paralelas que estavam presentes nos ACs anteriores. A bordo do Aquila, Connor também possui as missões de Peg Leg, que são uma caça ao tesouro do antigo capitão e levarão o jogador aos mais belos e perigosos cenários do jogo, passando por navios semi-afundados, e até mesmo um navio encalhado em uma imensa geleira. Pode-se dizer, sem muito medo de errar, que ser o capitão do Aquila é a cereja mais saborosa do bolo de Assassin's Creed 3.
Um ponto negativo do jogo é a enorme quantidade de bugs com a qual ele chegou até o consumidor final. Logo em seu lançamento eram constantes os relatos de bugs bizarríssimos nos fórums de games afora. Jogadores relatavam que era praticamente impossível controlar o cavalo, haviam lugares no meio da floresta onde o personagem caia infinitamente, várias árvores e pedras travavam o personagem fazendo com que o jogador tivesse até mesmo que reiniciar o jogo, armas que sumiam do inventário, objetos e figurantes fantasmas que literalmente atravessavam Haytham e Connor ao meio, e uma incrível falta de precisão na hora de usar armas de fogo, arco e flecha e até na escalada, marcaram negativamente o jogo. A Ubisoft lançou alguns patches de correção que deixaram o jogo bem melhor e com uma quantidade bem menor de erros, mas esse tipo de política de lançar um jogo sem o devido polimento e depois lançar inúmeros patches de correção para amenizar o problema arranha a imagem da franquia e até mesmo da empresa. De longe, AC3 é o jogo da franquia que chegou apresentou mais bugs, e esperamos que em AC4, a Ubisoft repense essa política e apresente aos jogadores um produto mais polido e com menos erros.
O saldo final acaba sendo bem positivo. Apesar das falhas e dos bugs que chegam a irritar, Assassin's Creed 3 é um grande jogo e veio para expandir o universo de possibilidades da franquia. O jogo funciona como um divisor de águas, assim como foi Assassin's Creed 2. A história é bastante interessante e faz com que o jogador sempre queira jogar uma sequência a mais a cada vez que colocar o jogo no console, graças a uma conspiração bem tramada, com personagens marcantes e uma luta por ideais que não se trata apenas de ideologia, e sim de coisas mais práticas. Assassin's Creed 3 é de longe o maior jogo (em tamanho de mapas) da franquia até agora, e vai prender a sua atenção, seja pela campanha principal com um ótimo enredo, seja por suas missões paralelas como as navais e até mesmo a possibilidade de passar horas caçando e desbravando as florestas norte-americanas.
8.0 Jogabilidade
9.0 História
9.0 Música
9.5 Gráficos
9.0
Nota Geral