Rolezinhos agora têm "bandeiras maiores", diz MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto)

Grandes encontros realizados por adolescentes da periferia de São Paulo em shopping centers, os "rolezinhos" viraram tática de protesto e ganharam a adesão dos movimentos sociais, em ano de eleições e Copa. Ativistas negros, sem-teto e até black blocs politizam o evento e anunciam uma série de manifestações em centros de compras por todo o País. Em reação à mobilização, shoppings prometem monitorar os eventos e dizem ter bloqueado páginas das redes sociais.

Natalia Szermeta, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), explica a mudança de perfil dos encontros.

— O ‘rolezinho’ virou um meio de protesto com bandeiras maiores do que quando começou.

A partir das 17h de hoje, o grupo que reivindica moradia deve promover um "rolezão popular" nos Shoppings Jardim Sul e Campo Limpo, ambos na zona sul da capital. Participarão também do ato o Movimento Periferia Ativa e a Resistência Urbana.

Natalia afirma que o evento será um desagravo à conduta dos shoppings de barrar a entrada de jovens nos estabelecimentos — no fim de semana passado, a Justiça concedeu liminares para seis centros de compras para impedir o "rolezinho".

— Também será para mostrar que o problema da inclusão de trabalhadores não se dá só em relação a ter moradia, mas também para ter condições de consumo e de circular onde quiser.

A Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora) marcou para o meio-dia deste sábado um ato na frente do Shopping JK Iguatemi, no Itaim-Bibi, zona sul. O historiador Douglas Belchior, um dos organizadores, afirma que a ideia é protestar contra o racismo.

— No nosso entendimento, o controle dos ‘rolês’ no shopping é mais uma das faces do racismo estrutural, mais uma vez mascarado no discurso da segurança e da proteção.

Os black blocs também prometem dar um "rolezinho". Será neste fim de semana, no Rio. "Acabaram as férias, ‘cambada’. Tirem o pretinho básico do armário e voltem às ruas. 2014 começou e temos muito trabalho. Depois do ‘Rolezin no Shopping’, um ‘rolezinho’ na orla pra ver o pôr do sol!" Com essa convocação feita pelo Facebook, o evento "Rolezin Black Bloc na Zona Sul" está marcado para este domingo na avenida Delfim Moreira, na orla do Leblon, zona sul da capital fluminense.

Nos comentários da web, há internautas que indicam que o grupo pode acabar dentro de algum shopping. O Black Bloc ficou conhecido pelas táticas violentas adotadas nas manifestações de junho do ano passado, quando o País foi às ruas pela redução da tarifa dos transportes coletivos.


Ontem, em São Paulo, a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) se reuniu com representantes de 55 estabelecimentos da Grande São Paulo e da capital, com o intuito de dividir experiências sobre os "rolezinhos".

Segundo o presidente da entidade, Luiz Fernando Veiga, a principal atuação dos shoppings se dará antes da realização dos eventos.

— A nossa ação total é na área de prevenção, para evitar que alguma coisa nos chamados ‘rolezinhos’ se transforme em algo mais sério, que prejudique os frequentadores.

Como exemplo, Veiga citou a iniciativa de shoppings que conseguiram a retirada de eventos no Facebook quando havia a incitação do uso de drogas e de atos de vandalismo.

Segundo a Assessoria de Imprensa do Facebook, apenas são excluídas páginas que ferem os termos e as políticas do site ou que ainda tenham uma decisão judicial favorável, que é analisada caso a caso.

FONTE: http://noticias.r7.com/sao-paulo/rolezinhos-agora-tem-bandeiras-maiores-diz-mtst-17012014

Acho uma boa a entrada de movimentos como o MTST e outros, para pôr a coisa nos trilhos e dar foco aos atos, além de coibir atos inapropriados com o espírito da luta (como roubos, depredação gratuita, comportamento infantil no estilo de ficar batendo nos vidros para assustar os os frequentadores e pessoal das lojas).
Eu costumo dizer que a primeira luta de qualquer movimento social é com seus próprios participantes, que precisam aprender a controlar a rebeldia vã, o esquerdismo, revanchismo ludista e outras atitudes levadas pela emoções como raiva e/ou orgulho ferido. E quem não se adequar, e quiser ir para roubar ou zoar, o movimento tem mais é que colocar no seu devido lugar, isto é, fora do ato.

Rolezinho retrogames foi foda ontem!

Acho que se os adeptos do rolezinho queriam alguma credibilidade em prol de qualquer tipo de movimento, precisam rever bastante suas posturas.

Não consigo fazer ligação do MTST com a garotada dos roles. Sinceramente Grau, não penso que de foco a eles, e sim aumenta a divergência de opiniões, e de mais margem a bandidagem se infiltrar.

A minha decepção foi tão grande quanto as manifestações ocorridas em junho/13, que sinceramente, não boto mais fé em nenhuma dessas mobilizações. E continuo pensando diferente na questão desses rolês.

legal o pessoal querendo injetar ideologia em movimento apolitico

Dopefish escreveu:

legal o pessoal querendo injetar ideologia em movimento apolitico

Ora... se a esquerda não faz nada, não tenta orientar e conscientizar, dizem que nessas ações é tudo marginal, bagunça, etc...
Se tenta, está querendo politizar movimento apolítico, está querendo usar os jovens e divulgar a força a ideia de luta de classes, etc...
Assim a coisa vira edital da Veja...   

Se politizar for para colocar foco, gerar consciência e posicionamento crítico, acabar com a zoeira e os atos de revolta vã, vandalismo e oportunismo de aquisição ilegal de bens de consumo geradores de status na sociedade de consumo o e espetáculo (que é o que esses roubos durante os rolezinhos são...ninguém está roubando arroz e feijão), e afastar os elementos que não querem levar a coisa a sério, tem mais é que politizar mesmo.
Lembrando que se tem que ficar de olho em oportunistas políticos e gente assim, infelizmente uma praga razoavelmente comum dentro de movimentos sociais e de esquerda.

Dopefish escreveu:

legal o pessoal querendo injetar ideologia em movimento apolitico

Pois é. Gostaria de saber o que os funkeiros ostentação tem com o MST2...

VRebuli escreveu:

Dopefish escreveu:

legal o pessoal querendo injetar ideologia em movimento apolitico

Pois é. Gostaria de saber o que os funkeiros ostentação tem com o MST2...

Talvez para deixarem de ser funkeiro ostentação (que é uma cria da sociedade de consumo e espetáculo, e reproduz os valores do sistema de consumo e espetáculo, embora com uma roupagem não convencional/tradicional) e serem alguém com uma consciência de sí e de mundo diferente?

Grau Hut escreveu:

VRebuli escreveu:

Dopefish escreveu:

legal o pessoal querendo injetar ideologia em movimento apolitico

Pois é. Gostaria de saber o que os funkeiros ostentação tem com o MST2...

Talvez para deixarem de ser funkeiro ostentação (que é uma cria da sociedade de consumo e espetáculo, e reproduz os valores do sistema de consumo e espetáculo, embora com uma roupagem não convencional/tradicional) e serem alguém com uma consciência de sí e de mundo diferente?

Grau, na boa, você e eu sabemos que isso que você falou é absurdamente contrário a realidade que se observa claramente nos participantes do rolezinho. No tópico oficial do rolezinho já tá cheio de imagens comprovando.

VRebuli escreveu:

Grau Hut escreveu:

VRebuli escreveu:

Dopefish escreveu:

legal o pessoal querendo injetar ideologia em movimento apolitico

Pois é. Gostaria de saber o que os funkeiros ostentação tem com o MST2...

Talvez para deixarem de ser funkeiro ostentação (que é uma cria da sociedade de consumo e espetáculo, e reproduz os valores do sistema de consumo e espetáculo, embora com uma roupagem não convencional/tradicional) e serem alguém com uma consciência de sí e de mundo diferente?

Grau, na boa, você e eu sabemos que isso que você falou é absurdamente contrário a realidade que se observa claramente nos participantes do rolezinho. No tópico oficial do rolezinho já tá cheio de imagens comprovando.

Eu vi as imagens e é isso que eu digo que tem que ser mudado, e grupos como o MTST deveriam agir nesse sentido. O problema é que estão usando argumento sujo do tipo "a esquerda diz que os moleques do rolezinho tem direito de r para o shopping roubar, e isso é marxismo" (obviamente não com essas palavras, mas com esse sentido), quando o que eu digo que a ação de esquerda, uma ação séria, deveria antes de tudo combater e acabar com isso.

Na moral, nem sei mais o que é esse rolezinho.

Reznov escreveu:

Na moral, nem sei mais o que é esse rolezinho.