Os videogames se tornaram parte essencial do entretenimento de crianças, adolescentes e adultos, sendo que os últimos cresceram junto com o desenvolvimento dos consoles da década de 1990. Hoje sabe-se que os jogos podem causar impactos desde o aumento do QI (Quoeficiente Intelectual), por exemplo, até problemas sérios como a dependência.
A pesquisadora grega Eleni Kardaras, do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Alimentos da Universidade da Califórnia, acredita que os efeitos dos videogames no cérebro representam uma área de grande crescimento em estudos, principalmente devido ao grande número de crianças e adultos que realizam esta atividade.
Em um artigo de 2004, a Kardaras relata sua observação de dois irmãos jogando videogame em casa, de idades de oito e 10 anos. Ela conta que mesmo um simples game de corrida como o Mario Kart, da Nintendo, despertava reações de raiva quando um deles perdia.
Também neste aspecto, um estudo dos pesquisadores Brad Bushman, da Universidade Estadual de Ohio, e Bryan Gibson, da Universidade de Central Michigan, publicado em 2010, mostra que games violentos podem gerar agressividade até 24 horas depois que o videogame foi desligado. Jogos violentos, como Mortal Kombat, continuam gerando pensamentos agressivos nos jogadores, já que pensar em como melhorar, neste tipo de jogo, é pensar em violência, afirmam os pesquisadores.
Há seis anos, uma pesquisa de Bruce Bartholow, da Universidade de Missouri-Columbia, nos EUA, indicava uma ligação entre jogos agressivos e pessoas violentas. Mas, em vez de culpar os games, os pesquisadores levantaram outra hipótese: pessoas violentas procuram naturalmente por esse tipo de jogo. Bartholow provou que os games deste tipo diminuem a resposta do cérebro a cenas de violência, o que é um sinal de comportamento agressivo.
Games como treinamento
Apesar dos potenciais efeitos negativos, jogar videogame pode, por outro lado, aumentar o QI dos jogadores, fato que foi tratado como um mito durante muito tempo. Pesquisadores da Faculdade de Piedmont (EUA) acreditam que jogos como "SimCity" podem ajudar na percepção de planejamento, por exemplo. Até games como o "Great Theft Auto" podem ajudar, já que o jogador aprende a lidar com dinheiro, a fazer investimentos e distribuir seus gastos. Games como Guitar Hero e Rock Band podem não ensinar os jogadores a tocar instrumentos, mas, sem dúvida alguma, dão uma grande percepção de estrutura musical.
Com a evolução da tecnologia e, consequentemente, da qualidade e realismo dos games, eles passaram a ser também uma ferramenta muito utilizada para o treinamento de pessoas em diversas atividades, tanto em ambientes profissionais quanto no esporte. O piloto de Fórmula 1 mais vencedor de todos os tempos, o alemão Michael Schumacher, é famoso por adorar os simuladores de corrida, o que veio a se tornar praticamente um treino obrigatório para os pilotos da categoria.
No Brasil, muitos esportistas também estão utilizando os videogames para ter mais sucesso em suas competições. No ano passado, o site Gazeta do Povo mostrou alguns exemplos bem sucedidos de atletas que treinaram nos games: os jogadores Jorge Henrique e Elias, do Corinthians, repetiram em campo uma jogada treinada no videogame e, o ACP, time do Paraná, teria treinado muitas jogadas no game "Winning Eleven" antes de conquistar o campeonato estadual.
Até mesmo médicos cirurgiões podem ser treinados com o auxílio de videogames. James Rosser, pesquisador do Centro Médico Beth Israel, em Nova York, estudou a relação entre o uso de videogames entre cirurgiões e seus desempenhos em laparoscopias. Durante os testes, Rosser descobriu que os médicos que jogavam por pelo menos três horas semanais tinham 37% menos erros nas cirurgias (simuladas, é claro).
Memória e associação de elementos
Pouco se divulga sobre o assunto, mas os games podem até ajudar a reabilitar pacientes com doenças neurológicas. “É o caso de quem sofre com autismo e daqueles que têm traumas que precisam de reabilitação cognitiva”, conta Claudio Kirner, professor da Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, que realiza pesquisas nas áreas de realidade aumentada e de interação homem-computador.
Para Kirner os jogos têm o poder de “ajudar na atenção, memória e atividades de associação de elementos”, entre outras vantagens. Como exemplo, ele cita algumas iniciativas que vêm sendo feitas para a divulgação deste tema, como por exemplo, a conferência Virtual Rehabilitation, evento anual durante o qual pesquisadores trocam ideias sobre as novidades no uso de realidades virtual e aumentada para a reabilitação de pacientes.
Seja qual for o tipo de game, muitos especialistas mostram que todos acabam tendo certa influência no cérebro humano e, consequentemente, nas atitudes e saúde dos indivíduos. É interessante pensar que os games evoluíram de tal forma que deixaram de ser apenas entretenimento, passando a ser ferramenta de treinamento, tratamento, aprimoramento sem deixar de ser, é claro, diversão.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/os-games-e-o-cérebro.html
A pesquisadora grega Eleni Kardaras, do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Alimentos da Universidade da Califórnia, acredita que os efeitos dos videogames no cérebro representam uma área de grande crescimento em estudos, principalmente devido ao grande número de crianças e adultos que realizam esta atividade.
Em um artigo de 2004, a Kardaras relata sua observação de dois irmãos jogando videogame em casa, de idades de oito e 10 anos. Ela conta que mesmo um simples game de corrida como o Mario Kart, da Nintendo, despertava reações de raiva quando um deles perdia.
Também neste aspecto, um estudo dos pesquisadores Brad Bushman, da Universidade Estadual de Ohio, e Bryan Gibson, da Universidade de Central Michigan, publicado em 2010, mostra que games violentos podem gerar agressividade até 24 horas depois que o videogame foi desligado. Jogos violentos, como Mortal Kombat, continuam gerando pensamentos agressivos nos jogadores, já que pensar em como melhorar, neste tipo de jogo, é pensar em violência, afirmam os pesquisadores.
Há seis anos, uma pesquisa de Bruce Bartholow, da Universidade de Missouri-Columbia, nos EUA, indicava uma ligação entre jogos agressivos e pessoas violentas. Mas, em vez de culpar os games, os pesquisadores levantaram outra hipótese: pessoas violentas procuram naturalmente por esse tipo de jogo. Bartholow provou que os games deste tipo diminuem a resposta do cérebro a cenas de violência, o que é um sinal de comportamento agressivo.
Games como treinamento
Apesar dos potenciais efeitos negativos, jogar videogame pode, por outro lado, aumentar o QI dos jogadores, fato que foi tratado como um mito durante muito tempo. Pesquisadores da Faculdade de Piedmont (EUA) acreditam que jogos como "SimCity" podem ajudar na percepção de planejamento, por exemplo. Até games como o "Great Theft Auto" podem ajudar, já que o jogador aprende a lidar com dinheiro, a fazer investimentos e distribuir seus gastos. Games como Guitar Hero e Rock Band podem não ensinar os jogadores a tocar instrumentos, mas, sem dúvida alguma, dão uma grande percepção de estrutura musical.
Com a evolução da tecnologia e, consequentemente, da qualidade e realismo dos games, eles passaram a ser também uma ferramenta muito utilizada para o treinamento de pessoas em diversas atividades, tanto em ambientes profissionais quanto no esporte. O piloto de Fórmula 1 mais vencedor de todos os tempos, o alemão Michael Schumacher, é famoso por adorar os simuladores de corrida, o que veio a se tornar praticamente um treino obrigatório para os pilotos da categoria.
No Brasil, muitos esportistas também estão utilizando os videogames para ter mais sucesso em suas competições. No ano passado, o site Gazeta do Povo mostrou alguns exemplos bem sucedidos de atletas que treinaram nos games: os jogadores Jorge Henrique e Elias, do Corinthians, repetiram em campo uma jogada treinada no videogame e, o ACP, time do Paraná, teria treinado muitas jogadas no game "Winning Eleven" antes de conquistar o campeonato estadual.
Até mesmo médicos cirurgiões podem ser treinados com o auxílio de videogames. James Rosser, pesquisador do Centro Médico Beth Israel, em Nova York, estudou a relação entre o uso de videogames entre cirurgiões e seus desempenhos em laparoscopias. Durante os testes, Rosser descobriu que os médicos que jogavam por pelo menos três horas semanais tinham 37% menos erros nas cirurgias (simuladas, é claro).
Memória e associação de elementos
Pouco se divulga sobre o assunto, mas os games podem até ajudar a reabilitar pacientes com doenças neurológicas. “É o caso de quem sofre com autismo e daqueles que têm traumas que precisam de reabilitação cognitiva”, conta Claudio Kirner, professor da Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, que realiza pesquisas nas áreas de realidade aumentada e de interação homem-computador.
Para Kirner os jogos têm o poder de “ajudar na atenção, memória e atividades de associação de elementos”, entre outras vantagens. Como exemplo, ele cita algumas iniciativas que vêm sendo feitas para a divulgação deste tema, como por exemplo, a conferência Virtual Rehabilitation, evento anual durante o qual pesquisadores trocam ideias sobre as novidades no uso de realidades virtual e aumentada para a reabilitação de pacientes.
Seja qual for o tipo de game, muitos especialistas mostram que todos acabam tendo certa influência no cérebro humano e, consequentemente, nas atitudes e saúde dos indivíduos. É interessante pensar que os games evoluíram de tal forma que deixaram de ser apenas entretenimento, passando a ser ferramenta de treinamento, tratamento, aprimoramento sem deixar de ser, é claro, diversão.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/os-games-e-o-cérebro.html