O Sonic viveu todas as suas aventuras nos anos 90 em consoles SEGA, certo? Errado. É claro que nesta década, em plena Guerra Fria com a Nintendo, o nosso mascote azul preferido correu — e muito — pelos drives de Mega Drive, Master System, Game Gear, Saturn e Dreamcast, porém, também fez algumas visitinhas em outros sistemas, assim como o Mario.
Uma destas visitas foi em uma aposta da SNK, no mundo portátil: o Neo Geo Pocket, console que tinha boas ideias para a época, mas que não conseguiu fazer frente para o fenômeno de seu tempo, o Game Boy.
Entre games como Samurai Shodown e um interessante card game do crossover entre Capcom e SNK, o Sonic também ganhou uma aventura para o portátil, e que pode ser considerado como um game que celebra as duas fases do personagem: a clássica, e a moderna, inaugurada com Sonic Adventure.
A SNK era protagonista no mundo dos arcades, com a sua MVS fazendo bonito com a série The King of Fighters, e seus diversos outros games inesquecíveis, mas não tinha uma presença forte no mundo dos consoles, e era inexistente no universo portátil.
Assim, em 1998, a companhia lançou a sua aposta: o Neo Geo Pocket, que, diferente dos seus conceitos de arcade, buscava trazer games focados para o mundo portátil, com ação simples e rápida, além de um design pensado na telinha pequena, o que inclui, por exemplo, personagens em SD, com as famosas cabeças grandes ajudando em games de luta.
O portátil viu os fracassos de outros concorrentes, e aprendeu com estes erros, colocando no mercado um produto bem interessante, com tela monocromática e sem iluminação própria, que garantia 40 horas de funcionamento com suas pilhas. Além disso, ele oferecia um direcional que se inspirava na tendência dos analógicos na época, dois botões de ação, e games da SNK e alguns poucos de empresas como Capcom, SEGA ou Bandai.
O Pocket também viu iniciativas interessantes, como esta envolvendo o Sonic, a parceria da SNK com a Capcom, e, quando ganhou cores, em 1999, ainda ganhou a possibilidade de se conectar ao Dreamcast. O videogame era bem intencionado, contou com jogos interessantes, que apresentavam bom desempenho e tinha tudo para ser um ótimo concorrente para a Nintendo, porém a difícil situação da SNK fez com que o aparelhinho tivesse uma vida curta, sendo descontinuado em 2001.
Em 1999, o Sonic já vivia dias diferentes dos quais desfrutou no início da década. Com os jogos em 3D, e uma ausência polêmica no Saturn, com direito ao infame Sonic X-Treme, que gerou diversas histórias insanas, era a vez do azulão concorrer com o Mario no universo em três dimensões, e o fez bem, com o divertido Sonic Adventure.
Porém, era preciso manter a vontade dos fãs de jogar com o personagem no estilo clássico, quando a SNK observou o potencial e, em agosto de 1999, tornou público a colaboração com a SEGA para um jogo de Sonic para seu portátil. O interessante é que, apesar de não ser um game para um console SEGA, o projeto contou com a supervisão de Yuji Naka, além da Sonic Team, o que, curiosamente, seria a primeira vez que a empresa se envolveria com jogos para outro console, algo que seria comum, após a decisão de descontinuar o Dreamcast, em 2001.
Para desenvolver o game, a SEGA apoiou “emprestando” recursos de seus games clássicos, para assim continuar levando um game dos tempos de Mega Drive aos fãs: o design de jogo e visuais são todos baseados em Sonic 2, enquanto as faixas da trilha sonora são versões 8-bit de Sonic 3, técnica que a SEGA já fazia há alguns anos nas versões de Master System/Game Gear do azulão.
Com o game pronto, ele foi lançado primeiro nos Estados Unidos, no dia 4 de dezembro de 1999, sendo aproveitado para a venda de um pacote que continha o console e o game, embalado pela época de compras natalinas. Duas semanas depois, foi a vez dos japoneses conhecerem o game, enquanto os europeus tiveram acesso ao jogo em fevereiro de 2000.
Sim, o Pocket Adventure de Sonic é um jogo original, e inclusive conta com o design moderno do personagem, que estreou em Adventure. Porém, vários elementos dos games de Mega Drive foram incorporados na aventura. A base foi o Sonic 2, com os loopings em 3D, o spin, e a fase de bônus, que é idêntica ao game de 1992, com a única diferença de que ela é acessível no estilo “Sonic 1”, recolhendo mais de 50 argolas e entrando na argola gigante ao final da fase, ao invés de checkpoints “portais”.
Apesar dos muitos conceitos utilizados de jogos anteriores, a versão portátil traz exclusividades. Um recurso de save permitia que o jogador jogasse novamente qualquer fase concluída, e um modo de Time Trial desafiava o jogador a terminar a fase no menor tempo possível. Através do cabo de link, era possível jogar competitivamente com outro jogador, em dois modos: uma “corrida” que exigia que alguém terminasse a fase primeiro, e uma disputa para ver quem coletava um determinado número de anéis primeiro. E também há um simpático quebra-cabeça que te desafia para montar os personagens, usando peças encontradas pelas fases, desbloqueando assim o Sound Test.
Os estágios são: a Neo South Island, um novo nome para a eterna Green Hill Zone; a Secret Plant, ou para os mais chegados, Chemical Plant, com seus icônicos tubos azuis; Cosmic Casino, uma das outras marcas registradas de Sonic, que são as fases de casino, com o excelente design que inclui até pinball; Aquatic Relix é a Marble Zone do primeiro Sonic, mas com Knuckles te esperando no final do nível; Sky Chase mantém o seu nome de 1992, e mostra novamente Tails ajudando Sonic em seu avião.
Chegando na Aerobase, o jogo começa a chegar em seus momentos finais, com uma fase que oferece armadilhas que resultam em uma queda fatal, além dos ventiladores que te empurram para o alto, terminando com um encontro com o Metal Sonic e o encontro com Eggman em Gigantic Angel. terminando em Last Utopia, com o confronto final. E uma surpresa espera quem se dedicou e conquistou todas as esmeraldas do Chaos: Sonic se transforma em Super Sonic e encara Eggman em um confronto final, na Chaotic Space.
Funciona assim: se Sonic não conseguir coletar todas as esmeraldas até o fim do game, Eggman foge e Sonic nada pode fazer, mas, se possuir todas elas, você se transforma no personagem dourado e parte para a briga final, em uma fase que lembra a The Doomsday Zone de Sonic 3, e, assim, mostra o final real do jogo. Uma ideia bem interessante, para um game bem interessante.
Uma coisa que pouca gente sabe é que várias pessoas que participaram deste Sonic Pocket Adventure fundaram a Dimps no ano 2000. Este time, financiado por SEGA, Sony e Bandai, acabou ficando responsável pela série Sonic Advance, e que também desenvolveu Sonic 4, para a geração passada. Hoje o estúdio nos apresenta o interessante Dragon Ball Xenoverse, além de fazer outras adaptações mais de animes para a Bandai Namco.
A série Sonic Advance contou com três jogos no Game Boy Advance, que também contou com uma adaptação tosca do primeiro game para o Mega Drive, e seguiu com os games em plataforma, enquanto os duvidosos games em 3D com o porco-espinho e seus amigos apareciam nos consoles. Foram estes games, junto com o quarto game com os personagens, que foram “segurando o rojão”, até a chegada de Sonic Mania, que levou a glória das duas dimensões de volta para a Green Hill Zone, e mantiveram o gameplay clássico e querido vivo, mesmo nos dias mais sombrios.
Infelizmente, Sonic Pocket Adventure não se encontra fora do Neo Geo Pocket, sendo acessível apenas pelo console da SNK, ou via emulação. Uma pena, pois o game se apresenta bem divertido e é um importante capítulo da história do nosso querido personagem veloz. Seria bacana a SEGA colocar ele em uma de suas coletâneas, junto com material de desenvolvimento. Mas, de acordo com a forma a qual a empresa tem trabalhado suas coletâneas, este é um sonho bem distante.
Fonte: Arkade
Uma destas visitas foi em uma aposta da SNK, no mundo portátil: o Neo Geo Pocket, console que tinha boas ideias para a época, mas que não conseguiu fazer frente para o fenômeno de seu tempo, o Game Boy.
Entre games como Samurai Shodown e um interessante card game do crossover entre Capcom e SNK, o Sonic também ganhou uma aventura para o portátil, e que pode ser considerado como um game que celebra as duas fases do personagem: a clássica, e a moderna, inaugurada com Sonic Adventure.
A SNK era protagonista no mundo dos arcades, com a sua MVS fazendo bonito com a série The King of Fighters, e seus diversos outros games inesquecíveis, mas não tinha uma presença forte no mundo dos consoles, e era inexistente no universo portátil.
Assim, em 1998, a companhia lançou a sua aposta: o Neo Geo Pocket, que, diferente dos seus conceitos de arcade, buscava trazer games focados para o mundo portátil, com ação simples e rápida, além de um design pensado na telinha pequena, o que inclui, por exemplo, personagens em SD, com as famosas cabeças grandes ajudando em games de luta.
O portátil viu os fracassos de outros concorrentes, e aprendeu com estes erros, colocando no mercado um produto bem interessante, com tela monocromática e sem iluminação própria, que garantia 40 horas de funcionamento com suas pilhas. Além disso, ele oferecia um direcional que se inspirava na tendência dos analógicos na época, dois botões de ação, e games da SNK e alguns poucos de empresas como Capcom, SEGA ou Bandai.
O Pocket também viu iniciativas interessantes, como esta envolvendo o Sonic, a parceria da SNK com a Capcom, e, quando ganhou cores, em 1999, ainda ganhou a possibilidade de se conectar ao Dreamcast. O videogame era bem intencionado, contou com jogos interessantes, que apresentavam bom desempenho e tinha tudo para ser um ótimo concorrente para a Nintendo, porém a difícil situação da SNK fez com que o aparelhinho tivesse uma vida curta, sendo descontinuado em 2001.
Em 1999, o Sonic já vivia dias diferentes dos quais desfrutou no início da década. Com os jogos em 3D, e uma ausência polêmica no Saturn, com direito ao infame Sonic X-Treme, que gerou diversas histórias insanas, era a vez do azulão concorrer com o Mario no universo em três dimensões, e o fez bem, com o divertido Sonic Adventure.
Porém, era preciso manter a vontade dos fãs de jogar com o personagem no estilo clássico, quando a SNK observou o potencial e, em agosto de 1999, tornou público a colaboração com a SEGA para um jogo de Sonic para seu portátil. O interessante é que, apesar de não ser um game para um console SEGA, o projeto contou com a supervisão de Yuji Naka, além da Sonic Team, o que, curiosamente, seria a primeira vez que a empresa se envolveria com jogos para outro console, algo que seria comum, após a decisão de descontinuar o Dreamcast, em 2001.
Para desenvolver o game, a SEGA apoiou “emprestando” recursos de seus games clássicos, para assim continuar levando um game dos tempos de Mega Drive aos fãs: o design de jogo e visuais são todos baseados em Sonic 2, enquanto as faixas da trilha sonora são versões 8-bit de Sonic 3, técnica que a SEGA já fazia há alguns anos nas versões de Master System/Game Gear do azulão.
Com o game pronto, ele foi lançado primeiro nos Estados Unidos, no dia 4 de dezembro de 1999, sendo aproveitado para a venda de um pacote que continha o console e o game, embalado pela época de compras natalinas. Duas semanas depois, foi a vez dos japoneses conhecerem o game, enquanto os europeus tiveram acesso ao jogo em fevereiro de 2000.
Sim, o Pocket Adventure de Sonic é um jogo original, e inclusive conta com o design moderno do personagem, que estreou em Adventure. Porém, vários elementos dos games de Mega Drive foram incorporados na aventura. A base foi o Sonic 2, com os loopings em 3D, o spin, e a fase de bônus, que é idêntica ao game de 1992, com a única diferença de que ela é acessível no estilo “Sonic 1”, recolhendo mais de 50 argolas e entrando na argola gigante ao final da fase, ao invés de checkpoints “portais”.
Apesar dos muitos conceitos utilizados de jogos anteriores, a versão portátil traz exclusividades. Um recurso de save permitia que o jogador jogasse novamente qualquer fase concluída, e um modo de Time Trial desafiava o jogador a terminar a fase no menor tempo possível. Através do cabo de link, era possível jogar competitivamente com outro jogador, em dois modos: uma “corrida” que exigia que alguém terminasse a fase primeiro, e uma disputa para ver quem coletava um determinado número de anéis primeiro. E também há um simpático quebra-cabeça que te desafia para montar os personagens, usando peças encontradas pelas fases, desbloqueando assim o Sound Test.
Os estágios são: a Neo South Island, um novo nome para a eterna Green Hill Zone; a Secret Plant, ou para os mais chegados, Chemical Plant, com seus icônicos tubos azuis; Cosmic Casino, uma das outras marcas registradas de Sonic, que são as fases de casino, com o excelente design que inclui até pinball; Aquatic Relix é a Marble Zone do primeiro Sonic, mas com Knuckles te esperando no final do nível; Sky Chase mantém o seu nome de 1992, e mostra novamente Tails ajudando Sonic em seu avião.
Chegando na Aerobase, o jogo começa a chegar em seus momentos finais, com uma fase que oferece armadilhas que resultam em uma queda fatal, além dos ventiladores que te empurram para o alto, terminando com um encontro com o Metal Sonic e o encontro com Eggman em Gigantic Angel. terminando em Last Utopia, com o confronto final. E uma surpresa espera quem se dedicou e conquistou todas as esmeraldas do Chaos: Sonic se transforma em Super Sonic e encara Eggman em um confronto final, na Chaotic Space.
Funciona assim: se Sonic não conseguir coletar todas as esmeraldas até o fim do game, Eggman foge e Sonic nada pode fazer, mas, se possuir todas elas, você se transforma no personagem dourado e parte para a briga final, em uma fase que lembra a The Doomsday Zone de Sonic 3, e, assim, mostra o final real do jogo. Uma ideia bem interessante, para um game bem interessante.
Uma coisa que pouca gente sabe é que várias pessoas que participaram deste Sonic Pocket Adventure fundaram a Dimps no ano 2000. Este time, financiado por SEGA, Sony e Bandai, acabou ficando responsável pela série Sonic Advance, e que também desenvolveu Sonic 4, para a geração passada. Hoje o estúdio nos apresenta o interessante Dragon Ball Xenoverse, além de fazer outras adaptações mais de animes para a Bandai Namco.
A série Sonic Advance contou com três jogos no Game Boy Advance, que também contou com uma adaptação tosca do primeiro game para o Mega Drive, e seguiu com os games em plataforma, enquanto os duvidosos games em 3D com o porco-espinho e seus amigos apareciam nos consoles. Foram estes games, junto com o quarto game com os personagens, que foram “segurando o rojão”, até a chegada de Sonic Mania, que levou a glória das duas dimensões de volta para a Green Hill Zone, e mantiveram o gameplay clássico e querido vivo, mesmo nos dias mais sombrios.
Infelizmente, Sonic Pocket Adventure não se encontra fora do Neo Geo Pocket, sendo acessível apenas pelo console da SNK, ou via emulação. Uma pena, pois o game se apresenta bem divertido e é um importante capítulo da história do nosso querido personagem veloz. Seria bacana a SEGA colocar ele em uma de suas coletâneas, junto com material de desenvolvimento. Mas, de acordo com a forma a qual a empresa tem trabalhado suas coletâneas, este é um sonho bem distante.
Fonte: Arkade