Após o grande sucesso conquistado com o título “Out of This World“, a produtora francesa Delphine Software resolveu apostar novamente em um game com estilo semelhante e colocou o projeto nas mãos do desenvolvedor Paul Cuisset, sendo este o seu trabalho mais famoso.
E assim nasceu “Flashback: The Quest for Identity“, título que foi lançado originalmente para o computador Amiga e ganhou versões em vários outros sistemas, incluindo o Mega Drive e o Sega CD.
“Flashback” marcou uma geração de jogadores ao utilizar uma técnica para dar mais realismo e fluidez aos movimentos e ações dos personagens (utilizado no próprio Out of This World e no clássico Prince of Persia, por exemplo), sendo que o jogador precisa, o tempo todo, calcular distância dos pulos, saber a hora certa de atirar ou correr, etc.
Além disso, contava com várias cutscenes com gráficos vetoriais/poligonais, o que para a época era bastante inovador (a cena da mão do personagem pegando objetos é inesquecível). Outro ponto de destaque é o seu enredo, muito bem construído e amarrado, instigando a curiosidade do jogador com mistérios e reviravoltas na trama (e bem distante dos clichês “salve a princesa” dos games da época).
Sua narrativa scifi cyberpunk lembra bastante filmes clássicos do gênero como “Blade Runner”, “O Sobrevivente” e “O Vingador do Futuro”, com uma abordagem cinemática de primeira qualidade.
A história se passa no ano de 2142 e gira em torno de Conrad B. Hart, um agente da Galáxia Bureau, que descobriu uma conspiração de alienígenas infiltrados na nossa sociedade para dominar a Terra.
A introdução do game mostra Conrad fugindo em uma moto espacial, perseguido por uma nave que o derruba numa selva de Titã, uma lua de Saturno. Ao acordar, ele percebe que perdeu a sua memória, mas graças a uma gravação de si mesmo num holocube, ele sabe que deve ir para Nova Washington (também em Titã) encontrar o seu amigo Ian para restaurar sua lembranças, e assim salvar o mundo.
Contar mais do que isso seria estragar a surpresa daqueles que nunca jogaram, mas saiba que este é apenas o início de uma trama envolvente, recheada de ação, suspense e espionagem.
O manual do game ainda contava com uma história em quadrinhos de 14 páginas produzida pela Marvel Comics, que serve de prelúdio para o game.
“Flashback” conta com um visual que impressiona, utilizando design artísticos bem adultos (nada de nuvenzinhas sorridentes e bichinhos fofos) e detalhados, com cenários e áreas realmente caprichadas e belas (a primeira fase, na floresta, é uma das mais bonitas), especialmente por ser tratar de sistemas 16 Bits.
As animações e cores foram bem trabalhadas, tudo projetado com extremo bom gosto e pensado em criar a melhor atmosfera para a imersão do jogador, com temas estilizados e com personalidade. As animações de Conrad são realísticas e fluídas, e as animações de cutscenes agregam ainda mais valor visualmente (e eram incríveis para a época).
A versão em cartucho do game não conta com uma trilha sonora, mas sim com temas curtos que aparecem apenas em momentos chave e de grande clímax. A maior parte do tempo, ouve-se apenas sons dos ambientes e outros efeitos sonoros como tiros e explosões, o que cria uma atmosfera de tensão e mistério maior para o jogador.
Flashback” é um jogo que requer muita paciência por parte do jogador, pois sua ação se desenvolve de maneira lenta e calculada. Aqui não adianta sair correndo que nem louco, para passar de fase (e até mesmo por uma única tela), leva-se tempo apenas para andar, correr, pular, rolar, etc.
A jogabilidade, em um primeiro momento, pode parecer ser meio “travada”, mas com o tempo é fácil de se acostumar. As fases (sete no total) são estáticas, ou seja, o personagem saí de uma tela para outra, o que geralmente pode acabar em morte por um penhasco ou um inimigo atirando na tela seguinte. Todo cuidado é pouco.
O design dos cenários são muito bem bolados e exigem “timing” para pegar itens, pular plataformas, escapar de armadilhas, etc. Há vários quebra-cabeças (os famosos puzzles) para resolver em cada tela, que trabalham com o raciocínio e habilidade para alcançar certos locais ou para pegar itens.
E falando neles, há muitos itens que podem ser utilizados, como chaves para abrir portas, dinheiro, cartões de segurança, pedras para distrair inimigos e ativar sensores, teleportes, um escudo de defesa, um cinto anti-gravidade, entre vários outros.
A dificuldade é bastante elevada e não se iluda, você irá morrer muitas vezes, seja acidentalmente ou por estar numa parte mais difícil, e possivelmente levará umas boas horas, senão dias, para terminá-lo (isso para jogadores experientes). O game possui alguns save points e passwords para cada fase, o que facilita um pouco as coisas. Algo bem interessante é a presença de NPCs, que interagem com Conrad, dando dicas e pedindo ajuda em troca de algum item importante.
“Flashback” contou com uma sequência, chamada de “Fade to Black”, lançada para PlayStation em 1995. Mas o seu estilo poligonal 3D não agradou os fãs, além de contar com uma péssima qualidade, e foi um fracasso de vendas. Um terceiro jogo, “Flashback Legends”, foi projetado para o Game Boy Advance, mas com a falência da Delphine em 2002, o jogo foi cancelado.
Em 2013 Conrad voltou ao mundo dos games por meio do remake produzido pelo estúdio VectorCell (de Paul Cuisset e que já fechou as portas) em alta definição para PC, PlayStation 3 e Xbox 360, mas que infelizmente não teve a mesma boa recepção do game original. Recentemente o Switch recebeu a edição “Flashback 25th Anniversary”, que permite escolher entre jogar o clássico original de 1993 ou o novo “Modern Mode”, que possui filtros gráficos post-FX, sons e músicas remasterizados, uma nova função “rebobinar” que varia de acordo com o nível de dificuldade, e tutoriais.
“Flashback” pode ser considerado uma obra de arte no universo dos videogames, com um enredo scifi bastante envolvente, um visual inesquecível e desafio acima da média, que conquistou toda uma geração de jogadores e é lembrado com carinho até hoje.
Fonte: Blog Tectoy
E assim nasceu “Flashback: The Quest for Identity“, título que foi lançado originalmente para o computador Amiga e ganhou versões em vários outros sistemas, incluindo o Mega Drive e o Sega CD.
“Flashback” marcou uma geração de jogadores ao utilizar uma técnica para dar mais realismo e fluidez aos movimentos e ações dos personagens (utilizado no próprio Out of This World e no clássico Prince of Persia, por exemplo), sendo que o jogador precisa, o tempo todo, calcular distância dos pulos, saber a hora certa de atirar ou correr, etc.
Além disso, contava com várias cutscenes com gráficos vetoriais/poligonais, o que para a época era bastante inovador (a cena da mão do personagem pegando objetos é inesquecível). Outro ponto de destaque é o seu enredo, muito bem construído e amarrado, instigando a curiosidade do jogador com mistérios e reviravoltas na trama (e bem distante dos clichês “salve a princesa” dos games da época).
Sua narrativa scifi cyberpunk lembra bastante filmes clássicos do gênero como “Blade Runner”, “O Sobrevivente” e “O Vingador do Futuro”, com uma abordagem cinemática de primeira qualidade.
A história se passa no ano de 2142 e gira em torno de Conrad B. Hart, um agente da Galáxia Bureau, que descobriu uma conspiração de alienígenas infiltrados na nossa sociedade para dominar a Terra.
A introdução do game mostra Conrad fugindo em uma moto espacial, perseguido por uma nave que o derruba numa selva de Titã, uma lua de Saturno. Ao acordar, ele percebe que perdeu a sua memória, mas graças a uma gravação de si mesmo num holocube, ele sabe que deve ir para Nova Washington (também em Titã) encontrar o seu amigo Ian para restaurar sua lembranças, e assim salvar o mundo.
Contar mais do que isso seria estragar a surpresa daqueles que nunca jogaram, mas saiba que este é apenas o início de uma trama envolvente, recheada de ação, suspense e espionagem.
O manual do game ainda contava com uma história em quadrinhos de 14 páginas produzida pela Marvel Comics, que serve de prelúdio para o game.
“Flashback” conta com um visual que impressiona, utilizando design artísticos bem adultos (nada de nuvenzinhas sorridentes e bichinhos fofos) e detalhados, com cenários e áreas realmente caprichadas e belas (a primeira fase, na floresta, é uma das mais bonitas), especialmente por ser tratar de sistemas 16 Bits.
As animações e cores foram bem trabalhadas, tudo projetado com extremo bom gosto e pensado em criar a melhor atmosfera para a imersão do jogador, com temas estilizados e com personalidade. As animações de Conrad são realísticas e fluídas, e as animações de cutscenes agregam ainda mais valor visualmente (e eram incríveis para a época).
A versão em cartucho do game não conta com uma trilha sonora, mas sim com temas curtos que aparecem apenas em momentos chave e de grande clímax. A maior parte do tempo, ouve-se apenas sons dos ambientes e outros efeitos sonoros como tiros e explosões, o que cria uma atmosfera de tensão e mistério maior para o jogador.
Flashback” é um jogo que requer muita paciência por parte do jogador, pois sua ação se desenvolve de maneira lenta e calculada. Aqui não adianta sair correndo que nem louco, para passar de fase (e até mesmo por uma única tela), leva-se tempo apenas para andar, correr, pular, rolar, etc.
A jogabilidade, em um primeiro momento, pode parecer ser meio “travada”, mas com o tempo é fácil de se acostumar. As fases (sete no total) são estáticas, ou seja, o personagem saí de uma tela para outra, o que geralmente pode acabar em morte por um penhasco ou um inimigo atirando na tela seguinte. Todo cuidado é pouco.
O design dos cenários são muito bem bolados e exigem “timing” para pegar itens, pular plataformas, escapar de armadilhas, etc. Há vários quebra-cabeças (os famosos puzzles) para resolver em cada tela, que trabalham com o raciocínio e habilidade para alcançar certos locais ou para pegar itens.
E falando neles, há muitos itens que podem ser utilizados, como chaves para abrir portas, dinheiro, cartões de segurança, pedras para distrair inimigos e ativar sensores, teleportes, um escudo de defesa, um cinto anti-gravidade, entre vários outros.
A dificuldade é bastante elevada e não se iluda, você irá morrer muitas vezes, seja acidentalmente ou por estar numa parte mais difícil, e possivelmente levará umas boas horas, senão dias, para terminá-lo (isso para jogadores experientes). O game possui alguns save points e passwords para cada fase, o que facilita um pouco as coisas. Algo bem interessante é a presença de NPCs, que interagem com Conrad, dando dicas e pedindo ajuda em troca de algum item importante.
“Flashback” contou com uma sequência, chamada de “Fade to Black”, lançada para PlayStation em 1995. Mas o seu estilo poligonal 3D não agradou os fãs, além de contar com uma péssima qualidade, e foi um fracasso de vendas. Um terceiro jogo, “Flashback Legends”, foi projetado para o Game Boy Advance, mas com a falência da Delphine em 2002, o jogo foi cancelado.
Em 2013 Conrad voltou ao mundo dos games por meio do remake produzido pelo estúdio VectorCell (de Paul Cuisset e que já fechou as portas) em alta definição para PC, PlayStation 3 e Xbox 360, mas que infelizmente não teve a mesma boa recepção do game original. Recentemente o Switch recebeu a edição “Flashback 25th Anniversary”, que permite escolher entre jogar o clássico original de 1993 ou o novo “Modern Mode”, que possui filtros gráficos post-FX, sons e músicas remasterizados, uma nova função “rebobinar” que varia de acordo com o nível de dificuldade, e tutoriais.
“Flashback” pode ser considerado uma obra de arte no universo dos videogames, com um enredo scifi bastante envolvente, um visual inesquecível e desafio acima da média, que conquistou toda uma geração de jogadores e é lembrado com carinho até hoje.
Fonte: Blog Tectoy