Toda concorrência é boa para o mercado e ao consumidor, e parece que estamos diante de uma nova "revolução" no mercado de jogos digitais pra PC.
Steam cresceu de maneira progressiva, surgindo em uma época de baixa no PC gaming, e ditando muitas das regras que poucos concorrentes batem. Até hoje, é a plataforma principal de jogos nos computadores para a esmagadora maioria dos jogadores. A loja ainda não é perfeita, mas até mesmo gigantes do segmento, como a Microsoft, parecem ter dificuldades em competir com a loja da Valve.
Poucas outras empresas oferecem concorrência relevante. A CD Projekt Red tem o GOG, que sempre se destacou pelos jogos antigos, e por oferecer jogos sem DRM. A Ubisoft tem a Ubistore. A Electronic Arts tem o Origin, com jogos multi e alguns jogos exclusivos. A Rockstar Social Club oferece jogos first party, mas sem exclusividade.
Outra distribuidora de relevância é a Battle.net, que, por tratar apenas de exclusivos, não chega necessariamente a ser uma concorrência, visto que ninguém vai deixar de comprar no Steam por causa dela, ou vice-versa.
Agora, a Epic, criadora de marcas historicamente famosas como "Unreal Tournament" e "Gears of War", além da engine Unreal, usada por muitas franquias de sucesso (Daylight, Tekken 7, Street Fighter V, Dragon Quest XI, Injustice 2, Marvel vs Capcom Infinite, Soul Calibur VI, Mortal Kombat 11) e também de talvez o maior sucesso do momento, "Fortnite", está ampliando sua distribuição de jogos. Isso ficou bastante evidente até mesmo durante a última TGA, onde a empresa aproveitou para divulgar sua nova loja, Epic Store.
Nos últimos dias, a Epic anunciou jogadas como a vinda aos PCs de Journey, até hoje exclusivo de PS3/PS4. Satisfactory, dos criadores de Factorio, removeu sua página no Steam, e estará disponível apenas na loja da Epic. Rebel Galaxy Outlaw, Genesis Alpha One e a continuação de Super Meat Boy vão ser exclusivos temporários da Epic Store. Além disso, a loja vai distribuir 2 jogos grátis por mês em 2019.
Há muito tempo que não vemos um serviço com uma entrada tão impactante. E o timing parece propício, visto que a Valve parece estar muito acomodada há anos. Recentemente ela gerou polêmica ao privilegiar o lucro de jogos com vendas gigantes (acima dos 10 milhões), o que pareceu uma tentativa de inibir a criação (ou crescimento) de mais serviços por parte de grandes empresas, mas que também frustrou developers pequenos e independentes.
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