Ron Gilbert é uma lenda no mundo dos adventures. Ele criou Maniac Mansion e Monkey Island, as fundações de toda uma era de excelentes point-and-click da LucasArts.
Em uma entrevista para o site Gameological Society, Gilbert falou abertamente sobre os desafios de fazer um jogo divertido, a dificuldade de criar elencos igualmente bem apresentados, e o que pode transformar um adventure em um clássico.
Mas, perto do final da entrevista, Gilbert abordou um tema importante e atual. Na esteira de jogos financiados pelo público, como no Kickstarter, e fiascos de popularidade, como o do final de Mass Effect 3, quais são as obrigações de um criador para com o seu público? “Você não deve ter obrigações com eles”, Gilbert respondeu categoricamente. Criadores precisam ter sucesso ou falhar com as suas criações, em seus próprios termos:
Você tem que fazer o que você quer fazer, e você tem que fazer o que você acha que é a coisa certa a fazer. O que você acha que é a melhor coisa a fazer. Pessoas que gostam do que você faz e são fãs do seu trabalho vão gostar do que você faz, desde que você faça algo fiel a si mesmo. Você pode entrar em um monte de problemas quando começa a se preocupar demais com o que as pessoas vão pensar, porque você começa a entrar nesse ciclo de autocensura bizarro. Você faz algo que pode ser interessante, diferente e original, mas você fica preocupado demais com o que as pessoas vão pensar, e você acaba se censurando.
Coisas criativas – não importa se vêm dos livros, videogames ou o que seja – se são realmente boas, têm muitas partes pontudas. É isso o que as torna interessantes. Todas essas pequenas regiões pontiagudas e todas essas pequenas coisas com as quais você pode se machucar, é isso o que torna o trabalho criativo interessante. Se você entrar em modo de autocensura, você começa a retirar todos os cantos, porque você está com muito medo de ofender alguém ou preocupado com o que alguém vai pensar sobre isso. E então o que você tem é uma porcaria desinteressante. Eu acho que você só precisa fazer o que você considera certo, e torcer para que as pessoas gostem.
Coisas criativas – não importa se vêm dos livros, videogames ou o que seja – se são realmente boas, têm muitas partes pontudas. É isso o que as torna interessantes. Todas essas pequenas regiões pontiagudas e todas essas pequenas coisas com as quais você pode se machucar, é isso o que torna o trabalho criativo interessante. Se você entrar em modo de autocensura, você começa a retirar todos os cantos, porque você está com muito medo de ofender alguém ou preocupado com o que alguém vai pensar sobre isso. E então o que você tem é uma porcaria desinteressante. Eu acho que você só precisa fazer o que você considera certo, e torcer para que as pessoas gostem.
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