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Mais de 800 mortos em Bangladesh [+update, 920]

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Ryo_Hazuki
Bonatti
JurianSutter
DJANGO
Kaneda
Ritinha Ratinha
Melhor nick da historia!!
Dopefish
12 participantes

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Essa foto dá até um nó na garganta.

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Grau Hut escreveu:
Dopefish escreveu:
Grau Hut escreveu:
A Nike usou muita mão de obra infantil em regimes praticamente escravos na Indonésia, sendo esse o motivo pelo qual eu me comecei a me negar a comprar produtos da Nike quando adolescente, hábito que ainda não perdi.


Que eu saiba, isso ai ainda não mudou.


Também acho que não, mas não tenho lido notícias mais recentes então achei melhor não afirmar de forma categórica.


Eu vi uma notícia esses dias, tô tentando achar...

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Guitto escreveu:
Foto forte de um casal que morreu abraçado nessa tragedia. Cena impactante, não é zuera, se é sensivel, não abra o spoiler!

Spoiler :


Nossa cara.. que foto FORTE! Pra quem é sensível não recomendo mesmo.

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Grau Hut escreveu:
VRebuli escreveu:
JurianSutter escreveu:
Foda que Bangladesh alimenta e muito o capitalismo ocidental, altas marcas "tops" tem linhas de produção lá.


É tenso isso, muito dos luxos do ocidente vem ao custo de trabalho escravo em países da ásia menor...


É por aí... quando puder (e se quiser) dá uma folheada no livro "Capitalismo Parasitário" do Zygmunt Bauman.


Se tiver tempo verei, cara... Meu professor esses dias passou um vídeo falando sobre a ganância industrial e o meio ambiente, onde vários ex-CEOs de multinacionais falavam de suas decisões quando trabalhavam e de como destruiam deliberadamente o planeta e muito seres humanos em busca do lucro... Não sou comunista, mas o que muita gente faz por dinheiro hoje é extremamente absurdo.

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JurianSutter escreveu:
Guitto escreveu:
Foto forte de um casal que morreu abraçado nessa tragedia. Cena impactante, não é zuera, se é sensivel, não abra o spoiler!

Spoiler :


Nossa cara.. que foto FORTE! Pra quem é sensível não recomendo mesmo.



Muito triste mesmo...

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Cada vez mais vejo notícias do meio textil ou eletrônico o esforço em cada vez mais tornarem a mão de obra mais barata e rápida possível.

SUm bom exemplo é a fábrica que produz a linha da Apple, a Foxcom.

Dessa da Nike eu não sabia.

E é foda, vc vê nego hipôcrita de nike, apple e marquinhas famosas pagando de certinho e de pró ativo em protestos e tudo mais, querendo salvar o planeta.

Essa merda toda tá tudo errado, sério. Até aqui em São Paulo, em lojas mais humildes(Brás) recebem roupas produzidas por bolivianos escravizados. E tudo isso por aqui mesmo.

Sério, que porra de mundo é esse.

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http://papodehomem.com.br/quantos-escravos-trabalham-pra-voce/

Bom texto.


Daniel Goleman no TED Lateral Thinking, em 2007 escreveu:
“Os objetos que compramos e usamos têm consequências ocultas. Somos todos vítimas passivas do nosso ponto cego coletivo. Nós não notamos. E não notamos que não notamos. Somos indiferentes às consequências ecológicas, de saúde pública, sociais e econômicas das coisas que compramos e usamos. De certa forma, a própria sala é o elefante branco na sala, e nós não vemos. E nos tornamos vítimas de um sistema que nos aponta para o outro lado.”


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Henrico D. Santo escreveu:
http://papodehomem.com.br/quantos-escravos-trabalham-pra-voce/

Bom texto.


Daniel Goleman no TED Lateral Thinking, em 2007 escreveu:
“Os objetos que compramos e usamos têm consequências ocultas. Somos todos vítimas passivas do nosso ponto cego coletivo. Nós não notamos. E não notamos que não notamos. Somos indiferentes às consequências ecológicas, de saúde pública, sociais e econômicas das coisas que compramos e usamos. De certa forma, a própria sala é o elefante branco na sala, e nós não vemos. E nos tornamos vítimas de um sistema que nos aponta para o outro lado.”



É o tipo de coisa que faz eu me sentir um merda... sério.

Lembrei de um poema do Ferreira Gullar:

O Açúcar


O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.

Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.

Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.

Ferreira Gullar

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Ferreira Gullar, mestre em dar socos no estômago com poucas palavras...

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JurianSutter escreveu:
Ferreira Gullar, mestre em dar socos no estômago com poucas palavras...


É um dos meus poetas favoritos, mas o preferido mesmo ainda é Mario Quintana.
Também gosto muito do Fernando Pessoa e seus pseudônimos, mas infelizmente acabou ocorrendo com ele o "efeito Chico Buarque", onde um artista de qualidade acaba virando modinha entre a galera "cool & cult" que lê, diz que gosta e que é o preferido para fazer pose no estilo "veja como sou culto".

Não tenho nada contra o trabalho do Chico Buarque (pelo contrário... eu gosto) mas não tenho paciência para os "chiquistas"...

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Bom ponto Grau. Tem muita gente que adora fazer pose, e isso é um tanto chato.

Ferreira Gullar é definitivamente um dos melhores pra mim. Pessoa gosto, mas não é muito o que aprecio. Mário Quintana, te confesso que não li tantas coisas. Aceito indicações!

No grupo de amigos de leitores eu sou o que defende Machado de Assis. Acho que releio os contos dele quase todo ano.

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JurianSutter escreveu:
Bom ponto Grau. Tem muita gente que adora fazer pose, e isso é um tanto chato.

Ferreira Gullar é definitivamente um dos melhores pra mim. Pessoa gosto, mas não é muito o que aprecio. Mário Quintana, te confesso que não li tantas coisas. Aceito indicações!

No grupo de amigos de leitores eu sou o que defende Machado de Assis. Acho que releio os contos dele quase todo ano.


Do Mario Quintana eu gosto muito de "O Anjo Malaquias" e de "Jazz"

O Anjo Malaquias

O Ogre rilhava os dentes agudos e lambia os beiços
Grossos, com esse exagerado ar de ferocidade que
Os monstros gostam de aparentar, por esporte.
Diante dele, sobre a mesa posta, o Inocentinho balava, imbele.
Chamava-se Malaquias - tão pequenininho e rechochudo,
Pelado, a barriguinha pra baixo, na tocante posição de certos
Retratos da primeira infância...
O Ogre atou o guardanapo no pescoço.
Já ia o miserável devorar o Inocentinho, quando Nossa Senhora
Interferiu com um milagre.
Malaquias criou asas e saiu voando, voando, pelo ar atônito...
Saiu voando janela em fora...
Dada, porém, a urgência da operação, as asinhas brotaram-lhe
Apressadamente na bunda, em vez de ser um pouco mais acima,
Atrás dos ombros.
Pois quem nasceu para mártir, nem mesmo a Mãe de Deus lhe vale!
Que o digam as nuvens, esses lerdos e desmesurados cágados das
Alturas, quando, pela noite morta, o Inocentinho passa por entre
Elas, voando em esquadro, o pobre, de cabeça pra baixo.
E o homem que, no dia ordenado, esta jogando os sapatos dos
Filhos, o vestido da mulher e a conta do vendeiro, esse ouve, no
Entrechocar das fichas, o desatado pranto do Anjo Malaquias!
E a mundana que pinta o seu rosto de ídolo...
E o empregadinho em falta que sente as palavras de emergência
Fugirem-lhe como cabelos de afogado...
E o oiador que pára em meio de uma frase...
E o tenor que dá, de súbito, uma nota em falso...
Todos escutam, no seu imenso desamparo, o choro agudo Anjo
Malaquias!
E quantas vezes um de nós, ao levar o copo ao lábio, interrompe
O gesto e empalidece...
- O Anjo!
O Anjo Malaquias!
- ...E então, pra disfarçar, a gente faz literatura... e diz aos amigos
Que foi apenas uma folha morta que se desprendeu... ou que um
Pneu estorou, longe... na estrada Aldebaran...


Jazz


Deixa subirem os sons agudos, os sons estrídulos do jazz no ar.
Deixa subirem: são repuxos: caem...
Apenas ficaram os arroios correndo sem rumor dentro da noite.
E junto a cada arroio, nos campos ermos,
Um Anjo de Pedra estará postado.

O Anjo de Pedra que está sempre imóvel por detrás de todas as coisas
Em meio aos salões de baile, entre o fragor das batalhas, nos comícios
das praças públicas
E em cujos olhos sem pupilas, brancos e parados,
Nada do mundo se reflete.

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Realmente, devéras intenso! Deveríamos criar um tópico apenas sobre literatura rsrs

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Tem outros do Quintana que eu gosto mas não lembro o nome... tem um que ele fala que um inseto que entrou no escritório dele quando estava escrevendo, mas não lembro bem o nome...

O Quintana também tinha umas definições e ideias interessantes a beça. Em "O caderno H" ele disse uma das melhores definições de democracia que já li:

"Democracia é dar a todos, o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, isso depende de cada um."

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JurianSutter escreveu:
Realmente, devéras intenso! Deveríamos criar um tópico apenas sobre literatura rsrs


Eu acho que seria muito legal.

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