Dopefish escreveu: Maconheiros dirão que foi por causa do formol.
Não é bem assim. Deixa eu te explicar:
Cannabis (cânabis/canábis (português brasileiro) ou canábis (português europeu) 1 2 ), também conhecida por maconha, erva, além de outros nomes populares,nota 1 refere-se a várias drogas psicoativas e medicamentos derivados de plantas do gênero Cannabis. Farmacologicamente, o principal constituinte psicoativo desse tipo de planta é o tetrahidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros canabinoides, como o canabidiol (CBD), canabinol (CBN), e tetrahidrocanabivarin (THCV).5
A forma herbácea da droga consiste de flores femininas maduras e folhas que subtendem das plantas pistiladas (femininas). A forma resinosa, conhecida como haxixe,6 consiste fundamentalmente de tricomas glandulares coletados do mesmo material vegetal.
O principal composto químico psicoativo presente na canábis é o Δ9-tetrahidrocanabinol (delta-9-tetrahidrocanabinol),6 comumente conhecido como THC - cuja concentração média é de até 8%, mas algumas variedades de maconha (cruzamentos entre a espécie Cannabis sativa e a Cannabis indica) comumente conhecidas como skunk ("cangambá", em inglês) produzem recordes na marca de 33% de THC. .
O consumo humano da canábis teve início no terceiro milênio a.C..7 Nos tempos modernos, a droga tem sido utilizada para fins recreativos, religiosos ou espirituais, ou para efeitos medicinais. As Nações Unidas estimam que cerca de quatro por cento da população mundial (162 milhões de pessoas) usam maconha pelo menos uma vez ao ano e cerca de 0,6 por cento (22,5 milhões) consomem-na diariamente.8 A posse, uso ou venda da maconha se tornou ilegal na maioria dos países do mundo no início do século XX; desde então, alguns países têm intensificado as leis que regulamentam a proibição do produto, enquanto outros reduziram a prioridade na aplicação destas leis.
As primeiras evidências da inalação de canábis são datadas do terceiro milênio a.C., tal como indicado pelas sementes de Cannabis que foram encontradas em um sítio, onde hoje é a Romênia.7 Os mais famosos usuários de maconha daquele tempo eram os hindus da Índia e do Nepal, os quais deram o nome de ganjika a erva.9 10 A antiga droga soma, mencionada como um alucinógeno estimulante sagrado, foi por vezes associada à canábis.11
A canábis também foi utilizada pelo povo assírio, que descobriu as suas propriedades psicoativas através dos arianos.12 Era utilizada em algumas cerimônias religiosas, onde era chamada qunubu (que significa "caminho para a produção de fumo"), provável origem da palavra moderna cannabis.13 A maconha também foi introduzida pelos arianos aos cítios e trácios / dácios, e os xamanes queimavam flores da Cannabis para induzir um estado de transe.14 Os membros do culto de Dionísio, também inalavam maconha durante as missas. Em 2003, uma cesta cheia de couro com folhas e sementes de Cannabis foi encontrada no noroeste da Região Autónoma de Xinjiang Uygur, China. Datava de próximo a um 2500 a 2800 anos15 16
Selo de produtor de canábis de 1945.
A maconha se tornou ilegal nos Estados Unidos em 1937 devido a Marihuana Tax Act of 1937. Várias teorias tentam explicar por que é ilegal na maioria das sociedades ocidentais. Jack Herer, um ativista a favor da legalização da maconha e escritor, argumenta que os interesses económicos do papel e da indústria química foram as principais forças para torná-la ilegal.17 18 19
Hoje, a utilização recreativa da canábis no mundo ocidental impulsiona uma considerável procura da droga. Ela é a colheira lucrativa com maior dimensão nos Estados Unidos, gerando um valor estimado em US$36 bilhões no mercado.20 A maior parte do dinheiro não é gasto no cultivo e produção, mas no contrabando e fornecimento para os compradores.
O Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência relatou que geralmente os preços da canábis na Europa variam de 2 a 14 euros por grama, tendo a maioria dos países uma média entre 4-10 euros.21 O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime reportou em 2008 que os preços variavam em sua maioria entre 10/15 dólares por grama.22
Soro da verdade
A maconha foi utilizada como soro da verdade pelo Office of Strategic Services (OSS), uma agência governamental dos Estados Unidos formada durante a Segunda Guerra Mundial, no início dos anos 1940. Foi o mais efetivo soro da verdade desenvolvido pela OSS no St. Elizabeths Hospital; o que causou muita polêmica na época.23
Em maio de 1943, o major George Hunter White, chefe das operações de contraespionagem dos Estados Unidos, organizou uma reunião com Augusto Del Gracio, um porta-voz do gangster Lucky Luciano. A Del Gracio foi dado cigarros de Cannabis com uma alta concentração de THC, o que o fez ficar literalmente fora-de-si e falar sobre uma operação da heroína, organizada por Luciano. Em uma segunda ocasião, a dose foi aumentada e Del Gracio desmaiou por duas horas.23
Efeitos
Ver artigo principal: Efeitos da maconha à saúde
Ilustração dos principais efeitos causados pelo uso da canábis.
A canábis produz efeitos psicoativos e fisiológicos quando consumida. A quantidade mínima de THC para poder notar-se um efeito perceptível é de cerca de 10 microgramas por quilo de peso corporal.24 Para além de uma mudança na percepção subjetiva, as mais comuns de curto prazo são efeitos físicos e neurológicos, que incluem aumento da freqüência cardíaca, diminuição da pressão do sangue, diminuição da coordenação psicomotora, e perda de memória.25 Efeitos a longo prazo são menos claros.26 27 Embora muitos fármacos claramente a inserem na categoria de qualquer estimulante, sedativo, alucinógeno, ou antipsicótica, a canábis contém tanto THC e canabidiol (CBD), os quais fazem parte da propriedade dos alucinógenos e principalmente estimulantes. Alguns estudos sugerem outros canabinóides, especialmente CDB, encontrado na planta Cannabis que altera a psicoativadade do THC e efeitos estimulantes.28 29 30
Alguns estudos associam o uso prolongado da Cannabis com o desenvolvimento de cânceres pois sua fumaça possui de 50% a 70% a mais de hidrocarbonos cancerígenos que o tabaco. Os cânceres mais citados em estudos são os que afetam o respiratório31 e o sistema reprodutor.32
Diferença de velocidades de absorção
Via Velocidade Biodisponibilidade (%) Início do efeito Pico de efeito Duração do efeito
Oral Irregular e lenta
6
30-60 minutos 2,5 - 3,5 horas 4 - 6 horas
Pulmonar (fumada) Muito rápida
18
Alguns minutos 8 - 15 minutos 2 - 3 horas
Efeitos nocivos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atesta que o uso da maconha comprovadamente prejudica o desenvolvimento cognitivo (capacidade de aprendizagem), incluindo processos associativos, a capacidade de recordar de itens previamente escolhidos, o desempenho psicomotor em uma grande variedade de tarefas tais como coordenação motora, atenção dividida e tarefas operativas de vários tipos como desempenho em máquinas complexas pelo tempo de até 24 horas depois de fumar somente 20 mg de THC.33 No entanto, o uso prolongado de maconha não causa prejuízos permanentes nas capacidades cognitivas (raciocínio, aprendizado e resolusão de problemas).34 Além disso há um aumento no risco de acidentes entre as pessoas que dirigem quando intoxicadas pela maconha.35
Além disso, existe o risco de contaminação por diversos agentes infecciosos que não são destruídos ao se fumar, sendo possível que a fumaça cause contaminações pulmonares por fungos e bactérias presentes nas folhas não preservadas adequadamente. Dentre os problemas mais comuns estão salmonela, pneumonia, reação alérgicas e histoplasmose. 36 Na gravidez o uso da maconha está associado a alterações no desenvolvimento fetal levando a uma redução no peso ao nascer, elevando o risco pós-natal de formas raras de câncer.37 O uso regular também está associado com o dobro de risco de surto psicótico e esquizofrenia, transtornos de ansiedade e transtornos do humor como depressão maior, distimia, apatia, transtorno do pânico, paranoia, alucinação, delirium e confusão mental; 38 39
Por desregular os hormônios sexuais, o uso frequente também está associado com câncer de testículo 40 , disfunção sexual (como a ejaculação precoce ou a anorgasmia) e diminuição da fertilidade.41 Alguns estudos científicos também indicam risco aumentado de Acidente vascular cerebral42 e de Mal de Alzheimer.43
O risco de dependência é baixo e o risco de morrer por overdose é quase nulo quando comparado a outras drogas. A síndrome de dependência da maconha pode ser identificada por distúrbios do sono, apatia, perda do apetite, ansiedade, fadiga, náuseas, pressão baixa e irritabilidade. 44
Uso medicinal
Loja de maconha medicinal em Los Angeles, Califórnia.
A Cannabis é indicada para tratar e prevenir náuseas e vômitos, para tratamento de glaucoma, espasmos, além de ser usado como relaxante muscular bem como um analgésico geral. Estudos individuais também foram realizados indicando a maconha para tratamento da esclerose múltipla. Extratos de canábis também foram criados e vendidos como medicamentos prescritos nos Estados Unidos, principalmente para o tratamento da dor e náusea. Estudos recentes comprovaram a eficácia do THC, principal substância da maconha, contra o células cancerígenas. Em pesquisas com tratamento de câncer há indícios de que o THC possa induzir as células malsãs a um processo de autodestruição; além de pesquisas com injeções intramusculares de concentrações do D9-tetrahidrocanabinol (D9-THC) retardarem a progressão da imunodeficiência de macacos infectados com SIV (variante do vírus HIV) por diminuição da carga viral. 45 46 47 Alguns estudos apontam o consumo de THC como benéfico para portadores de Mal de Alzheimer 48 . O brasileiro Dartiu Xavier da Silveira, Doutor em Psiquiatria e Psicologia Médica, foi responsável por um estudo com dependentes de crack no qual estes se dispuseram a tratar sua dependência com maconha. Ao final do tratamento, 68% dos pacientes abandonaram o uso de crack, e posteriormente também cessaram o uso de maconha. O estudo foi publicado na conceituada revista científica americana Journal of Psychoactive Drugs, em 1999.49
Em 2009, um americano entrou para o Guiness Book como a pessoa que mais fumou maconha "legal" no mundo 50 . Irvin Rosenfeld possui um câncer raro nos ossos e recebe a maconha gratuitamente do governo americano como tratamento. O paciente afirma já ter fumado cerca de 115 mil cigarros de canábis medicinal, uma média de 10 a 12 por dia, desde 1981, tendo sido o segundo paciente a se beneficiar da lei que autoriza o uso de maconha para fins terapêuticos nos Estados Unidos.
Efeitos a longo prazo
Comparação dos danos físicos e da dependência em relação a várias drogas (feita pela revista médica britânica The Lancet).51
A ação de fumar canábis é o método mais prejudicial do consumo, uma vez que a inalação de fumo a partir de materiais orgânicos, como a maconha, tabaco, jornais e material pode causar diversos problemas de saúde.52
Em comparação, o estudo sobre o uso da canábis através da vaporização, constatou que "apenas 40% dos indivíduos têm a probabilidade de relatar sintomas respiratórios como os usuários que não a usam por vaporização, mesmo quando a sua idade, sexo, utilização do cigarro, e a quantidade de Cannabis consumida são controladas."53 Outro estudo constatou que os vaporizadores são "um seguro e eficaz sistema para a utilização da Cannabis."54 55
Em um estudo de 2007, o governo canadense constatou que o fumo da maconha continha maior concentração de algumas substâncias tóxicas do que o fumo do tabaco, porém muito menos diversidade de substâncias tóxicas.56 O estudo determinou que o fumo da maconha continha 20 vezes mais amônia, e cinco vezes mais cianeto de hidrogénio e óxidos de nitrogênio do que o fumo do tabaco. Embora muitos investigadores não conseguiram encontrar uma correspondência,57 58 alguns pesquisadores concluem que o fumo da maconha representa um maior risco de câncer de pulmão do que o fumo do tabaco.59 Mas, diferentemente do tabaco, praticamente nenhum usuário de maconha fuma um maço por dia, se restringindo a fumar 1 ou 2 baseados.60 Alguns estudos têm demonstrado que o mesmo ingrediente cannabidiol, não intoxicante, e que é encontrado na maconha, pode ser útil no tratamento do câncer de mama.61
O consumo da canábis tem sido avaliado por vários estudos a serem correlacionados com o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, surto psicótico e depressão maior.62 63 Alguns estudos correlacionam o uso de maconha e esquizofrenia64 . No entanto, nunca foi demonstrada uma relação de causalidade entre o consumo da droga e o desenvolvimento desta doença.65
Apesar da canábis, por vezes, tem sido associada com AVC, não é firmemente estabelecida a ligação e os mecanismos potenciais são desconhecidos.66 Do mesmo modo, não existe nenhuma relação estabelecida entre o consumo de cannabis e doenças cardíacas, incluindo exacerbação em casos de doenças cardíacas existentes.67
Potência
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNDOC, na sigla em inglês), a quantidade de tetrahidrocanabinol (THC) presente em uma amostra de canábis é geralmente utilizada como medida de potência desta maconha.68 Os três principais tipos de produtos derivados da canábis são a erva (maconha), a resina (haxixe) e o óleo (óleo de haxixe). O UNODC afirma que a maconha frequentemente contém 5 por cento de seu conteúdo composto por THC, enquanto a resina pode conter até 20% de conteúdo, e o óleo de haxixe cerca de 60%.68
Um estudo publicado em 2000 no Journal of Forensic Sciences concluiu que a potência da maconha confiscada nos Estados Unidos passou de "cerca de 3,3% em 1983 e 1984" para "4,47% em 1997." Concluiu igualmente que "outros grandes canabinóides [o canabidiol (CBD), o canabinol (CBN) e o canabicromeno (CBC)] não mostraram qualquer mudança significativa na sua concentração ao longo dos anos."69
O Centro Nacional de Informação e Prevenção da Canábis da Austrália afirma que os 'brotos' da cannabis de sexo feminino contêm a concentração mais alta de THC, seguido pelas folhas. Os caules e as sementes têm "níveis muito mais baixos".70 A ONU afirma que as folhas podem conter dez vezes menos THC do que os brotos, e os caules cem vezes menos THC.68
Após revisões na classificação da cannabis no Reino Unido, o governo alterou a planta para uma droga da classe C para uma de classe B. A razão disso foi o aparecimento de variedades de cannabis de alta potência. O governo contabiliza que entre 70 e 80% das amostras apreendidas pela polícia é de skunk71 (apesar do fato de que o skunk pode às vezes ser confundido incorretamente com todos os tipos de cannabis herbácea).72 73 Extratos como o haxixe e o óleo de haxixe normalmente contêm mais THC do que as flores de cannabis de alta potência.
Tipos de Cannabis.
Apesar de críticos apontarem que cannabis de "alta potência" poderia representar um risco para a saúde, outros observaram que os usuários desse tipo de droga facilmente aprendiam a compensar os efeitos nocivos reduzindo suas doses, beneficiando-se da redução dos efeitos colaterais de fumar, como o choque térmico ou o monóxido de carbono. Vários laboratórios analíticos que fornecem a indústria da maconha medicinal na costa oeste dos Estados Unidos avaliaram os níveis de THC na maconha vendida. Os níveis típicos variam entre 16 e 17%, enquanto as amostras de cannabis com menos de 10% de THC são raras. Atualmente os limites máximos de THC para folhas de cannabis cultivadas na Califórnia é de 23/25%.74
Diferença entre Cannabis indica e Cannabis sativa
A Cannabis indica pode ter uma relação CBD/THC de 4 a 5 vezes maior que a Cannabis sativa. As cepas de cannabis com índices de CBD/THC relativamente altos são menos propensas a induzir à ansiedade, do que ao contrário. Isto pode acontecer devido a efeitos antagonistas do CBD nos receptores de canabinoides, em comparação ao efeito do THC agonista parcial. O CBD também é um agonista do receptor 5-HT1A, o que também pode contribuir para um possível efeito ansiolítico.75 Isto provavelmente significa que as altas concentrações de CBD encontrados na Cannabis indica uma significativa mitigação do efeito ansiogênico do THC.75 Os efeitos da sativa são bastante conhecidos por suas altas cerebral, portanto utilizada durante o dia como maconha medicinal, enquanto os efeitos da indica são conhecidos por seus resultados sedativos e, portanto, é mais utilizada preferencialmente durante à noite como medicamento.75
Adulteradores
É menos comum a presença de adulterantes na maconha do que em outras drogas. Giz (nos Países Baixos) e partículas de vidro (no Reino Unido) têm sido utilizadas para fazer o produto parecer de melhor qualidade.76 77 78 O uso de chumbo para aumentar o peso dos produtos de haxixe na Alemanha provocou intoxicações com chumbo em pelo menos 29 usuários.79 Nos Países Baixos, foram encontrados dois similares químicos do Sildenafil (Viagra) em maconha adulterada.80
De acordo com os sites "Talk to FRANK" e UKCIA, o Soap Bar, "talvez o tipo mais comum de haxixe no Reino Unido", foi analisado e nele encontrado "na pior das hipóteses" terebintina, tranquilizantes, betume, henna e fezes de animais, entre várias outras coisas.81 82 Um pequeno estudo de cinco amostras de Soap Bar apreendidas pela Alfândega do Reino Unido em 2001, detectou uma enorme adulteração por muitas substâncias tóxicas, incluindo o petróleo, cola de motor e fezes de animais.83
Crescimento e cultivo
Uma planta de Cannabis fêmea e madura.
Agricultores e criadores de cannabis herbácea frequentemente afirmam que os avanços na produção e nas técnicas de cultivo aumentaram a potência dos efeitos da planta desde os anos 1960 e início dos anos 1970, quando o THC foi descoberto e compreendido. No entanto, variedades potentes de cannabis sem sementes, tais como a "Thai stick", já estavam disponíveis nessa época. A Sinsemilla (espanhol para "sem semente") são as secas sem caroço, inflorescências de plantas fêmeas de cannabis.
Como a produção de THC cai depois que a polinização ocorre, as plantas masculinas (que produzem pouco THC) são eliminadas antes de lançar o pólen, justamente para impedir o processo de polinização. Técnicas de cultivo avançadas, como a hidroponia, a clonagem e a iluminação artificial de alta intensidade são métodos frequentemente empregados em resposta (em parte) aos esforços de aplicação da proibição legal, que torna o cultivo ao ar livre mais arriscado. É frequentemente citado que os níveis médios de THC na maconha vendida nos Estados Unidos aumentou drasticamente entre os anos 1970 e 2000, mas tais declarações são provavelmente distorcidas por causa do peso excessivo dado a amostras muito mais caras e potentes, mas menos frequentes.84 O nível médio de THC em coffeeshops nos Países Baixos é de 18 a 19%, mas novas regras adotadas pelo governo do pais em 2011 obrigam que o teor de THC na maconha vendida em nos café a ter um teto de 15%, indicando que as amostras de cannabis com mais de 15% de THC serão reclassificadas como uma droga pesada. Essas novas regras entraram em vigor em 2012.85 86
Preço
O preço ou o valor de mercado da cannabis varia muito, dependendo da área geográfica e de sua potência.87
Nos Estados Unidos, a cannabis é a quarta cultura agrícola de maior valor e a primeira ou segunda em muitos estados do país, como Califórnia, Nova York e Flórida, com um valor médio de US$ 3.000/lb.88 89 Estima-se que o cultivo e o comércio de cannabis movimente um mercado de 36 bilhões de dólares.90 A maior parte do dinheiro não é gasto no cultivo e na produção, mas no contrabando e no fornecimento para os compradores. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime afirmou no Relatório Mundial sobre Drogas de 2008 que os preços típicos de varejo da droga nos Estados Unidos é de US$ 10/15 por grama. O valor de mercado da planta na América do Norte é conhecido por variar entre US$ 150 a US$ 400 por onça, dependendo da qualidade.91
Os relatórios do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência mostram que os preços típicos de varejo na Europa para a cannabis varia de 2 € a 14 € por grama, com a maioria dos países europeus preços na faixa de 4/10 €.92
Formas
Marijuana.
Maconha
Os termos maconha, liamba ou marijuana referem-se às folhas secas das plantas Cannabis e às flores das plantas femininas.93 Este é o modo mais amplo de consumir-se cannabis. Contém um teor de THC que pode variar de 3% até 22%;94 em contrapartida, a Cannabis utilizada para produzir linhagens industrais de cânhamo contém menos de 1% do THC.95
Haxixe
Haxixe.
Ver artigo principal: Haxixe
O haxixe é uma resina concentrada, produzida a partir das plantas fêmeas da canábis. O haxixe é mais forte do que a maconha, e pode ser fumado ou mastigado.96 Ele varia na cor, de preto ao dourado escuro.
Óleo de haxixe
Óleo de haxixe.
Ver artigo principal: Óleo de haxixe
O óleo de haxixe, é um óleo essencial extraído das plantas Cannabis através da utilização de diversos solventes. Possui uma elevada proporção de canabinóides (variando entre 40-90%).97
Kief
Ver artigo principal: Kief
O kief é feito a partir de tricomas (incorretamente referida muitas vezes como "pólen"), retiradas das folhas e flores das plantas Cannabis. Kief também pode ser compactado para produzir uma forma de haxixe, ou consumido em forma de pó.98
Consumo
Ver artigo principal: Consumo da maconha
Um vaporizador Volcano.
A canábis é consumida de muitas maneiras diferentes, sendo que a maioria envolve inalar fumaça ou vapor a partir de plantas ou cachimbos.
Vários dispositivos existentes são utilizados para fumar a canábis. Os mais comumente usados incluem tigelas, bongs, chilums, papéis e folhas de tabaco embalados. Métodos locais diferem pela preparação da planta cannabis antes da sua utilização; as partes da planta Cannabis que são utilizadas, bem como o tratamento do fumo antes da inalação.99
Um vaporizador aquece a canábis herbácea 365-410 °F (185-210 °C), o que faz com que os ingredientes ativos evaporem em um gás sem queima do material vegetal (o ponto de ebulição do THC é 392 °F (200 °C) numa pressão de 0,02 mmHg, e um pouco superior à pressão atmosférica normal).100 É a menor proporção de produtos químicos tóxicos que são liberados pelo tabagismo, embora isto possa variar, dependendo da forma do vaporizador e a temperatura em que é definido. Este método de consumir cannabis produz efeitos marcadamente diferentes do que fumar devido à inflamação de pontos de diferentes canabinóides; por exemplo, cannabinol (CBN) tem um ponto de inflamação de 212,7 °C101 e seria normalmente presente na fumaça, mas pode não estar presente no vapor.
Cachimbo para o consumo de maconha.
Baseado (português brasileiro) ou charro (português europeu) é o nome popular dado ao cigarro feito com a canábis. É geralmente confeccionado a partir de papéis a base de arroz, mas também pode ser feito a partir de guardanapos, cartolina, sacos de pão, papel-seda e outros materiais. Segundo especialistas, um cigarro de canábis equivale ao fumo de cinco cigarros de tabaco.102 O baseado também é popularmente conhecido no Brasil como beck ou "breu" ,103 beise ou ret (uma corruptela da palavra francesa cigarette); como fino, cabinho ou perninha-de-grilo, quando contém pouca quantidade de maconha; ou como bomba, vela ou tora, "charola", quando contém muita. Quando a quantidade é muito extravagante é chamado de trave, é chamado viga quando a quantidade é absurdamente extravagante ou cone, se a abertura for maior. Existem também certas misturas com outros tipos de drogas, que ganharam nomes populares como freebase e mesclado (maconha com cocaína),104 e cabral, "pitico","zirrê" ou "melado"105 (maconha com crack).
Como uma alternativa ao tabaco, a canábis pode ser consumida por via oral. No entanto, a maconha ou o seu extrato deve ser suficientemente aquecido ou desidratado para causar descar-boxilação de seus canabinóides mais abundantes.106
A canábis também pode ser consumida na forma de chá. O THC é lipofílico e pouco solúvel (com uma solubilidade de 2,8 mg por litro)107 para chás. É feito com uma primeira adição de gordura saturada para uma de água quente e utilizando uma pequena quantidade de maconha, junto com chá preto ou verde e algumas folhas de mel ou açúcar, mergulhada durante cerca de 5 minutos.
Legalidade
Ver artigo principal: Legalização da maconha
Locais onde a posse de pequena quantidade de cannabis é legalizada na Europa:
Legalizada
Descriminalizada
Ilegal, mas sem penas para consumo
Ilegal e com pena para consumo
Sem dados
Desde o início do século XX, a maioria dos países promulgaram leis contra o cultivo, a posse ou a transferência de cannabis. Estas leis impactaram negativamente o cultivo da planta de cannabis para fins não recreativos, mas há muitas regiões onde, em certas circunstâncias, a manipulação de maconha é legal ou licenciada. Muitos países têm diminuído as penas para o porte de pequenas quantidades de maconha, para que ela seja punido pela apreensão e multa, ao invés de prisão, concentrando-se mais sobre aqueles que o traficam a droga no mercado negro. Em algumas áreas onde o uso da maconha tem sido historicamente tolerado, algumas novas restrições foram postas em prática, tais como o fechamento de cafés de maconha perto de escolas secundárias e das fronteiras dos Países Baixos.108 109
Algumas jurisdições usam programas gratuitos e voluntários de tratamento de voluntários e/ou programas de tratamento obrigatório para usuários frequentes conhecidos. A simples posse pode levar a longas penas de prisão em alguns países, especialmente na Ásia Oriental, onde a venda de maconha pode levar a penas de prisão perpétua ou mesmo de execução. Mais recentemente, porém, surgiram muitos partidos políticos, organizações sem fins lucrativos e movimentos sociais que buscam a legalização da cannabis medicinal e/ou a legalização total da planta (com algumas restrições).
No dia 20 de junho de 2012 o governo do Uruguai apresentou um projeto de lei que visa liberar a venda da maconha de forma controlada. O principal objetivo dessa iniciativa seria o de enfraquecer o narcotráfico. O próprio estado venderia a canábis através de redes estatais, com registro de consumidores.110 A campanha pela legalização da canábis ganhou força a partir das décadas de 1980 e 1990, notadamente apoiada por artistas e políticos liberais. No Brasil, é uma das bandeiras do político Fernando Gabeira, que tentou implementar o cultivo do cânhamo para fins industriais. O uso da canábis em Portugal foi descriminalizado a 6 de julho de 2000, em uma lei aprovada pelo Parlamento.111
Ver também
Quebrando o Tabu
Cannabis sativa
Cânhamo
Sativex
Endocanabinóides
Legalização de drogas
Cultura da maconha
Notas
↑ Liamba, marijuana,3 cânhamo, ganja ou ganza (do sânscrito गांजा, transl. gañjā, "cânhamo") ou suruma (em Moçambique4 ) são termos utilizados para se referir à planta
Referências
↑ Priberam: canábis
↑ Ciberdúvidas: cânabis, canábis
↑ Compact Oxford Dictionary definition..
↑ A situação das drogas em Moçambique (em português). 'Agora'.
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Ligações externas
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Efeitos e consequências da Cannabis (em português) no Brasil Escola.com
A verdade sobre a maconha (em português) na SuperInteressante
Barato natural (endocanabinóides) (em português) na Mente & Cérebro - Scientific American
Du Hachisch et de l' aliénation mentale (em francês) de Jacques-Joseph Moreau, 1845
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A planta
Planta herbácea de clima quente e úmido, originária da Índia, a maconha (Cannabis sativa) pertence à família Moraceae e pode atingir até 5 metros de altura. Possui folhas digitadas e flores pequenas, amarelas e sem perfume. É uma planta dioica que apresenta talos com flores femininas e talos com flores masculinas. O fato de a planta possuir talos com flores diferentes influencia na colheita, pois as flores masculinas endurecem mais rápido, morrendo após a floração, enquanto que as inflorescências femininas permanecem com uma cor verde-escura até um mês após a floração, quando as sementes amadurecem. Quando não ocorre fecundação das flores femininas, elas excretam grandes quantidades de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. O fruto da maconha é amarelo-esverdeado, pequeno, ovalado e contém uma substância ácida que serve de alimento para algumas espécies de aves.
Os primeiros relatos dessa erva no Brasil datam do século XVIII quando era usada para a produção de fibras chamadas de cânhamos. Tais fibras eram obtidas por meio de vários processos, incluindo desfolhamento, secagem, esmagamento e agitação que separam as fibras da madeira. Essas fibras fortes e duráveis foram usadas como velas de navios por séculos e até hoje são utilizadas em cordas, cabos, esponjas, tecidos e fios. As sementes com muitas proteínas e carboidratos são utilizadas na alimentação de pássaros domésticos, e em cereais e granolas. Do óleo extraído das sementes fazem-se tintas, vernizes, sabões e óleo comestível.
Substâncias da maconha
A planta da maconha contém mais de 400 substâncias químicas, das quais 60 se classificam na categoria dos canabinoides, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde. O tetra-hidrocarbinol (THC) é um desses canabinoides e é a substância mais associada aos efeitos que a maconha produz no cérebro. A concentração de THC na planta depende de alguns fatores, como solo, clima, estação do ano, época da colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso, condições de plantio, genética da planta, processamento após a colheita, etc., por isso os efeitos podem variar bastante de uma planta para outra.
THC ou 6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo [b,d] piran-1-ol (nome oficial IUPAC)
THC ou 6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo [b,d] piran-1-ol (nome oficial IUPAC)
Marijuana, hashish, charas, ghanja, bhang, kef, orla e dagga são algumas das maneiras que a cannabis pode ser consumida, mas a forma mais comum é através do fumo.
Ao inalar a fumaça da maconha, o THC vai diretamente para os pulmões que são revestidos pelos alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas. Por possuírem uma superfície grande, os alvéolos absorvem facilmente o THC e as outras substâncias. Minutos depois de inalado, o THC cai na corrente sanguínea, chegando até o cérebro.
Em nosso cérebro existem alguns receptores canabinoides que se concentram em lugares diferentes, como no hipocampo, cerebelo e gânglios basais. Esses receptores possuem efeitos em algumas atividades mentais e físicas como memória de curto prazo, coordenação, aprendizado e soluções de problemas.
Os receptores canabinoides são ativados pela anandamida, substância endógena neurotransmissora que é comparada ao THC, o princípio ativo da maconha. O THC, também pertencente ao grupo dos canabinoides, copia as ações da anandamida se ligando aos receptores canabinoides e ativando os neurônios, influenciando de forma adversa o cérebro. A interação do THC com o cérebro pode causar sentimentos relaxantes, como sensação de leveza, sendo que outros sentidos também podem se alterar.
Efeitos em curto e longo prazo
Depois de consumir a cannabis, a pessoa pode apresentar alguns efeitos físicos, como memória prejudicada, confusão entre passado, presente e futuro, sentidos aguçados, mas com pouco equilíbrio e força muscular, perda da coordenação, aumento dos batimentos cardíacos, percepção distorcida, ansiedade, olhos avermelhados por causa da dilatação dos vasos sanguíneos oculares, boca seca e dificuldade com pensamentos e solução de problemas.
As pessoas que fumam maconha também estão suscetíveis aos mesmos problemas das pessoas que fumam tabaco, como asma, enfisema pulmonar, bronquite e câncer.
Dependência
Afinal, a maconha causa ou não dependência?
Muitos estudos estão sendo feitos a respeito desse assunto, mas ainda não se sabe ao certo se a maconha causa ou não a dependência. Por causa da dificuldade de se quantificar a maconha que atinge a corrente sanguínea, não há doses formais de THC que causam dependência. Acredita-se que a dependência aumenta conforme o período do uso.
Estudos mostram que alguns usuários que fazem uso da maconha diariamente não desenvolvem o vício, enquanto outros podem desenvolver uma síndrome de uso compulsivo semelhante à dependência de outras drogas.
Não é possível ainda determinar a natureza dos sintomas de abstinência da maconha.
De acordo com aAgência Americana de Combate às Drogas, o consumo prolongado de maconha pode causar danos aos pulmões e ao sistema reprodutivo.
Usos medicinais
Nos séculos passados, a maconha era usada, naChina, como anestésico, analgésico, antidepressivo, antibiótico e sedativo. A erva foi citada na primeira farmacopeia (livro que reunia fórmulas e receitas de medicamentos) conhecida no mundo, cerca de 2 mil anos atrás, recomendando o seu uso para prisão de ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. No século XIX, alguns povos começaram a utilizá-la no tratamento da gonorreia e angina.
Atualmente, muitos acreditam que os efeitos negativos da maconha superam os seus efeitos positivos, mas muitos efeitos nocivos da maconha permanecem inconclusivos. Por essa razão, algumas pessoas pedem para que ela seja legalizada a fim de ser utilizada como medicamento no tratamento de algumas doenças, como câncer e AIDS (combate as náuseas e estimula o apetite), glaucoma (alivia a pressão ocular), epilepsia (evita as convulsões) e esclerose múltipla (diminui espasmos musculares).
Em alguns estados norte-americanos, o uso medicinal da maconha já foi legalizado.
Paula Louredo
Graduada em Biologia
O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Segundo o farmacólogo inglês Iversen, não há dúvidas de que ela seja um remédio útil para muitos e fundamental para alguns, mas há um certo exagero sobre seus potenciais. Em outras palavras: a maconha não é a salvação da humanidade. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo - ou seja, criar uma maconha que não dê "barato". Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental.
No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da cannabis é proibido e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente. Conheça alguns dos usos:
Câncer
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas - ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: "A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do 'efeito colateral' que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea - e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento - foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia".
Aids
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.
Esclerose múltipla
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.
Dor
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores. Em lugares onde a maconha medicinal é liberada, todos os pacientes em qualquer pós operatorio tem direito a opção da erva.
Glaucoma
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente "chapado"). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.
Ansiedade
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.
Dependência
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento - dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.
Espero ter sido breve e claro.