Você não deve esperar que o novo Call of Duty traga uma grande revolução para a série de shooters da Activision. Ele não traz. Nem Modern Warfare 4 e Black Ops 2, que trouxeram mudanças significativas para a série, foram revolucionários. O que Ghosts faz é, mais uma vez, uma evolução incremental no shooter que já conhecemos de longa data.
Eu e o nosso glorioso Six testamos o multiplayer do jogo durante a BGS 2013, ao lado de alguns jovens garotos que ficaram enfurecidos com nossa incompetência na hora de saraivar umas cabeças inimigas de balas. “EU FIZ 28/4, MANO, MAS OLHA ESSE TIME LIXO EM QUE ME COLOCAM”, dizia um garotinho que conseguia, surpreendentemente, ser mais baixinho que o nosso editor-chefe. Saímos do teste de cabeça baixa, um tanto envergonhados.
Mas mesmo descoordenados e incompetentes, conseguimos nos divertir muito durante o teste. O que rolou foi um mata-mata de times, 6×6, em um mapa chamado Strikezone. Um mapa médio, baseado em um estádio de futebol americano. Logo que a partida começou, já pude notar algumas das mudanças mais importantes na brincadeira.
Em primeiro lugar, meu time era composto de 4 soldadas mulheres. Pode parecer algo pequeno, a possibilidade de jogar com personagens femininos, mas isso é um passo extremamente importante em uma franquia conhecida pelas atitudes machistas e grosseiras de seus jogadores em relação às meninas que jogam. Quem sabe, representadas diretamente no jogo, essas garotas não ganham mais força e voz fora dele também?
A outra grande mudança está na movimentação. O jogo está mais fluido, numa pegada “parkour” de corrida livre. Isso quer dizer que você pode escorregar por baixo de obstáculos ou pulá-los de maneira muito mais rápida e ágil do que era possível anteriormente, sem perder a capacidade de atirar enquanto isso. Além de deixar um tiroteio que já era fluido mais fluido ainda, é possível fazer uns replays de morte lindos com essas novas habilidades.
O método de personalização de seus soldados segue o mesmo modelo de Modern Warfare 4, mas as armas, killstreaks não mudaram muito. Não que alguém se importe muito com isso, já que nunca vai deixar de ser divertido metralhar todo mundo no mapa de um helicóptero ou soltar cachorros enfurecidos para arregaçar seus inimigos. Algumas minas e granadas ganharam novas mecânicas, e parece que há alguns equipamentos novos bastante interessantes, mas não pudemos testar tudo isso (nos matavam antes).
Os cachorros, aliás, parecem ser bem proeminentes mesmo no multiplayer. Não sei nem quantos pastores alemães vi durante a partida, mas foram vários. Na maioria dos casos, eles estavam pulando em minha jugular. Parece que não vai ser apenas o modo história em que o nosso amigo canino vai brilhar.
No mais, o que temos é Call of Duty. E isso, nem de longe, é algo ruim. A série tem o tamanho que tem por vários motivos, e todos eles parecem ter sido preservados em Ghosts. Não há franquia de jogos mais divertida para brincar de tirinho sem levar as coisas muito à sério, e com algumas pequenas tunadas Ghosts consegue deixar tudo melhor ainda.
E um recado: te pego na saída, molequinho de 13 anos que ofendeu minha honra.
http://www.kotaku.com.br/bgs-2013-call-of-duty-ghosts-previa/