De acordo com a equipe do portal, dos projetos que vingam com esse tipo de empreitada, a imensa maioria é composta por desenvolvedores ocidentais. Enquanto isso, várias equipes com renomados desenvolvedores do Japão tentam a sorte para captar fundos em campanhas similares mas não conseguem resultados satisfatórios. Sobre isso, Keiji comentou:
"Claro que há uma barreira lingüística, mas não é apenas isso. Olhando para os dados de Might No. 9, aproximadamente 60% dos investidores vieram da América do Norte. Então está claro que os desenvolvedores japoneses precisariam fazer algo que esteja próximo do que público norte americano quer, e, atualmente, muitos desenvolvedores japoneses não podem, realmente, dizer o que esse público quer. E enquanto eles não forem capazes de fazerem isso, esta situação continuará a ser um enorme obstáculo."
Para fundamentar seu argumento, Keiji lembrou de episódios de um passado já distante no mundo dos jogos:
"Por exemplo, Capcom e Bionic Commando [(NES)], aquele jogo não foi nada de mais nas vendas japonesas, mas vendeu muito bem nos Estados Unidos. As pessoas na Capcom não entenderam completamente essa situação. Então é difícil para que elas compreendam que ainda existe uma possibilidade de lucrarem ali, ainda existe a possibilidade de fazer um bom jogo de algo como ele. Até nós podemos entender o mercado americano em um sentido amplo, será difícil para outras empresas japonesas terem sucesso no Kickstarter."
Bionic Commando recebeu algumas pequenas seqüências e remakes entre 2008 e 2011, no entanto, provavelmente se a Capcom tivesse entendido melhor a situação no final dos anos 80, a série poderia ter recebido mais jogos no auge comercial do gênero side-scroller (lembrando de duas aparições no Game Boy). Enquanto isso, Mighty No. 9 está programado para PC, Linux, PlayStation 3, PlayStation 4, PlayStation Vita, Nintendo Wii U, Nintendo 3DS, Xbox 360 e Xbox One para abril de 2015.
Vocês concordam com a opinião de Inafune? Há uma difundida opinião na comunidade gamer que o público ocidental é que não sabe apreciar as obras japonesas, mas eles dão as oportunidades para podermos degustá-las? Os episódios de localizações conturbadas foram muitos e ainda hoje várias comunidades imploram para alguns títulos chegarem aqui e não são atendidas. Ainda havia o pensamento de que determinados gêneros não teriam sucesso no ocidente, o que, por exemplo, nos privou da série Fire Emblem durante muitos anos. O que acham? Os japoneses que não nos entendem ou nós que não entendemos os japoneses?
Fonte: http://www.gameblast.com.br/2014/02/para-keiji-inafune-desenvolvedores.html