O escândalo GamerGate: Corrupção, Conluio e Censura no mundo dos Videogames

Conforme prometido, vou tentar sumarizar os fatos referentes ao movimento #gamergate, desde o escândalo de Zoe Quinn até os dias atuais.

Como isso começou faz bastante tempo e MUITA coisa ocorreu, eu decidi o seguinte:

- Vou tentar dividir toda a confusão em "capítulos", assim você acompanha a novela sem acabar com informação demais na cabeça.

- 90% do conteúdo que eu trago para cá provém do fórum SkullHeart, que é um dos poucos que discute abertamente o tema sem ter virado flame war, ser censurado pelos moderadores ou sofrer ataque de hackers.

- Vou postar atualizações entre 3 e 5 vezes por semana. vai da minha habilidade em sumarizar informação, tempo para postar aqui e (sejamos francos) vontade de postar.

- Quando eu postar um "capítulo" dessa novela, vou deixar os links com as informações básicas (vídeos, logs, imagens, etc.) em um spoiler no final da postagem. Não vou usar as tags nesse "apêndice" para que o fórum não demore mais a carregar e você possa ver o conteúdo em uma janela só para isso.

- Apesar de ter muita coisa que pode ser considerada "notícia", quase tudo é "old" e tem muita coisa sem fonte oficial ou formal, bastante conjectura e opinião. O save point é a área mais "livre" do fórum, então vou deixar por aqui. Eu confio no julgamento da moderação para decidir o melhor local para o tópico e apoiarei eles independente da decisão

Por último, umas clarificações:

- Eu sou uma fonte enviesada: eu apoio o gamergate, não gosto da atitude da Zoe Quinn, tenho nojinho da Kotaku, etc. Então sinta-se livre para fazer sua pesquisa, analizar os fatos e formar sua própria opinião.

- Nada te impede de discordar de mim. O fórum é livre e existe como um incentivo à troca de idéias.

- Os "capítulos" normalmente terão uma data ou período de tempo associado, e muitas informações "caducaram" ou foram desmentidas/atualizadas com o passar do tempo. Na medida do possível, eu vou deixar umas notas no final das postagens avisando se algo não é mais válido ou sofreu alteração, mas o "miolo" do que for postado vai ser referente à data em questão.

- Se você tiver informações relevantes, POR FAVOR ME MANDE! Adiciono o que puder adicionar, corrijo o que precisar corrigir e coloco agradecimentos no post inicial. Sugestões também são bem-vindas. É a primeira vez que eu posto algo relativamente importante no fórum, então ainda há muito a melhorar

-Se o material prestar e você copiar para outro fórum/site/vídeo/etc. Favor me mencionar como fonte. Eu não criei informação, mas estou tentando agrega-la decentemente


Com todas as considerações iniciais feitas, prossigamos para o assunto!

Última edição por dukemagus em Ter 23 Set 2014, 23:20, editado 1 vez(es)

ÍNDICE

Introduçao: O que é gamergate (+perguntas e respostas)

Última edição por dukemagus em Ter 30 Set 2014, 15:33, editado 3 vez(es)

Nossa foi mal

Modera apaga ai minha msg ( essa tb)

Modera, não apaga a minha não... a piadinha foi razoável...

Grau Hut escreveu:

Acho que essa galera toda citada aí no tópico deveria ganhar esse livro de presente:

Só criar.

Introdução: O que é GamerGate?

#GamerGate é um "movimento" iniciado em meados de agosto desse ano repudiando a corrupção e conluio em diversos sites de notícias focados em videogames, se expandindo até se tornar um apelo por transparência e ética na indústria como um todo.

O início do movimento ocorreu quando foi descoberto que a (auto intitulada) desenvolvedora independente Zoe Quinn teve relacionamento afetivo/sexual com ao menos cinco pessoas envolvidas em sites de notícias relacionadas aos videogames, coincidindo com a grande publicidade positiva que seu jogo (Depression Quest) recebeu, o que inclusive garantiu que o game fosse incluído no Steam, se aproveitando da publicidade gerada para conseguir votos para um "aventura" em texto feita em HTML sem nenhum elemento gráfico e com erros de ortografia e gramática

Este evento foi o estopim para uma série de situações polêmicas, com membros do 4chan e Reddit (consideradas redes bastante "tóxicas" na internet) descobrindo cada vez mais ligações inusitadas e desmascarando os maiores sites relacionados a video games e festivais destinados a premiar jogos independentes como um grande "clubinho", ondem só obtém reconhecimento quem faz parte dele, independente da qualidade dos games.

A retaliação por parte dos acusados foi igualmente pesada, fazendo uso de seus meios de notícias para desacreditar todas as descobertas, censurar questões, banir usuários inquisidores e chegar ao absurdo de declarar que "Gamers estão mortos" ou criar longos artigos expressando como os gamers (o público e fonte de renda destes sites, vale dizer) é tóxico, misógino machista, socialmente subdesenvolvido, estuprador, intolerante e incapaz de sair do porão da casa da mamãe.


Num mundo em que memes podem durar menos de uma semana e notícias têm sua relevância medida em minutos, o fato deste movimento continuar por mais de um mês firme e forte, e com o número de pessoas envolvidas, acusações e controvérsias cada vez maior, é no mínimo um evento que gera curiosidade pela sua capacidade de prender a atenção de tantas pessoas por tanto tempo (tem atentado terrorista que não é discutida por tanto tempo).


Perguntas e Respostas

Se tiver alguma pergunta relevante sobre o assunto, faça e eu irei responder aqui. Por agora, deixo umas respostas básicas:

De onde veio o nome GamerGate?
A hashtag #gamergate foi criada por Adam Baldwin (O ator! acredite se quiser) em 27 de agosto ao comentar uma postagem relacionada à um vídeo sobre o assunto. A palavra remete ao Caso Watergate, um escândalo de corrupção no governo americano que culminou na renúncia do presidente Nixon

Alguém me disse que Gamergate é um movimento para afastar as mulheres dos videogames, é verdade?
Não. É um movimento buscando ética e transparência entre os meios de comunicação focados em videogames. Essa alegação existe por duas razões

- Zoe Quin é uma feminista bastante vocal e ao ser criticada respondia que estava sendo "oprimida por ser uma mulher gamer". Com os contatos que ela possuía, essa história de donzela em perigo firou título de matérias sobre o assunto em diversos sites

- Todo grupo tem suas maçãs podres e quando tudo que te identifica é uma hashtag de twitter, qualquer um pode se dizer apoiador do Gamergate e ameaçar de estupro ou morte uma celebridade. Some a isso o fato que o 4chan possui um bom número de usuários que levam MUITO a sério o que gostam.

Algum jornalista foi demitido por comportamento anti-ético?
Nenhum. MAS alguns patrocinadores rescindiram contratos com a Gawker media (empresa dona do Kotaku), por exemplo.

Uma colunista, contudo pediu demissão alegando estar desiludida com o público gamer, o que adicionou ao rol de ofensas ao gamergate "destruidor de carreiras femininas na indústria gamer"

Zoe Quinn ainda é relevante?
Não.

Ela motivou a investigação e o asco de muita gente pela situação atual, xingou muita gente, fez muita ameaça e até hoje aparenda dar pitaco na vida dos "amigos" para correr atrás de quem apoie o movimento MAS não ocorreu mais nada de novo ou relevante relacionado a ela faz um bom tempo. É notícia velha.

Cara, a maravilha da internet propicia que um bom jogo chegue ao público sem passar pelos meios convencionais de quem detém o poder da mídia. Assim como cantores que colocam suas obras no youtube, deixando de lado as gravadoras inescrupulosas, isso será cada vez mais comum.

Não entendi muito o desenrolar da trama, confesso que li por cima, mas o fato é que onde há grana, sempre haverá alguém tentando puxar tapetes alheios, ou obter vantagens em algo, é da natureza do homem infelizmente, não me espanta este cenário, mas podemos boicotar de alguma forma praticantes deste ato quando descobertos, talvez deixando de jogar o produto e tal...

CAPÍTULO 1: Zoe Quinn exposta: Falsas acusações de assédio e eliminando a competição a qualquer custo


NOTA: para quem não quiser desbravar a Wall of Text, tem um resumo no final da postagem, com as fontes logo abaixo para quem quiser verificar de onde eu tirei as informações



A pessoa acima é Zoe Quinn: desenvolvedora independente de videogame, feminista e alvo de diversas campanhas de abuso contra sua pessoa. À primeira vista, uma pessoa que merece toda simpatia do mundo por ser ousada e inovadora, uma mulher numa indústria que supostamente é composta quase exclusivamente por homens, uma mulher que luta pelos seus direitos e é atacada por isso.

É... à primeira vista, pelo menos. Infelizmente o "grande feito" recente dela não foi desenvolver game , lutar pelos direitos das mulheres ou ser pobre vítima de um mundo vil. O destaque dela foi ser o estopim de um escândalo de corrupção e manipulação muito maior do que o mini-escândalo dela mesma. Só isso e mais nada, mas como tudo precisa começar por algum ponto, vamos discorrer sobre esta figura.


Como foi dito antes, ela é desenvolvedora de game e não, eu não omiti nenhum "s" quando escrevi isso: ela só tem um jogo com seu nome, Depression Quest.

O tal "jogo" foi desenvolvido utilizando uma ferramente chamda Twine, que cria scripts em HTML para jogos de texto com múltipla escolha. Apenas uma música e quase nenhuma arte visual (imagens, desenhos, etc.) e o texto (que é a única coisa que ele tem) possuía erros de ortografia e gramática.

Essa "visual novel sem a parte visual" (para não dizer uma página em HTML com muito texto) tem como objetivo retratar o cotidiano de... uma pessoa deprimida. Só isso.

Mesmo com esse rico desenvolvimento e esmero nos detalhes, o game ganhou 3 prêmios no festival IndieCade de games independentes em 2013: Melhor Narrativa, Menção Honrosa e Vencedor da Categoria

Aqui é que a coisa começa a ficar interessante:

Em 4 de dezembro de 2013 ela tenta incluir o seu game no Steam via Steam Greemlight.
Em 12 de dezembro ela começa a postar no twitter alegações de que estaria sofrendo assédio por colocar o game no Greenlight, e que os principais assediadores vinham fórum chamando Wizardchan.

Você já ouviu falar do Wizardchan? Não? não te culpo, é cantinho meio inusitado da internet. Basicamente é um fórum para virgens, N.E.E.T.s (Não Empregados, Estudando ou em Treinamento) e Hikikomoris (gente que não sai de casa, muitas vezes passa a vida trancado no quarto tendo apenas o computador para fazer companhia). O nome provém de uma piada/meme japonês que diz que se você chegar aos 30 anos virgem, você vira um feiticeiro (wizard).

Agora pergunte-se: POR QUE um grupo já tão psicologicamente fragilizado deicidria agir publicamente, se expor e tentar tornar mais miserável a vida de uma pessoa que cria um "game" sobre depressão, um problema que muitos deles sofrem e se beneficiariam se mais pessoas os entendessem.

E uma resposta lógica pode demorar um pouco para chegar por uma razão bem mais palpável: WIZARDCHAN NÃO ASSEDIOU ZOE QUINN. Ela se aproveitou do nome e pouca popularidade do site e forjou um ataque contra ela mesma para criar um "jogada de marketing" perfeita: usou pessoas que quase ninguém conhece (e que ao conhecer você ou despreza ou não se importa), misturou com um discurso de "fui assediada porque sou mulher; eles são homens malignos, misóginos e estupradores" e divulgou para todos os contatos à favor dos direitos das mulheres. Logo a notícia chegou nos sites de games e todos os "defensores da igualdade entre os sexos" decidiram ajudar ela como fosse, nesse caso votando em Depression Quest para Steam Greenlight.

Eu gostaria que vocês se reservassem um segundo para avaliar BEM essa tática; é a jogada de marketing perfeita: você força um grupo numa convenção de "tudo que se deve odiar", e se esconde em algo que "nenhuma pessoa pode questionar". Seja honesto: você teria coragem de contrariar uma pessoa que veste suas afirmações com o manto do feminismo e igualdade de sexos? Que monstro você seria por ir contra uma mulher lutando pelos seus direitos? Ainda mais para defender um monte de "barbado virgem que não sai do porão da casa da mamãe e vive de parasitar os pais".

Lembre BEM desta tática, não é a última vez que você vai ouvir falar dela.

Enfim, em 11 de abril de 2014 os usuários do Wizarchan divulgaram uma análise cronológica das alegações dela, as postagens que ela citou e mostraram a própria inocência. Foram sumariamente ignorados pelas pessoas que escreveram contra eles por causa de Zoe Quinn

Vamos avançar alguns meses: em 11 de agosto de 2014 ela consegue colocar o jogo dela oficialmente no steam via Greenlight. Parabéns para ela! Com um monte de texto em uma página HTML conseguiu o mesmo privilégio que games como Deadly Premonition e Oniken sofreram para conseguir e centenas de games com muito mais orçamento, tempo de desenvolvimento e refinamento ainda tentam desesperadamente conseguir os votos necessários. Parabéns para a moça!

Mas às vezes mesmo uma conquista relativamente grande não basta. Você precisa ganhar em TUDO o que você joga.


Em 12 de agosto, o grupo The Fine Young Capitalists (TFYC) Lança a campanha Women Doing Video Games for Charity (Mulheres criando Video Games para Caridade) no indiegogo. A idéia delas era incrivelmente simples e brilhante ao mesmo tempo:
- Qualquer mulher poderia enviar ao grupo seu conceito de jogo e o grupo criaria uma arte conceitual baseada no material enviado.
- A arte e os conceitos seriam expostos para a votação no site do grupo
- A idéia com mais votos seria efetivamente transformada em um game.
- 8% do valor arrecadado com o jogo criado iria para quem enviou o conceito vencedor, o resto iria para a caridade.

O grupo iria fazer todo o trabalho "bruto" do jogo, assim mesmo uma mulher sem nenhum conhecimento de programação ou desenho podia ter o jogo que idealizou tornado realidade.

Pois bem, Zoe Quinn soube disso, e fez aquilo que nenhuma feminista DEVERIA fazer mas muita feminista FAZ: usou da sua prerrogativa como "guerreira da igualdade de direitos" para estragar tudo... ao menos tudo o que ela não é beneficiada.

Zoe Quinn começou um movimento incitando seus seguidores no Twitter contra a iniciativa do TFYC, dizendo que eles estavam "fazendo mulheres trabalhar de graça", taxando a campanha de "opressora", etc. Resultado: Site do TFYC derrubado, um dos membros do grupo sofreu doxxing (teve suas informações pessoais particulares, como endereço e telefone, divulgadas na internet) e todo ônus que ter o nome "Zoe Quinn" contra você pode causar: nenhum jornalista quis ouvir o lado deles da história, Zoe Quinn não quis discutir o assunto sem um jornalista para ouvir o lado dela, nenhum dos seguidores dela no twitter quis ouvir o lado deles.
Eles até ofereceram um cargo de consultora para Zoe Quinn, para que ela pudesse ajudar a "consertar o que estava errado" no projeto, e ela recusou.
De quebra a página deles no indiegogo foi hackeada, e precisou ser refeita, mas isso é assunto para mais adiante.

Mas esse poço é ainda mais fundo: Zoe Quinn tinha a sua própria campanha sendo planejada: Rebel Jam. ATÉ HOJE, esse Rebel Jam não tem data, local ou mesmo um foco específico, mas já estava aceitando doações desde abril.

Eu acredito em coincidências, mas há limites até para a minha boa fé.



RESUMO
Acredito que já tenhamos bastante informação para um primeiro capítulo. Vamos resumir e revisar o que foi exposto:

- Zoe Quinn só fez um jogo, uma "visual novel sem visual".
- Recebeu diversos prêmios por esse game.
- Acusou WizardChan, um fórum de virgens antissociais (literalmente virgens antissociais) de assediá-la. A acusação foi falsa e usada como jogada de marketing
- Mobilizou todos os seus seguidores contra uma campanha que ajudaria mulheres a desenvolver um jogo para não roubar o holofote da campanha dela, que não tem nada pronto mas já aceita doações desde março.

Não perca, nos próximos capítulo:

- Traição, conluio e sexo por favores: Quinnspiracy ou a Conspiração dos Cinco Caras
- Jornalistas ao resgate: "Zoe Quinn é a vítima, nós somos vítimas e os gamers são criaturas sujas"
- 4chan ao resgate "Gamers são vítimas, TFYC foi vítima, Zoe Quinn e Jornalistas de games são criaturas sujas
- Phil fish dá chilique e cancela games... outra vez

Fontes e Links Importantes: Capítulo 1

forum certo para topico de tretas

Dar cu/ppk em troca de favores deve ser a tática mais velha do mundo.
Aguardando os próximos capítulos.

:troll:

depression quest ta no steam, gratuito

vejam os reviews:


Depression Quest é um jogo feito por uma mulher que abusou mentalmente de seu namorado enquanto o traia com 5 pessoas, entre eles seu chefe (um homem casado) e um jornalista da Kotaku. O jogo foi publicado no Steam utilizando um falso escândalo involvendo um forum de homems virgems acusados de perseguir Zoe Quinn, a tal da desenvolvedora feminista.



I got to the end and I got the depression. 10/10 would get mentally ill again.




made me crave 5 guys/10



I'd rather be hanging out with five guys along with some burgers and fries