O lendário David Bowie, um dos artistas mais revolucionários do século 20, morreu neste domingo, 10. Ele tinha 69 anos. A informação foi divulgada nas redes sociais do cantor.
“David Bowie morreu em paz hoje, cercado por sua família depois de uma corajosa batalha de 18 meses contra o câncer. Enquanto muitos vão dividir a dor pela perda dele, pedimos que vocês respeitem a privacidade da família neste período de luto”, informou o comunicado oficial.
O diretor Duncan Jones, um dos dois filhos de Bowie, também se pronunciou no Twitter. "Muito triste em dizer que é verdade. Ficarei offline por um tempo. Amor para todos", escreveu.
Very sorry and sad to say it's true. I'll be offline for a while. Love to all. pic.twitter.com/Kh2fq3tf9m
— Duncan Jones (@ManMadeMoon) January 11, 2016
Como Ziggy Stardust caiu na Terra: em 1972, David Bowie tentava manter a sanidade enquanto tornava o rock seguro para deuses do glitter e das esquisitices espaciais.
Nascido David Robert Jones, em 8 de janeiro de 1947, na cidade de Brixton, Londres, Bowie formou a primeira banda aos 15 anos, The Konrads. Ele adotou o sobrenome Bowie em meados dos anos 1960, já que seu sobrenome de registro gerava confusão com Davy Jones, do grupo The Monkees.
O primeiro single, "Liza Jane", saiu sob o nome Davie Jones with the King Bees, em 1964, sem sucesso. A carreira do artista, que também se engajava no teatro, começou a tomar forma com o lançamento do álbum de estreia, homônimo, em 1967. Mas o primeiro marco veio no segundo trabalho, também chamado David Bowie (e depois rebatizado como Space Oddity), em 1969, com a música-título. O verso inicial se tornou um clássico: "Ground control to Major Tom". Este álbum também foi o início da parceria de Bowie com Tony Visconti, produtor que viria a trabalhar com o artista diversas vezes mais tarde. É de Visconti, inclusive, a produção dos dois últimos discos de Bowie, The Next Day (2013) e o recém-lançado Blackstar, que chegou ao mercado na última sexta, 8.
É possível dizer que em seus primeiros anos Bowie teve como uma de suas principais influências o cantor e compositor britânico Scott Walker. Bowie, no entanto, viria ele próprio a se tornar uma influência para um sem número de artistas. Sempre destruindo padrões, ele passeou por inúmeros gêneros: glam rock (o personagem Ziggy Stardust, do disco Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, é um dos mais emblemáticos da história do rock), soul, música eletrônica, entre tantos outros.
Inquieto e inigualável, Bowie também teve, no entanto, períodos de baixa, na segunda metade dos anos 1980 e na década de 1990. Mas sempre foi capaz de se reinventar. Blackstar é um exemplo disso: já considerado um ponto alto em uma carreira que teve diversos pontos altos, o disco de sete faixas mistura jazz, rock e elementos de música eletrônica de maneira experimental e inovadora. "David desconstroi gêneros musicais. Mal posso esperar para que comecem a sair álbuns imitando Blackstar”, disse Tony Visconti em recente entrevista à Rolling Stone.
Em 2003, durante a turnê do disco Reality, Bowie sofreu problemas do coração e interrompeu abruptamente a excursão. Foi o início de um longo período distante da mídia e dos estúdios. O silêncio – ao menos musical, já que Bowie há anos não concedia uma entrevista – foi quebrado em 2013, com o lançamento surpresa da canção "Where Are We Now?", no dia do aniversário de 66 anos de Bowie.
A carreira de ator também foi frutífera, com Bowie tendo papeis memoráveis em filmes como O Homem que Caiu na Terra, Labirinto e Fome de Viver, para citar alguns. Recentemente, ele trabalhou na concepção do musical teatral Lazarus, que dá continuação à história do personagem de O Homem que Caiu na Terra.
"Lazarus" é também o nome de uma das músicas de Blackstar. Nos clipes desta canção e da faixa-título do álbum, Bowie deu, pela derradeira vez, amostra de sua veia teatral e performática.
Bowie deixa o filho, Duncan Jones, uma filha, Alexandria, e a esposa, Iman Abdulmajid.
FONTE: http://rollingstone.uol.com.br/noticia/david-bowie-morre-aos-69-anos/
“David Bowie morreu em paz hoje, cercado por sua família depois de uma corajosa batalha de 18 meses contra o câncer. Enquanto muitos vão dividir a dor pela perda dele, pedimos que vocês respeitem a privacidade da família neste período de luto”, informou o comunicado oficial.
O diretor Duncan Jones, um dos dois filhos de Bowie, também se pronunciou no Twitter. "Muito triste em dizer que é verdade. Ficarei offline por um tempo. Amor para todos", escreveu.
Very sorry and sad to say it's true. I'll be offline for a while. Love to all. pic.twitter.com/Kh2fq3tf9m
— Duncan Jones (@ManMadeMoon) January 11, 2016
Como Ziggy Stardust caiu na Terra: em 1972, David Bowie tentava manter a sanidade enquanto tornava o rock seguro para deuses do glitter e das esquisitices espaciais.
Nascido David Robert Jones, em 8 de janeiro de 1947, na cidade de Brixton, Londres, Bowie formou a primeira banda aos 15 anos, The Konrads. Ele adotou o sobrenome Bowie em meados dos anos 1960, já que seu sobrenome de registro gerava confusão com Davy Jones, do grupo The Monkees.
O primeiro single, "Liza Jane", saiu sob o nome Davie Jones with the King Bees, em 1964, sem sucesso. A carreira do artista, que também se engajava no teatro, começou a tomar forma com o lançamento do álbum de estreia, homônimo, em 1967. Mas o primeiro marco veio no segundo trabalho, também chamado David Bowie (e depois rebatizado como Space Oddity), em 1969, com a música-título. O verso inicial se tornou um clássico: "Ground control to Major Tom". Este álbum também foi o início da parceria de Bowie com Tony Visconti, produtor que viria a trabalhar com o artista diversas vezes mais tarde. É de Visconti, inclusive, a produção dos dois últimos discos de Bowie, The Next Day (2013) e o recém-lançado Blackstar, que chegou ao mercado na última sexta, 8.
É possível dizer que em seus primeiros anos Bowie teve como uma de suas principais influências o cantor e compositor britânico Scott Walker. Bowie, no entanto, viria ele próprio a se tornar uma influência para um sem número de artistas. Sempre destruindo padrões, ele passeou por inúmeros gêneros: glam rock (o personagem Ziggy Stardust, do disco Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, é um dos mais emblemáticos da história do rock), soul, música eletrônica, entre tantos outros.
Inquieto e inigualável, Bowie também teve, no entanto, períodos de baixa, na segunda metade dos anos 1980 e na década de 1990. Mas sempre foi capaz de se reinventar. Blackstar é um exemplo disso: já considerado um ponto alto em uma carreira que teve diversos pontos altos, o disco de sete faixas mistura jazz, rock e elementos de música eletrônica de maneira experimental e inovadora. "David desconstroi gêneros musicais. Mal posso esperar para que comecem a sair álbuns imitando Blackstar”, disse Tony Visconti em recente entrevista à Rolling Stone.
Em 2003, durante a turnê do disco Reality, Bowie sofreu problemas do coração e interrompeu abruptamente a excursão. Foi o início de um longo período distante da mídia e dos estúdios. O silêncio – ao menos musical, já que Bowie há anos não concedia uma entrevista – foi quebrado em 2013, com o lançamento surpresa da canção "Where Are We Now?", no dia do aniversário de 66 anos de Bowie.
A carreira de ator também foi frutífera, com Bowie tendo papeis memoráveis em filmes como O Homem que Caiu na Terra, Labirinto e Fome de Viver, para citar alguns. Recentemente, ele trabalhou na concepção do musical teatral Lazarus, que dá continuação à história do personagem de O Homem que Caiu na Terra.
"Lazarus" é também o nome de uma das músicas de Blackstar. Nos clipes desta canção e da faixa-título do álbum, Bowie deu, pela derradeira vez, amostra de sua veia teatral e performática.
Bowie deixa o filho, Duncan Jones, uma filha, Alexandria, e a esposa, Iman Abdulmajid.
FONTE: http://rollingstone.uol.com.br/noticia/david-bowie-morre-aos-69-anos/