Ontem foi anunciado o remaster do FInal Fantasy: Crystal Chronicles para o PS4 e o Switch. Então vale a pena lembrarmos um pouco desse jogo lançado em Agosto de 2003 para o Gamecube, no Japão. Ele foi o primeiro Final Fantasy a sair para um console de mesa da Nintendo desde Final Fantasy VI (ou III no Ocidente) para o Super Nintendo. Após a geração 16-bits, a relação entre a Nintendo e a Squaresoft não ficou das melhores e o console da NIntendo acabou por não receber nenhum jogo da série Final Fantasy, a qual teve seus jogos lançados para o Playstation.
Na geração 128-bits, os jogos principais da série, aqueles com número, saíram para o PS2 fazendo grande sucesso. Porém, em 2001, como a Square não estava saudável financeiramente devido ao fracasso do filme do Final Fantasy, decidiram criar um novo estúdio para desenvolver jogos para os consoles da Nintendo. O primeiro desses jogos foi o Final Fantasy: Crystal Chronicles. Um fato interessante de se lembrar é que na época a Sony detinha algo em torno de 19% da Square e ela concordou com que a Square fizesse jogos para os consoles da Nintendo contanto que não fossem os jogos principais enumerados da série. Então, embora o CC não fosse um jogo do mesmo porte dos jogos que o PS2 estava recebendo, foi uma marco importante para a relação entre a Nintendo e a Square.
O jogo não seguiu o mesmo tipo de gameplay famoso na série com lutas em turnos. Nele foi colocado uma sistema mais voltado para a ação e dinamismo das batalhas, muito provavelmente para acomodar o sistema de coop do jogo, uma de suas principais características. Com o coop, Crystal Chronicles permitia que até 4 pessoas jogassem simultaneamente e, por isso, ele talvez seja o jogo mais conhecido a usar o famoso cabo de ligação entre o Gamecube e o Gameboy Advance. O console GBA quando usado em sessões de multiplayer era responsável por ser o controle físico dos jogadores, permitindo que controlem os personagens, selecionem as ações durante as batalhas e comprem itens nas cidades. Já quando o jogador está sozinho, ele pode usar tanto o controle do Gamecube como também pode usar o GBA. Ainda neste caso, o console portátil pode ser utilizado como mapa dos locais do jogo.
O gameplay fugiu dos padrões da série e o mesmo aconteceu com a história. Na época, os jogos Final Fantasy eram lançados com cada vez maiores valores de produção e isso era demonstrado nas histórias dos jogos. Já o jogo lançado para o Gamecube possuía uma história mais simples, lembrando um pouco a história dos primeiros jogos da série. Nela, o grupo de 4 heróis deve acabar com o vapor gerado pela queda de um meteorito e para isso devem usar pedaços do cristal quebrado pelo meteorito.
O jogo acabou por ser lançado no Japão no meio do ano de 2003 e no começo de 2004 no resto do mundo. A mídia recepcionou o jogo com críticas mistas. Enquanto falaram que o jogo foi inovador graças ao multiplayer, este mesmo modo criou reclamações devido ao alto custo para se jogar com 2 ou mais pessoas. Afinal, não eram todas que possuíam um GBA e o cabo para ligá-lo a um Gamecube. No geral, o jogo possui uma média de 8/10 no Metacritic e olhando hoje, ele é bem lembrado por quem o jogou. Em relação as vendas, Final Fantasy: Crystal Chronicles vendeu mais de 1.300.000 unidades ao redor do mundo e gerou algumas sequências todas lançadas para consoles da Nintendo que juntar contam um grande arco que dura dois milênios.
Pessoalmente, eu cheguei a jogá-lo, mas sempre focando mais no singleplayer e talvez por isso ele não tenha sido tão marcante. Na época eu gostava (e ainda gosto) de experiências que parecem ser mais épicas, como são normalmente os jogos da série Final Fantasy. O Crystal Chronicles possui um aspecto mais intimista e simplista, o que me lembrou na época os jogos da série Mana, principalmente o Legend of Mana, tanto pelo gameplay como pelo estilo visual como pela história.
O remaster que vai ser lançado ainda não tem todas as características anunciadas, mas já foi dito que o coop online estará presente e isso com certeza ajudará a popularizar e fazer com que mais pessoas conheçam este jogo. Resta ver se como será a recepção dessa nova versão que manterá a tradição dessa sub-série saindo em consoles Nintendo e chegará pela primeira vez a um console da Sony.