Nos final dos anos 90, com Street Fighter, Darkstalkers e companhia já consagrados, a Capcom teve uma interessante ideia. Transformar todos em crianças, e colocar a meninada pra trocar sopapos. Pegando seus queridos personagens, e aproveitando a competente CPS-II, dois jogos bem diferentes foram apresentados.
Neles, os personagens tradicionais da empresa apareciam em formato SD, o famoso “cabeção com corpinho”. E, com cenários coloridos, lutavam entre si com exageros cômicos entre seus golpes. Assim, em 1996, surgia no Japão Super Puzzle Fighter 2 Turbo e, meses depois, Pocket Fighter.
Em 1996, Street Fighter gozava de grande sucesso com sua série Alpha (ou Zero, você escolhe). Enquanto isso, Darkstalkers também chamava muita atenção com seu segundo game, enquanto o terceiro estava no forno (seria lançado em 1997).
Em uma época de muita criatividade, a Capcom decidiu explorar ambas as franquias, com um crossover curioso. Ao invés de fazer mais um jogo de luta, e evitar concorrência consigo mesma, afinal de contas, X-Men vs. Street Fighter estava chegando, a solução foi levar as brigas para o “mundo de Tetris”.
Assim, foi possível levá-los para um game de puzzle, com batalhas semelhantes a encontradas em games como Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine. Aproveitando o ambiente mais leve, a solução para diferenciado-los dos demais foi a de parodiar e cartunizar. Desta forma, personagens sérios como Ryu ou Ken, e personagens sombrios como Morrigan, ganharam contornos infantis, em cenários bem humorados.
Com um gameplay ágil, logo inspirada nos jogos Street Fighter II (inclusive, o nome completo do game tira sarro dos nomes que a própria produtora colocou em seus games), e usando bem a CPS-II, o game fez bastante sucesso, ganhando espaço nos consoles 32-bit logo em seguida.
Super Puzzle Fighter II Turbo saiu primeiro para arcades, e logo ganhou versões para Playstation e Saturn. O game foi remasterizado anos mais tarde, com o nome Super Puzzle Fighter II Turbo HD Remix, ganhando versões para Playstation 3 e Xbox 360. E foi confirmado como um dos 20 games do Playstation Classic, que será lançado em dezembro deste ano.
O sucesso de Super Puzzle Fighter II Turbo deu aval para a Capcom providenciar outro game com os personagens. Com isso, em 1997 chegou aos arcades, e, como rezava a cartilha, em seguida para Playstation e Saturn, Super Gem Fighter Mini Mix, ou, Pocket Fighter. Acontece que alguém nos EUA teve a brilhante ideia de dar um nome complicado destes para o jogo, e no final, todos acabaram adotando o nome original, em japonês. Era mais fácil.
Pocket Fighter trazia, também em tom cartunesco, personagens de Street Fighter e Darkstalkers prontos para a pancadaria “em miniatura”. Street Fighter era representado por Ryu, Ken, Chun-li, Zangief, Ibuki, e Sakura. Além deles, Dan, selecionado para a direita de Ken no espaço vazio, e Akuma, do lado esquerdo vazio de Ryu, eram os “secretos”.
Já pelos lados de Darkstalkers, Felícia, Morrigan e Hsien-Ko eram os representantes. A lista ainda incluia Tessa, de Red Earth. Todos cabeçudos e com corpos pequenos, eram colocados em cenários coloridos, com animações interessantes e divertidas.
As animações mais querida pelos jogadores eram as de combo. Eles “trocavam de roupa” e personificavam outros lutadores durante os golpes. Chun Li, por exemplo, se transformava em Jill Valentine, com direito a tiro e até a Rocket Laucher. Dan, por sua vez, encarnava o Elvis. Ou a Morrigan, que, vestida de empregada, dava uma bela panelada na cabeça de seu oponente.
Enquanto isso, personagens diversos passeavam pelos cenários. M. Bison andando de patins na neve, ou Sodom em um restaurante chinês são duas de várias referências encontradas pelo game. A Capcom gostava de rir de si mesma, e garantiu com o game uma ótima oportunidade de levar um jogo colorido, leve, e cheio de elementos que não seriam interessantes em suas séries consagradas.
Não é pelo fato de o game ser simplificado, que o gameplay tem que ser ruim. Pocket Fighter, de fato, retirou muitos dos elementos de técnicas e combos dos games da Capcom. Entretanto, o jogo tem seu próprio sistema de luta que, embora simples para qualquer pessoa curtir, oferece alguns elementos mais técnicos para os mais dedicados.
São apenas quatro botões: soco, chute, especial, e um dedicado para fazer graça. Diferente das provocações dos outros games, este botão era para, literalmente, fazer piada. Com esta simplicidade de golpes, era possível fazer combos com apenas um botão.
Além deles, gemas espalhadas pelo cenário aumentam uma das três barras disponíveis. Semelhante as barras de especiais dos games, neste caso, as gemas aumentam os golpes de seus personagens, com seu comando exibido na barra. Assim, o hadouken pode evoluir, e ficar mais forte durante a luta, com as gemas correspondentes coletadas.
E, emprestando o conceito de Marvel Super Heroes, ainda existem gemas elementais. Elas podem ser ativadas, e usadas para gerar ataques elétricos, congelantes, entre outras bagunças. Eles não tem propriedades, como uma batalha Pokémon, porém servem para manter o clima de farra e diversão do game.
O interessante de Pocket Fighter é que se trata de um game feito para todos. É simples para aqueles que não são íntimos para um jogo de luta. E desafiador para quem gosta de explorar ao máximo as possibilidades de combos e golpes especiais.
A CPS-II, que estava acostumada com a técnica de Street Fighter Alpha 2, e com a fanfarronice de X-Men vs. Street Fighter, se mostrou muito bem com Pocket Fighter. O game é colorido, divertido e muito engraçado. São muitas referências, o tempo todo, que fazem do game algo único.
Uma pena que a Capcom não explorou mais como devia esta série. Muitos personagens foram colocados nos cenários, mas poderiam tranquilamente fazer parte da pancadaria. E ainda há muito para brincar com seus elementos. Mighty Final Fight, por exemplo, faz algo semelhante, e merecia uma versão semelhante nos arcades. Capcom vs. SNK no Neo Geo Pocket também usa personagens em SD, e seria divertido vê-los no estilo deste jogo.
O game segue disponível hoje, na PSN, para proprietários de Playstation 3, mas só nos EUA. Super Puzzle Fighter 2 Turbo ganhou uma versão HD Remix, e Pocket Fighter também poderia ter ganhado uma edição assim.
Mas o que nos resta é aguardar a Capcom voltar a ter interesse em investir nesta série que é tão bacana, e que poderia ir mais longe, se assim a companhia o fizesse nos anos 90.
Fonte: Arkade
Neles, os personagens tradicionais da empresa apareciam em formato SD, o famoso “cabeção com corpinho”. E, com cenários coloridos, lutavam entre si com exageros cômicos entre seus golpes. Assim, em 1996, surgia no Japão Super Puzzle Fighter 2 Turbo e, meses depois, Pocket Fighter.
Em 1996, Street Fighter gozava de grande sucesso com sua série Alpha (ou Zero, você escolhe). Enquanto isso, Darkstalkers também chamava muita atenção com seu segundo game, enquanto o terceiro estava no forno (seria lançado em 1997).
Em uma época de muita criatividade, a Capcom decidiu explorar ambas as franquias, com um crossover curioso. Ao invés de fazer mais um jogo de luta, e evitar concorrência consigo mesma, afinal de contas, X-Men vs. Street Fighter estava chegando, a solução foi levar as brigas para o “mundo de Tetris”.
Assim, foi possível levá-los para um game de puzzle, com batalhas semelhantes a encontradas em games como Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine. Aproveitando o ambiente mais leve, a solução para diferenciado-los dos demais foi a de parodiar e cartunizar. Desta forma, personagens sérios como Ryu ou Ken, e personagens sombrios como Morrigan, ganharam contornos infantis, em cenários bem humorados.
Com um gameplay ágil, logo inspirada nos jogos Street Fighter II (inclusive, o nome completo do game tira sarro dos nomes que a própria produtora colocou em seus games), e usando bem a CPS-II, o game fez bastante sucesso, ganhando espaço nos consoles 32-bit logo em seguida.
Super Puzzle Fighter II Turbo saiu primeiro para arcades, e logo ganhou versões para Playstation e Saturn. O game foi remasterizado anos mais tarde, com o nome Super Puzzle Fighter II Turbo HD Remix, ganhando versões para Playstation 3 e Xbox 360. E foi confirmado como um dos 20 games do Playstation Classic, que será lançado em dezembro deste ano.
O sucesso de Super Puzzle Fighter II Turbo deu aval para a Capcom providenciar outro game com os personagens. Com isso, em 1997 chegou aos arcades, e, como rezava a cartilha, em seguida para Playstation e Saturn, Super Gem Fighter Mini Mix, ou, Pocket Fighter. Acontece que alguém nos EUA teve a brilhante ideia de dar um nome complicado destes para o jogo, e no final, todos acabaram adotando o nome original, em japonês. Era mais fácil.
Pocket Fighter trazia, também em tom cartunesco, personagens de Street Fighter e Darkstalkers prontos para a pancadaria “em miniatura”. Street Fighter era representado por Ryu, Ken, Chun-li, Zangief, Ibuki, e Sakura. Além deles, Dan, selecionado para a direita de Ken no espaço vazio, e Akuma, do lado esquerdo vazio de Ryu, eram os “secretos”.
Já pelos lados de Darkstalkers, Felícia, Morrigan e Hsien-Ko eram os representantes. A lista ainda incluia Tessa, de Red Earth. Todos cabeçudos e com corpos pequenos, eram colocados em cenários coloridos, com animações interessantes e divertidas.
As animações mais querida pelos jogadores eram as de combo. Eles “trocavam de roupa” e personificavam outros lutadores durante os golpes. Chun Li, por exemplo, se transformava em Jill Valentine, com direito a tiro e até a Rocket Laucher. Dan, por sua vez, encarnava o Elvis. Ou a Morrigan, que, vestida de empregada, dava uma bela panelada na cabeça de seu oponente.
Enquanto isso, personagens diversos passeavam pelos cenários. M. Bison andando de patins na neve, ou Sodom em um restaurante chinês são duas de várias referências encontradas pelo game. A Capcom gostava de rir de si mesma, e garantiu com o game uma ótima oportunidade de levar um jogo colorido, leve, e cheio de elementos que não seriam interessantes em suas séries consagradas.
Não é pelo fato de o game ser simplificado, que o gameplay tem que ser ruim. Pocket Fighter, de fato, retirou muitos dos elementos de técnicas e combos dos games da Capcom. Entretanto, o jogo tem seu próprio sistema de luta que, embora simples para qualquer pessoa curtir, oferece alguns elementos mais técnicos para os mais dedicados.
São apenas quatro botões: soco, chute, especial, e um dedicado para fazer graça. Diferente das provocações dos outros games, este botão era para, literalmente, fazer piada. Com esta simplicidade de golpes, era possível fazer combos com apenas um botão.
Além deles, gemas espalhadas pelo cenário aumentam uma das três barras disponíveis. Semelhante as barras de especiais dos games, neste caso, as gemas aumentam os golpes de seus personagens, com seu comando exibido na barra. Assim, o hadouken pode evoluir, e ficar mais forte durante a luta, com as gemas correspondentes coletadas.
E, emprestando o conceito de Marvel Super Heroes, ainda existem gemas elementais. Elas podem ser ativadas, e usadas para gerar ataques elétricos, congelantes, entre outras bagunças. Eles não tem propriedades, como uma batalha Pokémon, porém servem para manter o clima de farra e diversão do game.
O interessante de Pocket Fighter é que se trata de um game feito para todos. É simples para aqueles que não são íntimos para um jogo de luta. E desafiador para quem gosta de explorar ao máximo as possibilidades de combos e golpes especiais.
A CPS-II, que estava acostumada com a técnica de Street Fighter Alpha 2, e com a fanfarronice de X-Men vs. Street Fighter, se mostrou muito bem com Pocket Fighter. O game é colorido, divertido e muito engraçado. São muitas referências, o tempo todo, que fazem do game algo único.
Uma pena que a Capcom não explorou mais como devia esta série. Muitos personagens foram colocados nos cenários, mas poderiam tranquilamente fazer parte da pancadaria. E ainda há muito para brincar com seus elementos. Mighty Final Fight, por exemplo, faz algo semelhante, e merecia uma versão semelhante nos arcades. Capcom vs. SNK no Neo Geo Pocket também usa personagens em SD, e seria divertido vê-los no estilo deste jogo.
O game segue disponível hoje, na PSN, para proprietários de Playstation 3, mas só nos EUA. Super Puzzle Fighter 2 Turbo ganhou uma versão HD Remix, e Pocket Fighter também poderia ter ganhado uma edição assim.
Mas o que nos resta é aguardar a Capcom voltar a ter interesse em investir nesta série que é tão bacana, e que poderia ir mais longe, se assim a companhia o fizesse nos anos 90.
Fonte: Arkade