O delegado que investiga o espancamento até a morte de um cachorro da raça yorkshire em Formosa (289 km de Goiânia) informou que convocou a enfermeira Camilla Correa Alves de Moura Araújo dos Santos, 22, a se apresentar à delegacia depois que recebeu, no dia 13 de novembro, o vídeo da gravação e uma carta anônima.
Carlos Firmino Dantas, titular do 1º Distrito Policial de Formosa, disse que Camilla foi à delegacia acompanhada do seu advogado, mas permaneceu calada. O delegado disse ainda que o advogado, que pediu para não ser identificado, contou que a enfermeira teve uma crise nervosa e, por isso, cometeu o ato de violência. Dantas confirmou que o cachorro morreu. "A defesa alegou que Camilla teve uma crise nervosa no dia e acabou comentendo as agressões", diz o delegado.
Em sua conta no Twitter, já desativada, Camilla chegou a comentar que sofria com o cão. "Estão por aí dizendo que eu sou uma monstra. Vocês não sabem o que eu sofria com aquela peste." Ela se identificava da seguinte forma na rede social: "Sou tranquila, casada, amo meu maridão, meus filhos e meus cachorrinhos. Enfermeira por amor. Muuuito feliz."
O vídeo, que foi parar no YouTube na última quarta-feira (14), mostra Camila maltratando o animal. Nas gravações, que contém imagens fortes, a mulher arremessa o cachorro contra a parede e utiliza um balde para bater na cabeça do animal. Ao final das agressões, ele aparece tremendo em um dos cantos da área de serviço e é coberto pelo balde.
O inquérito policial, que foi aberto no dia 21 de novembro, apura ainda se houve violência contra a filha de Camilla, de 2 anos, que aparece na gravação e assiste a todo o espancamento. Nos próximos dias, Dantas solicitará o apoio de psicólogos e da delegacia especializada para ouvir a criança.
O delegado informou que a suspeita é que o vídeo tenha sido feito por um vizinho da agressora. Segundo ele, todos os vizinhos estão sendo convocados para prestar depoimento. Dantas disse ainda que Camilla e a família têm colaborado com as investigações, que devem ser concluídas até a próxima sexta-feira.
Na manhã de hoje, o vereador e presidente da Comissão da Defesa dos Direitos da Criança, Elias Vaz (PSOL-GO), entregou uma denúncia contra a mulher para a delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, Adriana Accorsi. Além da investigação sobre a morte do animal, ele pede que seja investigada a presença da criança no momento das agressões.
No Twitter, a ex-senadora Heloisa Helena disse que entrou com uma representação contra a mulher no Ministério Público. “Já conseguimos agora! Obrigada a quem de forma responsável me passou por DM! É de Goiânia! Vamos Formalizar Denúncia!/ Acabei de enviar Representação MP/Vara da Infância e Procurador Geral de Justiça/Goiás. #LeiLobo”.