O debate sobre armas é muito mais profundo do que simplesmente os lugares-comum "auto-defesa", "segurança", "cidadão de bem", etc. É, acima de tudo, político e ideológico.
Dopefish escreveu:O debate sobre armas é muito mais profundo do que simplesmente os lugares-comum "auto-defesa", "segurança", "cidadão de bem", etc. É, acima de tudo, político e ideológico.
Guitto escreveu:Dopefish escreveu:O debate sobre armas é muito mais profundo do que simplesmente os lugares-comum "auto-defesa", "segurança", "cidadão de bem", etc. É, acima de tudo, político e ideológico.
Assim como o aborto, liberação da erva do Henrico e por ai vai...
Ryo_Hazuki escreveu:Isso, na verdade, é o atestado máximo da total inépcia do poder público que não consegue mais prover qualquer tipo de segurança para o povo.
Devem ter pesado os dois pontos e viram que é muito mais simples e barato armar a população do que mexer nesse código penal.
Dopefish escreveu:Guitto escreveu:Dopefish escreveu:O debate sobre armas é muito mais profundo do que simplesmente os lugares-comum "auto-defesa", "segurança", "cidadão de bem", etc. É, acima de tudo, político e ideológico.
Assim como o aborto, liberação da erva do Henrico e por ai vai...
Erva concordo. Aborto, PRA MIM, é muito mais delicado. Mas entendi seu ponto.
Dcnautamarvete escreveu:Já que o debatedor que mais tem conhecimento de estatísticas saiu, fica ruim entrar na conversa agora.
Meu ponto de vista não é totalmente leigo. Mas não vou me meter no cerne da discussão, só ressaltar umas pontas soltas:
a) dizer que é só a pessoa ir à PF para tirar o registro e o porte é um argumento meramente estratégico; a permissão do ED é limitada a quem tem uma condição econômica confortável, pois as taxas são proibitivas e os requisitos são muito rigorosos;
b) a questão do calibre é importante; por favor, é um tanto ridículo confundir poder de parada e de perfuração; é claro que se deve limitar armas com alto poder de perfuração, para proteger aqueles que podem ser atingidos contra a vontade do atirador (prestem atenção);
c) é incongruente defender mais liberdade sem mais responsabilidade; nos EUA, a liberdade de portar armas de fogo é muito grande, porém o homicídio é geralmente punido com prisão perpétua ou até pena de morte; vale a pena pensar nisso; a pena por homicídio no Brasil é muito baixa, fora as condições atuais do processo penal (que permite responder em liberdade, recorrer indefinidamente, anular provas facilmente, etc.);
d) é preciso focar na responsabilidade individual também; no meu caso, uma das condições que me imponho para usar arma de fogo é não consumir bebida alcoólica (nunca, jamais, nenhuma gota); a outra, fazer cursos periódicos para não perder o condicionamento, especialmente sobre as regras de segurança, a fim de evitar os lamentáveis acidentes; poucos estão dispostos a fazer tais sacrifícios.
Paulo Redfield escreveu:Dcnautamarvete escreveu:Já que o debatedor que mais tem conhecimento de estatísticas saiu, fica ruim entrar na conversa agora.
Meu ponto de vista não é totalmente leigo. Mas não vou me meter no cerne da discussão, só ressaltar umas pontas soltas:
a) dizer que é só a pessoa ir à PF para tirar o registro e o porte é um argumento meramente estratégico; a permissão do ED é limitada a quem tem uma condição econômica confortável, pois as taxas são proibitivas e os requisitos são muito rigorosos;
b) a questão do calibre é importante; por favor, é um tanto ridículo confundir poder de parada e de perfuração; é claro que se deve limitar armas com alto poder de perfuração, para proteger aqueles que podem ser atingidos contra a vontade do atirador (prestem atenção);
c) é incongruente defender mais liberdade sem mais responsabilidade; nos EUA, a liberdade de portar armas de fogo é muito grande, porém o homicídio é geralmente punido com prisão perpétua ou até pena de morte; vale a pena pensar nisso; a pena por homicídio no Brasil é muito baixa, fora as condições atuais do processo penal (que permite responder em liberdade, recorrer indefinidamente, anular provas facilmente, etc.);
d) é preciso focar na responsabilidade individual também; no meu caso, uma das condições que me imponho para usar arma de fogo é não consumir bebida alcoólica (nunca, jamais, nenhuma gota); a outra, fazer cursos periódicos para não perder o condicionamento, especialmente sobre as regras de segurança, a fim de evitar os lamentáveis acidentes; poucos estão dispostos a fazer tais sacrifícios.
Eu não estava muito afim de postar novamente aqui mas vamo que vamo.
A) Realmente temos não só as taxas como o preço das armas de fogo mais elevadas, mesmo as de fabricação nacional, onde uma espingarda custa meros 200 dólares nos EUA, aqui passa dos 2 mil fácil, fora as taxas altas que tu paga pra tentar adquirir a licença, os impostos anuais e a renovação da certificação, muitas vezes na hora de renovar, o sujeito é barrado, mesmo tendo passado nos exames psicológicos e tudo mais, mesmo já tendo passado na prova inicial e tendo sua arma de fogo já, ela se torna ilegal a partir daí.
B) Acho que quem chega a correr risco de apontar a arma de fogo para uma pessoa que não é o invasor da propriedade (por exemplo), não tinha nem que ter uma .22.
C) Apesar de não ter sido colocado isso em discussão, creio que todos pensaram nisso já, pelo menos eu, que as leis devem ser mais severas, para quem comete crimes, seja um cidadão com uma arma legal ou o marginal com uma arma ilegal, eles tem total liberdade, pegam alguns anos de cadeia e já era, tem que aumentar a penalidade, parece que temos um meio caminho andado, lembro de ter visto que estavam colocando que crimes contra policiais seria considerado crime hediondo e teria alta penalidade, não sei se foi pra frente.
D) É estritamente essencial que o dono da arma faça constantes exercícios, para se tornar um atirador mais experiente, principalmente evitar acidentes, seja consigo mesmo (muitos atiram na própria perna ao remover/colocar a arma no coldre por não deixarem o dedo fora do gatilho) ou com pessoas ao redor (importante nunca apontar o cano para as pessoas de bem, se for entregar a arma para outra pessoa, no caso, na estande de tiro, sempre entregar a arma desmuniciada e mostrando que ela está descarregada, como o mecanismo retraído etc.