Assassin's Creed - Review da Série

Pessoal, com base na sugestão do MN resolvi criar esse tópico falando das minhas impressões da série Assassin's Creed e deixando como um tópico de discussão sobre a série.


Assassin's Creed é uma série de jogos de ficção histórica de ação-aventura e com alguma ênfase em stealth, sendo criada por Patrice Desilets e publica pela Ubisoft.

A série conta a história de Desmond Miles, um jovem comum que foi raptado por uma grande corporação com o objetivo de reviver as memórias de ancestrais importantes dele, através de um aparelho chamado o Animus.

O Animus consegue entrar no DNA e ler as memórias de ancestrais que ficam lá armazenadas, sendo assim, apesar de todos os jogos contarem a história de Desmond, em cada um deles um ancestral diferente é revivido, tendo então a série uma grande variedade de lugares, épocas e eventos históricos que são revividos no seu decorrer.

Todas as histórias estão voltadas para a batalha entre Assassinos e Templários, que perdura durante os séculos e parece não ter fim. Começando nas Cruzadas, passando pelo Renascimento, queda do Império Bizantino e Revolução Americana o conflito entre essas sociedades secretas tem atraído a atenção de jogadores ao redor do mundo, visto que Assassin's Creed é considerado por muitos (inclusive pelo que vos escreve) uma das melhores séries que foram criadas nessa geração.

É notável na série uma clara influência da série Prince of Persia, também da Ubisoft, que fez um sucesso muito grande na geração passada (PS2/Xbox/GC) e parece ter sido deixada de lado e o Príncipe competentemente substituído por Desmond Miles.

A série tem jogos lançados para diversas plataformas, inclusive portáteis, como PSP, PS Vita, Nintendo DS, iOS e Android, porém nesse review eu vou me manter na série principal, cujos jogos foram lançados para PC, PS3, X360 e mais recentemente o Wii U/PS4/X1. Sendo assim, não falarei nada sobre os jogos de portáteis.

Vou tentar ao máximo não escrever spoilers, porém sempre comentarei sobre o começo da história de cada jogo, o que pode conter spoilers do final do jogo anterior, então leia por sua conta em risco. Em todos os jogos a versão que eu joguei foi a de PC.

Última edição por VRebuli em Dom 30 Mar 2014, 14:40, editado 4 vez(es)

Lançado mundialmente em Novembro de 2007, o primeiro jogo da série foi de certo modo revolucionário. O conceito por trás do Animus e a exploração de memórias dos antepassados foi uma das idéias mais criativas que alguém já teve, se assimilando em criatividade ao filme Inception (A Origem) que trás a idéia de viajar por dentro dos sonhos.

O jogo se passa em Setembro de 2012, e Desmond - capturado pela corporação Abstergo - revive Altaïr Ibn La-Ahad, um jovem assassino muito talentoso, porém rebelde e difícil de se controlar. Altair vive em Israel, por volta de 1191, época da Terceira Cruzada. Depois de falhar em uma missão contra os Templários, os grandes inimigos dos Assassinos, Altair é deposto do seu ranking e é obrigado a realizar missões passadas pelo líder da sua ordem, Al Mualim, afim de ganhar novamente a posição de prestígio que tinha dentro da irmandade.

Vários aspectos importantes da série, como o método dos assassinos, o Credo em si, e elementos históricos que seriam explorados melhor nos jogos seguintes são introduzidos nesse jogo, o que dá a fundação para todo o gigantesco universo da série que é explorado posteriormente. Isso é um aspecto novo e importante, porque na jornada de Altair você vai descobrindo um propósito por trás das suas ações e começa a questionar tudo e todos ao seu redor, perguntando-se qual a verdadeira natureza do certo e do errado. Porém o mérito do jogo não passa muito disso.

Ele já começa com um tutorial exageradamente grande, que cansa o jogador se ele não tiver paciência. Quando começam as missões de fato é bem divertido nas primeiras vítimas, porém o jogo se torna altamente repetitivo rápido, desestimulando bastante a continuação, pois a história de Altair se desenvolve muito lentamente, não dando tanto ânimo pra continuar.

Além disso, a jogabilidade é muito fechada e não há tantas possibilidades como se espera de um jogo dito open world. Tudo é muito mecânico e dificulta a imersão, se as primeiras missões você leva minutos e quando você vê passaram-se horas, nas posteriores é exatamente o contrário, e a menos que você tenha gostado muito da ideia vai penar um pouco pra terminar.


Apesar do questionamento de Altair cair no Niilismo, filosofia da qual eu particularmente sou crítico, quando a história finalmente desabrocha temos uma conclusão muito melhor que o desenvolvimento, o que é uma pequena gratificação para quem foi até o final. Claro, faço todo esse review com uma visão de hoje, 2013, mas é necessário dar um desconto pois o jogo já tem quase 6 anos que foi lançado.

Pra quem tiver paciência vale a pena jogar, mas se você não resolver prosseguir nesse jogo leia a história na internet e avance, pois o melhor ainda está por vir.



Última edição por VRebuli em Sáb 19 Out 2013, 12:07, editado 4 vez(es)

Assassin's Creed II foi lançado em Novembro de 2009 e começa logo onde o primeiro termina, com Desmond ainda em seu cativeiro na Abstergo.

Após sua fuga logo no início Desmond volta ao Animus, dessa vez melhorado e em controle dos Assassinos. Temos então uma nova época e um novo personagem: dessa vez você estará no Renascimento vivendo as memórias de Ezio Auditore, filho de um banqueiro italiano que tem a família dizimada e se torna um assassino para buscar vingança contra os criminosos que mataram sua família. Na jornada você encontra com várias "celebridades" da época, como Leonardo Da Vinci e Nicolau Maquiavel, o que torna o jogo ainda mais interessante.

O jogo tem jogabilidade mais fluida, os blends são mais dinâmicos, as batalhas são um pouco melhoradas e Ezio tem uma série de movimentos que Altair, no primeiro jogo, não tinha. Os gráficos também são bonitos para um open world da época, mas hoje em dia você percebe muitos dos detalhes que não são tão bem feitos. As variadas opções de armaduras e armas também é um ponto positivo, fazendo com que o jogador realmente se importe com a economia para poder ficar bem equipado.

Por falar em economia, ela também é muito boa, Ezio ganha dinheiro fazendo missões e investindo na Vila da família, e se o jogador renovar a Vila desde cedo no final não faltará dinheiro para completar todos os opcionais da habitação dos Auditores.

As cidades são todas muito bem feitas, são enormes e cheias de pequenas missões pra se fazer, deixando o mundo de AC2 muito mais rico que o do primeiro jogo. Mas ainda sim uma boa parte dessas side quests podem ser tornar repetitivas. Um grande problema é o fato de você não poder usar o cavalo dentro da cidade, fazendo com que as vezes você perca muito tempo pra atravessar um lugar para fazer determinada missão. Mas Ezio, ao contrário de seu antecessor, também pode nadar, o que viabiliza uma grande parte do jogo se passar em Veneza.

O grande forte do jogo sem dúvida é a história, que mostra todo o desenvolvimento de Ezio, desde um adolescente quando o jogo começa até se tornar um assassino experiente, indo atrás do grande chefe dos Templários na Europa. Esse desenvolvimento é contado com missões com uma variedade imensa de coisas pra fazer, o que não torna cansativo em nenhum momento progredir a sequência. De fato a trama de Assassin's Creed II é a melhor da série e uma das melhores da geração.


A Ubisoft cometeu um erro grande, que foi a de tirar um pedaço menos importante da história do jogo e colocá-los como DLC. Ela foi muito criticada na época, mas pelo menos mudou suas atitudes com os jogos futuros. Quando eu comprei o jogo foi a versão Game of the Year, logo eu também joguei e gostei dos DLCs porque eles introduzem mais personagens históricos relativamente famosos, como Savonarola e os irmãos Orsini, e é interessante ver a visão da história que o jogo tenta passar, apesar de deturpada para se encaixar com o contexto da Ordem dos Assassinos, até porque se trata de uma obra de ficção.

Apesar do jogo te dar algumas pistas do que se passa no background, principalmente em algumas side quests, a verdade é que a história fecha de maneira brilhante, e abre de vez a trama para construção de histórias subsequentes.

Finalizei o jogo com cerca de 96% porque não tive paciência de pegar todas as penas, porque são 100 ao total e geralmente estão bem escondidas. Mas com certeza é um jogo que vale muito a pena ser jogado e serão quase 30 horas de diversão garantida.



Última edição por VRebuli em Dom 29 Dez 2013, 00:11, editado 5 vez(es)

Continuando a série chegamos agora em Assassin's Creed Brotherhood, lançado em Novembro de 2010.

Brotherhood, tanto dentro como fora do Animus, começa exatamente onde o anterior parou e Ezio se encontra dessa vez em Roma. Pra quem jogou um atrás do outro, como eu, a sensação é que você ainda está no mesmo jogo, e o clima empolgante do final de Assassin's Creed II contagia o começo do Brotherhood, animando bastante a sequência da história.

Mas as diferenças são notadas também: Os gráficos estão muito mais bonitos, especialmente as texturas com resolução maior e em geral o jogo parece ter menor efeito de borrado. Os rostos, cabelos e roupas dos personagens estão muito mais bem trabalhados e Ezio agora consegue entrar com os cavalos dentro da cidade, facilitando bastante a exploração de Roma, que é uma cidade imensa.

A jogabilidade evoluiu, especialmente na batalhas, onde agora é possível, com certa habilidade, derrotar vários inimigos em sequência com um golpe cada um. Parece algo irreal mas isso dinamiza muito quando você está sendo perseguido no meio da cidade: Em ACII, quando você é cercado por mais de 4 inimigos fortes, pode se preparar que vão ser quase 5 minutos só pra essa batalha, e não são raros os casos onde 10 ou até mais inimigos vem pra cima de você. No Brotherhood isso se torna muito mais simples quando você pega o jeito das batalhas, e ao meu ver é um ponto positivo também.

Roma é uma cidade muito mais envolvente que as dos jogos anteriores, agora toda a economia, a luta com os Templários e a possibilidade de recrutar assassinos para sua causa te dá a sensação de que realmente a cidade está mudando com a sua influência, e isso foi uma coisa que eu achei muito bacana no jogo. Falando em recrutar assassinos essa com certeza foi a melhor inovação do jogo, abrindo o seu leque de possibilidades de realizar as missões e facilitando imensamente o stealth. A variedade de armas, armaduras e side quests é ainda maior que no jogo anterior e elas são muito mais agradáveis, especialmente as especiais como as da Cristina, antiga paixão de Ezio quando era jovem.


A participação do Leonardo da Vinci nesse jogo eu achei muito forçada, principalmente no DLC, porém ela encaixa com o contexto histórico do famoso pintor na época. Por outro lado Maquiavel dessa vez acompanha você o jogo todo. A história não é tão bem trabalhada como no II, porém ela complementa a do seu antecessor e tem vários pontos altos, os quais não vou citar aqui pra não estragar a diversão de quem ainda não jogou. Brotherhood também apresenta um final bom, digno da série, e fecha de vez a história do II.

Eu fiz quase 100% novamente, liberei e renovei Roma inteira, peguei a armadura especial, fiz as missões da Cristina, fiz os DLCs e etc, mas não peguei todas as bandeiras (100 no total) porque considerei perda de tempo. Pra mim Assassin's Creed Brotherhood é o melhor jogo da série até o momento.



Última edição por VRebuli em Sex 18 Out 2013, 15:35, editado 4 vez(es)

Assassin's Creed Revelations, lançado em Novembro de 2011, é o próximo capítulo da série e se passa alguns minutos após o termino do Brotherhood, onde Desmond está com a mente danificada após os eventos traumáticos no final do jogo anterior. Desmond então é reconectado ao Animus por sua equipe para tentar salvar sua mente.

Em sua jornada para recuperar o controle sobre o seu corpo Desmond, perdido dentro do Animus, é levado a Ezio, muitos anos após os eventos de Brotherhood, que se encontra numa jornada em busca da sabedoria perdida de Altair, que o leva a Israel e em seguida a Constantinopla, cidade onde se passa a maioria do jogo.

A jogabilidade não muda praticamente nada, apenas algumas novidades com a adição da nova "lâmina-gancho", que possibilita algumas tirolesas improvisadas, e a possibilidade de deixar uma arma secundária já equipada, mas em geral é a mesma coisa do Brotherhood. Eles tentaram dar uma enfase do uso de bombas, mas para mim isso foi um grande erro: Uma das grandes belezas da série era a múltipla maneira de resolver as coisas, isso foi mantido em Revelations. Sendo assim, você tem vários tutoriais, vários itens, várias missões em torno de usar bombas sendo que você consegue terminar o jogo praticamente sem usa-las, ou seja, foi tudo uma grande perda de tempo. O gráfico é mais bonito que o do anterior, e os personagens são muito bem detalhados: pelo menos nesse ponto o jogo evoluiu bastante.


A cidade em si é grande, mas não é rica de detalhes, as quests secundárias são massantes e repetitivas. Em geral toda a parte de liberação e renovação da cidade foi um cópia sem muitas mudanças do jogo anterior. Tiraram os cavalos do jogo, eu até agora não entendi porque, e pra compensar colocaram as estações de viagem rápidas por toda a cidade já liberadas desde o começo. Na prática não mudou muito, mas agora não tem mais as batalhas montadas.

O modo como você perde notoriedade se tornou repetitivo (não tem mais cartazes, oradores só tiram 25% e são poucos, muito raro aparecer testemunha), o que piora quando você ganha notoriedade ao renovar algum estabelecimento. Quando você atinge 100% de notoriedade os Templários atacam suas bases, e é chatíssimo defender. Ou seja, toda economia do jogo além de ser mais fechada (não pode investir nas lojas), é atrasada porque você tem que ficar procurando meios de diminuir sua notoriedade. Essa defesa das bases, apesar de ser mais realista e fazer sentido numa disputa por influência na cidade, foi uma adição completamente inútil porque só serviu pra atrasar o jogo.

A história é fraca e muito previsível, as melhores partes são os poucos minutos que você revive a história de Altair, dando a ele um papel de destaque no desenvolvimento da Irmandade dos Assassinos, ao contrário do pouco que se sabia sobre ele após o final o primeiro jogo. Os personagens históricos estão presentes, mas como eles são do mundo árabe eu sinceramente os desconhecia, e isso também tirou um pouco da graça do jogo. No final do jogo eu fui pesquisar sobre a família real que é retratada no jogo e se encaixou bem com o jogo, mas realmente não foi tão legal como nos anteriores. Eu já tinha tido essa mesma sensação quando joguei o jogo pela primeira vez, então parece que nesse ponto o jogo não me reconquistou.

Esse eu fiquei com preguiça de fazer 100% de renovação justamente por não querer perder tempo defendendo as bases, nem rodando o mapa todo que nem um doido procurando diminuir notoriedade. Os DLCs contam um pouco da história do Subject 16, um personagem que era só citado em jogos anteriores mas que aparece orientando Desmond com a mente fragmentada dentro do Animus em Revelations. A jogabilidade do DLC é em primeira pessoa e é bem chato, só compensa ser jogado por quem quer se aprofundar na história. Bem, se vc quiser entender a série como um todo esse jogo é essencial, mas se for jogar casualmente eu aconselharia ir pro Brotherhood mesmo.



Última edição por VRebuli em Sex 18 Out 2013, 15:36, editado 2 vez(es)

Como na trilogia do Ezio jogabilidade, gráficos e possibilidades evoluíram um pouco lentamente, deixando os jogos parecidos entre si, já estava na hora da Ubisoft dar uma renovada na série. E ela deu.

Assassin's Creed III, lançado em Outubro de 2012, já mostra mudança nos gráficos, que agora tem um estilo um pouco diferente dos anteriores, além de ser muito mais bonito e detalhado. Também temos uma época e personagens diferentes: agora nós temos as guerras de independência dos EUA e Connor, um americano nativo (indígena) que se junta ao assassinos para salvar seu povo da destruição.

Toda a jogabilidade foi refeita, especialmente as batalhas que apresentam novos comandos e muitos movimentos novos, com imensa variedade. Mudou-se a maneira como você luta, como você corre, como você interage com o mundo. É possível também agora andar por árvores, e foram adicionadas uma série de missões navais, que mostram um cenário totalmente novo para a série. Agora são necessário mais missões para se liberar um distrito das cidades, o que faz muito sentido a natureza das missões (ajudar as pessoas) apesar de as vezes ser repetitivo. Ah, você pode andar de cavalo dentro das cidades de novo!

Porém as melhorias param por aí. A economia é muito fraca, apesar de você poder melhorar sua base e seu navio nada no jogo te estimula a isso, pelo contrário, você tem que realizar uma série de side quests chatíssimas para poder começar a renovar. As cidades, apesar de terem um tamanho bom, são feias e vazias. De fato a única coisa que você encontra são patrulhas, de modo que se a sua notoriedade subir um nível fica intransitável. As cidades quase não tem lojas e facções para interagir e, além disso, são tantas missões principais fora das cidades que você não tem o menor estímulo de parar em uma delas para explorar.

Para recrutar os assassinos dá muito mais trabalho e, sinceramente, não vale a pena. Eles podem agora realizar mais atividades, conforme você comanda, porém eles são mais burros e parecem que não conseguem executar somente o que você mandou e desaparecer sem chamar a atenção de todos os guardas da cidade, que além de atacá-los também vem pra cima de você! Eu recrutei todos os 6 e praticamente não os usei.

Eles encheram o jogo de personagens históricos, de fatos são dezenas! Porém isso não fica mais tão bom, porque simplesmente você não interage muito com eles: vence uma batalha pra eles e some. Eles quiseram contar a história da revolução toda, porém ficou muito perdido. Exceto o Washington e o Adams o resto passa quase despercebido pelo jogador, inclusive Benjamin Franklin.

O personagem principal, Connor, é muito ingênuo, mesmo após anos de treinamentos e várias batalhas. Ele acaba então, durante o jogo, fazendo várias coisas que te dão a impressão de que ele não merecia a "farda" que estava usando. Apesar de mais forte e bem mais ágil que os anteriores, Connor foi o protagonista que eu menos gostei de ter controlado, porque parecia que ele nunca pensava antes de agir, o que certamente não combina com furtividade e o estilo de AC, onde geralmente a história mostrava a Irmandade bolando uma super estratégia pra vencer um inimigo bem mais poderoso que eles.


O foco da história é muito mais na revolução do que na Irmandade, talvez um americano super patriota deva ter adorado isso, mas eu não achei que ficou legal. Muitas coisas no jogo são mal explicadas, como por exemplo todo mundo praticamente sabe da filiação de Connor sendo que ele passou anos em reclusão na floresta com os índios e veio para a cidade já adulto. Bem, eu teria muita coisa pra contestar do desenvolvimento da história, mas não o vou fazer aqui por causa dos spoilers.

Claro, também tem as missões fora do Animus, que não são lá essas coisas mas dão uma variada legal no ambiente. E o ponto alto da história fica fora do Animus também, de modo que eu realmente não faço ideia de como eles vão começar Assassin's Creed IV Black Flag, que foi já foi anunciado para esse ano. Assassin's Creed III infelizmente é uma decepção, não por ser um jogo ruim, mas por ser um jogo que poderia ser muito melhor.



Porém, o jogo tem uma surpresa agradável para aqueles que gastaram um dinheiro a mais:
O excelente DLC The Tirany of King Washington:


O DLC é divido em 3 episódios e realmente a palavra certa para defini-lo é surpreendente. Surpreendente porque, depois de um jogo tão abaixo das expectativas eu esperava pouco de um DLC. E ele é realmente muito melhor que o jogo em si.

O DLC começa com Ratonhnhaké:ton (Connor é chamado apenas por esse nome no DLC) acordando em uma realidade diferente, onde George Washington, após liderar os Patriotas em expelir os Britânicos dos EUA, toma posse da Apple e com o poder dela se torna um rei tirano e cruel. Alguns personagens mortos na história original voltam a vida, e os grandes heróis americanos estão todos corrompidos pelo poder da Piece of Eden.

No meio disso tudo, e sem entender nada, Connor se vê obrigado a recorrer a forças indígenas místicas para combater o exercito de Bluecoats, que apesar de antes terem lutado pela liberdade, são os que agora oprimem.

Assim, Connor ganha poderes de animais (a cada episódio um animal novo) que são usados para passo a passo minar o poder de Washington para tentar finalmente derrotá-lo. Com esses poderes a jogabilidade do jogo é renovada abrindo muito o leque de como enfrentar seus inimigos, seja pela força bruta, seja no stealth.

A história é muito melhor que a do jogo porque me pareceu que dessa vez eles não precisavam ficar preso ao que de fato aconteceu e deram asas a imaginação para deixar a história fluir. É verdade que apesar de seguir a sequência da história a situação toda deixa você meio boiando, mas assim dá um estímulo a mais para continuar até o final, onde tudo é esclarecido.

Os episódios são relativamente pequenos, cerca de 1h30 cada um, porém se você tentar fazer os objetivos opcionais vai ter um pouco mais de trabalho, e umas horas jogando a mais. Bem, não sei quanto é o preço integral dele, mas se ver os episódios por um preço bom eu recomendo comprar.



Última edição por VRebuli em Sex 18 Out 2013, 15:40, editado 3 vez(es)

Assassin's Creed IV: Black Flag, lançado em outubro de 2013, começa em 1715 e conta a história de Edward Kenway, um notável pirata e corsário que viveu na Era Dourada dos Piratas, pai de Haytham Kenway e avô de Connor Kenway, os personagens jogáveis ​​de Assassin's Creed III.

A jogabilidade e as mecânicas do jogo em geral são exatamente as mesmas de ACIII, o que é bom visto que esse era o ponto forte do jogo antecessor. Edward é bem ágil e forte, e faz todos os movimentos sinistros de Connor, porém, diferente dos outros personagens que foram treinados especificamente para isso, ele tem essas habilidades de assassino sem nunca ter recebido treinamento específico e não o recebe mesmo no decorrer do jogo, o que certamente é estranho. Porém, em geral, Edward é um personagem muito mais interessante que seu neto em ACIII, ele é astuto, cara de pau, e capaz de bolar planos para atingir seus objetivos, ao contrário de Connor que só agia por extinto. Contudo parece que no decorrer da história ele vai se perdendo, e na minha visão vira um tipo meio covarde que bebe para esquecer os problemas (ainda acho o Haytham muito melhor que os dois).

A história, por sinal, também não é lá essas coisas. Acho que os desenvolvedores se perderam nesse ponto, porque depois do Brotherhood todas as histórias foram fracas. Eu não reconheci nenhum personagem histórico famoso. Alguns menores, como o Torres, existiram na vida real, porém são bem menos conhecidos que Saladino, Da Vinci, Maquiavel, os Bórgias e Washington, personagens que apareceram nos outros jogos. Não vou entrar fundo na discussão da história por causa dos spoilers, mas ela começou extremamente promissora e se perdeu conforme avançava. Tudo isso provavelmente é reflexo da pressa para lançar o jogo anualmente, visto que a ideia é boa mas não tiveram tempo para estudar maneiras de desenvolve-la adequadamente e na versão final ficou algo meia boca mesmo, com várias falhas (contudo menos que no III, que metade do jogo é desconexo... rsrs)

Fora do Animus eles foram minimalistas, mas se você quiser gastar um tempo explorando você vai descobrindo os segredos do background. Achei uma forma interessante, porém muito inconclusiva, de continuar depois dos acontecimentos do III.

As cidades não são tão bonitas quanto as Europeias da série, exceto talvez por Havana, que foi na minha opinião a melhor cidade do jogo. Mas, apesar de esteticamente inferiores, as cidades de Black Flag são muito bem projetadas para sair saltando por edifícios e fazer perseguições escondido. O número de moitas em que você pode se esconder é grande e elas estão bem distribuídas, a própria disposição das ruas facilita a espionagem de diversas maneiras, além das árvores complementarem perfeitamente os telhados e permitir que você passe de um lado para o outro facilmente. Esse foi uma das melhores coisas que a Ubisoft fez no jogo, porque as missões de stealth nas cidades ficaram prazerosas de se fazer. Tiraram a opção de andar de cavalo, porém agora cada ponto de sincronização para revelar o mapa se torna também um ponto para viagem rápida, isso facilitou muito o deslocamento no jogo. No geral é uma experiência agradável andar pelas cidades, muito mais que no seu antecessor, pelo menos.

Porém, como o foco é na pirataria, como se pode ver no próprio nome do jogo, você passa grande parte do jogo no navio fazendo missões pelos mares do caribe, e as missões são bem massantes, além de não raras vezes você ter que ficar navegando por quilômetros sem fazer nada somente para chegar no objetivo. Eu sinceramente não acho que as missões navais combinem com a série. AC sempre me pareceu mais sobre agir nas surdinas da cidade, colhendo informações de transeuntes e se escondendo em becos. E logo nesses que fizeram as cidades tão boas elas foram praticamente esquecidas. Ficar roubando navios e fazendo guerras em alto mar podia ser para outra série, mas não encaixou com AC.


A economia é ridícula. Você ganha dinheiro com missões, sejam elas principais ou secundárias, e roubando os outros navios. Mas o dinheiro não serve para absolutamente nada exceto upgrade no Jackdaw (Navio do Kenway no jogo). Armaduras pra comprar? Não existem. Armas então? Existem até, mas não tem necessidade, porque Edward já é bastante forte e a maioria das missões são em alto mar, e quase todas das que se passam em terra firme são pra se fazer em stealth.Você pode melhorar as lojas e a sua "casa", mas não tem benefício nenhum com isso. Só sobra os upgrades no navio mesmo. Não vi recruta de assassinos também, o que foi a melhor inovação da série. Ah, uma coisa boa: voltou a armadura especial que você pega coletando chaves espalhadas pelo mundo, mais ou menos no estilo do que tínhamos no II e no Brotherhood.

Bem, é verdade que não faltam side quests no jogo, tem muitas dos mais variados tipos, desde mergulhar para pegar cargas da navios naufragados até destruir fortes com o Jackdaw. Porém, mais uma vez, o número gigante de side quests não torna em geral o jogo melhor. É legal que elas estejam lá, mas só estão para fazer número, e na terceira de cada tipo você já enjoou. Seria melhor se tivessem gastado mais tempo investindo na história, principalmente jogando ela mais pras cidades.

Todas essas características da série que ficam alternando: cidade/mar, economia, recrutas, cavalos, side quests, etc, só mostram que a Ubisoft está completamente perdida na série e está indo onde a correnteza leva pra dar mais dinheiro. Não que eles estejam errados com isso, mas uma série tão boa quanto Assassin's Creed será apenas um sucesso de vendas momentâneo por causa do forte marketing e dificilmente se tornará um ícone para gerações futuras quando ela parar de ser produzida, justamente porque ela tem sido feita as pressas. Se eles fizessem as coisas bem feitas poderia um dia entrar no hall de séries como GTA, por exemplo. Do jeito que está isso não vai acontecer.

Assassin's Creed IV: Black Flag está longe de ser um jogo ruim, mas está muito longe de ser um jogo épico como Assassin's Creed II, por exemplo. Vale a pena? Claro que vale, mas tinha potencial para ser muito mais do que é! Sou um grande fã da série, gostei das evoluções das mecânicas e jogabilidade que ela sofreu ao longo dos anos, mas tem muita coisa que faz diferença sendo deixada de lado. Penso que é hora da Ubisoft parar, rever os conceitos, e colocar AC nos rumos novamente.




Última edição por VRebuli em Ter 14 Jan 2014, 00:05, editado 7 vez(es)

Bem, é isso aí, manolos! Comentem porque deu trabalho pra caramba tanto escrever quanto montar esse tópico... rsrs

Tópico FANTÁSTICO velho, parabéns!!!

Bonatti escreveu:

Tópico FANTÁSTICO velho, parabéns!!!

Vlw, manolo!  

Bem, acabei de ler aqui, excelente tópico. As semelhanças com PoP que você viu não é só coincidência, ele era pra ser um PoP open world mas a Ubi resolveu não usar o nome PoP e mudou alguns personagens e tal, por isso o primeiro é muito parecido com a trilogia "Sands".

Só tem um erro de digitação: O período do AC 1 é 1191 e não 1911 :tudobem: 

Sobre a serie em si, acho que a partir do Revelations ela começou a decair, principalmente por eles darem menos atenção a economia e as armaduras, Brotherhood é o melhor da serie na minha opinião. Acho que a Ubi deveria intercalar AC com o PoP ou outra IP importante dela (Splinter Cell???), assim eles poderiam melhorar bem mais os jogos AC e evitando saturar o mercado, mas como ainda dá muito lucro isso não vai acontecer...

Mais uma vez, excelente tópico, excelente visão da serie, parabéns.

Melhor nick da historia!! escreveu:

Bem, acabei de ler aqui, excelente tópico. As semelhanças com PoP que você viu não é só coincidência, ele era pra ser um PoP open world mas a Ubi resolveu não usar o nome PoP e mudou alguns personagens e tal, por isso o primeiro é muito parecido com a trilogia "Sands".

Só tem um erro de digitação: O período do AC 1 é 1191 e não 1911 :tudobem: 

Sobre a serie em si, acho que a partir do Revelations ela começou a decair, principalmente por eles darem menos atenção a economia e as armaduras, Brotherhood é o melhor da serie na minha opinião. Acho que a Ubi deveria intercalar AC com o PoP ou outra IP importante dela (Splinter Cell???), assim eles poderiam melhorar bem mais os jogos AC e evitando saturar o mercado, mas como ainda dá muito lucro isso não vai acontecer...

Mais uma vez, excelente tópico, excelente visão da serie, parabéns.

Não sabia dessa parada de PoP de mundo aberto! Deve ter tido muita discussão de idéias até resolverem lançar uma franquia nova.

Eu concordo com você com essa parada de reversar, é muito raro um jogo que se torna anual que não cai a qualidade ou não fica lançando o mesmo jogo com menu diferente (tipo FIFA, COD e PES).

Além disso PoP era uma série fantástica, eu adorei a trilogia da geração passada, e o The Forgotten Sands achei bom também, só não tanto quanto a trilogia. Uma pena terem abandonado, podiam revesar ela com AC, e ainda podiam botar Splinter Cell ou mesmo FarCry e lançarem sempre jogos épicos.

Parando pra pensar, o maior salto de qualidade em AC foi do I pro II, e foi justamente o que demorou mais de um ano pra ser lançado... rimkuk 

E obrigado, manolo! Que bom que vcs gostaram... Tava pensando em fazer um tópico desse sobre Dead Space já que eu escrevi 2 reviews grandes também do 2 e do 3, mas fica prum futuro.

PS: Acertei o erro de digitação!

VRebuli escreveu:

Não sabia dessa parada de PoP de mundo aberto! Deve ter tido muita discussão de idéias até resolverem lançar uma franquia nova.

Eu concordo com você com essa parada de reversar, é muito raro um jogo que se torna anual que não cai a qualidade ou não fica lançando o mesmo jogo com menu diferente (tipo FIFA, COD e PES).

Além disso PoP era uma série fantástica, eu adorei a trilogia da geração passada, e o The Forgotten Sands achei bom também, só não tanto quanto a trilogia. Uma pena terem abandonado, podiam revesar ela com AC, e ainda podiam botar Splinter Cell ou mesmo FarCry e lançarem sempre jogos épicos.

Parando pra pensar, o maior salto de qualidade em AC foi do I pro II, e foi justamente o que demorou mais de um ano pra ser lançado... rimkuk 

E obrigado, manolo! Que bom que vcs gostaram... Tava pensando em fazer um tópico desse sobre Dead Space já que eu escrevi 2 reviews grandes também do 2 e do 3, mas fica prum futuro.

PS: Acertei o erro de digitação!

Como segundo a Ubi já existe um final pra serie planejado, uma hora ou outra a serie vai acabar por isso (o que é uma pena). E eu gostei bastante do PoP 2008 (aquele em cel shading), não cheguei a jogar a DLC, mas a história ficou em aberto e daria pra fazer algo muito bom. O Forgotten Sands achei bem fraquinho (detestei que se tornou um hack'n slash), pra mim um esquema alá a trilogia Sands cairia muito bem.

E sim, o AC2 evoluiu muita coisa mesmo do 1 (de gráficos até a narrativa ficou melhor) mais uma pra provar que é melhor se lançar de 2 em 2 anos no minimo.

Movido pra área correta.

Vlw, Guitto!