Oi pessoal!
Eu sou o Orakio, vulgo "Gagá", e é um prazer estar aqui com vocês etc etc etc ^_^
Acho muito legal a revista e o empenho de todos vocês, e como sou um invejoso de uma figa... digo, como gosto de falar sobre games antigos vim participar também :P
Taí o texto que eu escrevi... eu só fui jogar mesmo um jogo da série Mega Man no ano retrasado, e mesmo com mais de vinte anos de atraso a experiência foi muito bacana! Espero que curtam o relato!
Abração a todos e vamos mandar bala nos textos!
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Spoiler :
Há 99% de chances de você, que está lendo esta revista, ter jogado vários jogos da franquia Mega Man ao longo dos anos. Todo retrogamer já jogou um bocado de Mega Man, não é mesmo?
Mas eu sou uma exceção -- acidental, eu juro! Por um acaso do destino, até bem pouco tempo eu nunca tinha jogado um título da franquia. Só no ano retrasado, quase 25 anos após o lançamento do primeiro jogo do robozinho azul da Capcom, eu decidi tomar vergonha e me aventurar a jogar.
Como sei que a franquia é famosa pela alta dificuldade, fiz questão de comprar o jogo no Virtual Console, que não permite trapacear com save states. Quando a gente pega o bonde andando e conhece um clássico com tantos anos de atraso, é importante tentar entrar o máximo possível no clima da época. Nunca vai ser a mesma coisa, é claro, mas eliminar totalmente a dificuldade do jogo usando save states tornaria a experiência toda completamente inútil.
Na época dessa jogatina eu estava no meio de um projeto de jogar todos os jogos de NES em ordem cronológica. Por isso, consegui jogar o primeiro Mega Man com algum contexto histórico, notando certas qualidades que o destacavam dos outros jogos lançados na época. Os gráficos eram acima da média, as músicas muito boas e as fases tinham ótimo design. Não vou me ater muito a esses detalhes, porque outras matérias desta edição especial certamente vão cumprir melhor do que eu o papel de dizer como o primeiro Mega Man é uma beleza de jogo.
Na verdade, o que eu quero destacar é um detalhe que me chamou a atenção, e que na minha opinião é o maior diferencial de Mega Man em relação aos jogos lançados naquele já longínquo ano de 1987: a dedicação da equipe em encher o jogo de personagens carismáticos e criativos. Na maioria dos jogos da época, o mocinho era bacana, o vilão principal era razoavelmente interessante, mas todos os inimigos que surgiam pelo caminho eram só bucha-de-canhão, uns carinhas cheios de armas e sem nenhuma personalidade. Mas em Mega Man não: logo de cara, o jogo já mostra pra gente uma tela de seleção de estágio com a cara do respectivo robô-guardião estampada.
Esses robôs transbordam personalidade. Cada um tem uma característica específica, reforçada não só pelo seu visual, como também pelo seu nome. Não há ordem predefinida para as fases, então você simplesmente escolhe o adversário que lhe parece mais simpático, o que já era uma coisa incrivelmente interessante e inusitada para a época; em vez de se focar no herói, Mega Man já começa voltando os holofotes para os vilões!
Não falo só dos chefes não: até os inimigos comuns das fases são interessantes! Máquinas doidas, plataformas voadoras com olhos e o famoso “anãozinho operário” (aquele mesmo, de capacete laranja) têm um design mais caprichado que muito herói por aí, enchendo o jogo de uma vida que não se via com muita frequência naqueles tempos. Aliás, até hoje em dia dá trabalho achar um jogo com personagens secundários desse naipe espalhados pelas fases -- no máximo a gente vê uns chefes de fase caprichados, e olhe lá.
Mesmo jogando atrasado, eu adorei Mega Man. É um jogo divertido, desafiador e vibrante, mesmo 25 anos depois do lançamento original. Nem é preciso aquele papo de “ter a mente aberta” diante de um game design com mais de duas décadas de idade: o primeiro Mega Man é um joguinho diabolicamente atemporal, e você não vai ter que fazer esforço nenhum para se apaixonar por ele. Portanto, se você nunca se aventurou pela franquia, vai fundo que não é tarde!
Mas olhem, vou confessar... que inveja da turma que passou os últimos 25 anos jogando esse negócio.