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Após o sucesso obtido pelo Mega Man X original, não era preciso ser vidente para saber que uma nova franquia da Capcom estaria nascendo: e em 1994 saia praticamente simultaneamente no Japão e nos Estados Unidos, o título Mega Man X2. Seguindo os mesmos moldes do game anterior, mas também tendo algumas novidades, Mega Man X2 tornou-se logo um jogo tão aclamado quanto o primeiro, saciando a fome dos jogadores que haviam adorado as aventuras do destemido robô X.
Mega Man X2 se passa 6 meses após os fatos ocorridos no primeiro game, mas mesmo com a aparente derrota de Sigma e de seus Mavericks, o mal não foi eliminado completamente. X, agora como o novo líder dos Maverick Hunters, vai até uma fábrica de robôs, para cuidar dos Mavericks remanescentes.
Após cruzar toda a fábrica e no final vencer um robô gigante, X descobre que o corpo de seu amigo Zero ainda existe – só que dividido em várias partes. Três robôs que se auto proclamam como os “X-Hunters” (Agile, Violen e Serges), foram quem descobriram as partes do corpo de Zero, e as utilizam para fazer com que X seja guiado para as mais complicadas armadilhas. Se X não recuperar o corpo de Zero logo, ele sabe muito bem que seu antes poderoso amigo, pode ser utilizado para propósitos terríveis…
Sobre o game:
Assim como no capítulo anterior da franquia, Mega Man X2 começa com uma pequena fase introdutória. Após isso, o jogo segue a tradição de todos os games que envolvem o nome Mega Man: a possibilidade de se escolher em qual fase jogar. X continua, claro, tendo também a capacidade de ganhar os poderes dos chefões vencidos, e como sempre ocorreu em games da franquia clássica, ele começa novamente do zero, sem possuir nenhum dos poderes especiais obtidos no game anterior.
A única “habilidade” que X traz do Mega Man X original, é a capacidade executar um “dash”, algo que no jogo anterior só era possível após obter uma parte específica de uma armadura cibernética.
E falando na armadura cibernética, em Mega Man X2 há uma outra a disposição de X, que assim como a do game anterior, está dividida em 4 partes (punhos, peito, cabeça e pernas). Cada parte da nova armadura pode ser conseguida em capsúlas que ficam escondidas em determinadas fases, e todas trazem um holograma do falecido Dr. Thomas Light, que mais uma vez explica para X a função de cada uma dessas partes, que possuem habilidades diferentes da armadura vista no game anterior: as pernas permitem que ele possa executar um “dash” no ar; o peitoral além de diminuir os danos causados pelos inimigos, também permite que seja usado o ataque “Giga Crush”; o capacete permite examinar as áreas do jogo na procura de lugares secretos; e os punhos aumentam o poder do X-Buster e também das armas conseguidas ao vencer os chefes do game.
Se no Mega Man X original o último “upgrade” de X era o todo poderoso “hadouken”, aqui temos o “shoryuken” tal qual este golpe é visto quando desferido no games pelo lutador Ken, ou seja, deixando também um rastro de fogo!
O “shoryuken” em Mega Man X2 não chega a ser mortal como o “hadouken” do game anterior, mas causa bastante dano nos chefões, mesmo não sendo capaz de matar todos eles no ato. Infelizmente (ou não) o lendário “shoryuken” só pode ser obtido próximo do final do jogo, mas mesmo assim este golpe se torna muito útil quando o jogador tem que encarar todos os chefões de Mega Man X2 novamente, e também os chefes finais.
Os Heart Tanks, que aumentam o número de pontos de vida; e os Sub-Tanks, que servem para armazenar energia extra; também marcam presença no jogo, e são itens valiosíssimos, pois deixam o jogador em seu poder máximo para poder encarar os chefes finais com mais probabilidades de vencê-los sem passar tanto aperto. No total existem em Mega Man X2 um número de 8 Heart Tanks e 4 Sub-Tanks.
Algo bacana na trama de Mega Man X2 está no fato das partes de Zero que estão em poder dos inimigos, sendo que durante o game é possível recuperar algumas ou mesmo todas as partes do lendário robô vermelho. Isto acaba influenciando em eventos posteriores na trama do jogo, como por exemplo, se X não recuperar nenhuma das partes, ele acaba tendo que encarar o próprio Zero em combate, que estará sob o controle do maléfico Sigma, que sim, também está vivo e novinho em folha.
A batalha contra Zero pode ser considerada como o momento mais épico de todo o jogo, mostrando que apesar da aparente superioridade do robô vermelho, X é sim capaz de vencê-lo, ainda mais se estiver em seu poder máximo e contando também com o golpe “shoryuken”.
Graficamente Mega Man X2 consegue ir um pouco além do que foi mostrado no game anterior da franquia, ou seja, em outras palavras temos um game com cenários de fundo muito bem detalhados e coloridos, e que não são apenas um “plano de fundo” estático, mas que se movimenta juntamente com a progressão do jogador nos estágios, e traz ainda semi transparências mais definidas e até gráficos em 3D, tudo graças ao uso do chip Cx4 no cartucho do game. O design dos personagens e dos cenários continua seguindo o mesmo padrão de qualidade visto no primeiro jogo da franquia X, pois claro, foram novamente criados pelo genial Keiji Inafune; e a animação dos objetos gráficos do jogo está mais do que perfeita!
Em termos sonoros o game também segue o padrão do game anterior: na questão dos efeitos sonoros, o jogador vai reconhecer vários já utilizados no Mega Man X original, o que por um lado é bom, pois de maneira imediata você tem a sensação de estar mesmo jogando uma continuação. E como os efeitos do primeiro jogo são excelentes, nenhum gamer terá do que reclamar do que é ouvido em Mega Man X2.
A trilha sonora ficou a cargo de Yuki Iwai, que também havia trabalhado antes no game anterior da franquia, e mesmo trabalhando sozinho, já que em Mega Man X original ele pôde contar com a colaboração de mais 4 pessoas, o músico fez um ótimo trabalho, trazendo temas eletrizantes para o game, o que ajuda diretamente na emoção que se tem ao jogar este grande jogo.
A jogabilidade de Mega Man X2 continua tão boa quanto a do game anterior, fazendo uso de todos os botões do controle do Super NES, exceto o botão X (seria alguma mensagem subliminar?), tal qual ocorreu no primeiro Mega Man X. Controlar o protagonista pela tela, bem como fazer uso de suas habilidades e poderes é extremamente fácil, assim como o acesso ao prático menu. Todos os comandos podem ser executados sem atrasos, o que garante que a ação no jogo não tenha interrupções desagradáveis.
Em relação a dificuldade, Mega Man X2 segue o nível já visto no game anterior da franquia, ou seja, está longe de ser um game fácil, mas também não chega a ter o mesmo nível de dificuldade insano de alguns games da série clássica. Como já é tradicional na franquia, o jogador tem a possibilidade de escolher a ordem em que os 8 chefões iniciais serão combatidos, o que abre espaço para se montar uma estratégia, pois cada um dos chefões do jogo possuem fraquezas relacionada a alguma arma ou poder que é conseguido com outro. Então seguindo certas ordens de batalhas, o jogador poderá vencer os chefes do game de uma maneira mais fácil.
As fases continuam trazendo obstáculos e armadilhas para o destemido X perder vidas: abismos não faltarão no caminho do herói. Os inimigos menores continuam petulantes, e muitos podem dar boas dores de cabeça ao jogador, como o irritante “Pararoid V-1″, que gruda na cabeça de X e faz com que ele comece a executar movimentos e comandos de forma automática, o que atrapalha, e muito, a vida do jogador. E em algumas fases o jogador terá que encarar, além do chefão final, um mini chefe, que promete ser uma pedra a mais no caminho de X rumo a conclusão de sua missão.
Agora a parte mais complicada do game, naturalmente, é a seção final, onde X tem que encarar os malditos X-Hunters (Agile, Serges e Violen) e depois ainda travar uma batalha com Zero (isso, dependendo das ações que o jogador tomou no decorrer do jogo como já explicado anteriormente), para só depois poder mais uma vez estar frente a frente com o diabólico Sigma. Este grupo de 5 super inimigos, são os mais difíceis de todo o jogo.
Conclusão:
Mega Man X2 serviu para estabelecer de vez uma nova franquia para a Capcom. Foi um game que não quis sair muito do padrão do primeiro, mesmo trazendo algumas poucas e utéis implementações. Juntamente com o game anterior, pode ser considerado como um dos mais divertidos e viciantes games do Super NES, e hoje em dia continua um game tão genial quanto era na época de seu lançamento. Antiquado e datado? Somente um jogador novato que nunca tenho jogado Mega Man X2 possa ter uma opinião deste tipo, pois quem já jogou (várias vezes) este game até o fim, sabe que ele é um daqueles raros casos onde o game parece não envelhecer nunca.