oucos lugares no mundo reúnem almas tão desafortunadas quanto o centro Hanawon, em Seul, de apoio a refugiados da Coreia do Norte.
Entrada melodramática para criar clima
conseguiu atravessar aquele país sem ser mandado de volta à Coreia do Norte pela polícia local e pôde chegar a uma nação não comunista que teve a caridade de enviá-lo para Seul.
Caridade? Isso soa igual a um livro que li onde o Plano marshall de reconstrução da Europa foi colocado como "solidariedade dos EUA". Essa "caridade' aí se liga a interesses governamentais, isso sim.
[left]Para quem acabou de chegar de marte, tudo é novidade.
Sem comentários... francamente ridículo o comentário...
Mas nada se compara ao choque dos norte-coreanos ao visitar Seul, conta Jung Hun Seung, diretor do Hanawon. Em grupo, já que não podem circular sozinhos, eles são apresentados à capital do país ao qual já pertenceram, com seus milhares de carros cruzando as avenidas, as quase três dezenas de pontes que reluzem sobre o Rio Han, os infinitos arranha-céus e shopping centers que exibem nas vitrines coisas que eles nunca viram na vida.
OOOOHHH! Shoping Center!!! Pontes que reluzem sobre o rio Han! OHHHH INFINITOS arranhacéus! OHHHHH... francamente... basta ter estudado um mínimo de análise de discurso para ver como e para que a imagem foi contruída dessa forma, com tons bombásticos e mirabolantes, sempre exultando grandeza, progresso, a imagem de que tudo deu certo... falando sério... isso daí podia aparecer num folheto de turismo ou material de agência de viagem sem ter uma vírgula trocada. Se isso não é sensacionalismo propagandista, eu não sei mais o que é...
[left]Ao olharem os seus iguais andando pelas ruas de patins, de boné, de mãos dadas, escutando nos fones de ouvido as músicas que escolheram escutar, morando nos lugares onde escolheram morar,
Escolheram morar? então por que tem gente morando em favelas e bairros degradados em Seul? escolheram morar lá?
Que péssimo gosto...
Mais uma vez imagem idealizada distorcida e euforizante.
Detalhe para posse de bens de consumo ser colocados como sinônimo de grande sucesso do sistema, de liberdade, felicidade plena e coisas do gênero.
os norte-coreanos enxergam o que poderiam ter sido. “Alguns ficam duas noites sem dormir depois de voltar da excursão”, diz Seung.
Se isso não é tendencioso e propagandista, não sei mais o que é algo tendencioso nem propagandista.
Nas aulas de história e política ministradas em Hanawon, ligado ao ministério da Unificação da Coreia do Sul, novas surpresas aguardam os recém chegados: eles são informados, por exemplo, de que a guerra entre as Coreias começou com uma invasão perpetrada pelo norte — e não o contrário, como aprenderam.
Essa questão é MUITO controversa, e realmente não está bem esclarecida. TODO ponto de vista no que toca a esse assunto é tão impregnado ideologicamente que a parte de pesquisa histórica fica soterrada.O que eu digo é: Nãos e pode entender tal questão sem levar em conta o panorama político da Guerra Fria eo interesse dos EUA em criar enclaves dentro da esfera de influência da URSS (fez o mesmo com a China, no que toca a Taiwan. Logicamente que a URSS não é santa e tinha interesses geopolíticos na área, por ser bem próxima do Japão.
E que a Coreia do Norte não é o “Paraíso dos Trabalhadores” nem “a segunda nação mais feliz do mundo” (a primeira é a China, segundo o governo de Pyongyang), mas, sim, um dos mais miseráveis e atrasados países do planeta. “São informações que provocam nervosismo e desconforto nos alunos”, afirma o diretor Seung. “Mas há algo mais difícil para eles do que absorver informações políticas, que é entender as regras de mercado”, diz.
Isso sem dúvida é o mais importante.
Na Coreia do Norte, bem ou mal, o estado é o provedor, e a sociedade, ao menos em tese, é igualitária. Assim, os norte-coreanos não compreendem porque o fato de eles viverem agora na Coreia do Sul não significa, automaticamente, que terão um emprego, uma casa e um carro, como os sul-coreanos que eles veem em Seul. “Eles acham que estão sendo discriminados. Não têm a menor noção de conceitos como esforço, competição e meritocracia”, diz Seung.
Propaganda pró viés neoliberal. Vê-se que a frase foi construída de forma a colocar tais valores como inquestionavelmente bons, certos e justos- sendo que discussões envolvendo meritocracia mostram que a questão é muito mais profunda e complexa do que os lugares comuns aparentemente axiomáticos que usualmente são usados.
Basicamente... como o poeta Mario quintana falou ""Democracia? É dar, a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, isso depende de cada um." . Enquanto não se tiver um começo igual para todos, em saúde, educação, habirtação, acesso através de transporte público, acesso a cultura, etc, Meritocracia é apenas legitimação de desigualdades.
Quando de fato se tiver o que Mario quintana falou, eu apoio a meritocracia.
Quando, ao final, entendem que o estado não vai cuidar deles para sempre e que é preciso ir à luta para conseguir o que se deseja, deparam — de novo —com as diferenças.
Na presença da antiga tutora, recita sorridente o mantra dos convertidos: diz estar feliz por viver numa sociedade livre, sente-se bem tratada e quer aproveitar todas as oportunidades que o governo sul-coreano lhe oferece.
Isso é tão lavagem cerebral quanto a que acusam a Coréia do norte de fazer. Os dois lados estão errados.
A ditadura norte-coreana é uma das mais cruéis já testemunhadas pela humanidade não só porque condenou milhões de pessoas à ignorância, à fome e à mentira, nem apenas porque mantém 300 000 homens, mulheres e crianças confinados em campos de prisioneiros que fazem o inferno parecer um spa de luxo. A tirania dos Kim é duplamente cruel porque não poupa nem os que conseguem escapar dela. Para eles, o regime reservou outro castigo: o sofrimento de se sentir para sempre uma aberração.
Término melodramático e teatral.. Mais uma vez, o que falam sobre a Coréia do Norte pode não estar errado em sí, mas a construção usada para expôr os argumentos é para mexer com o emocional, não com a razão.
Última edição por Grau Hut em Sex 21 Fev 2014, 20:40, editado 1 vez(es)
Entrada melodramática para criar clima
conseguiu atravessar aquele país sem ser mandado de volta à Coreia do Norte pela polícia local e pôde chegar a uma nação não comunista que teve a caridade de enviá-lo para Seul.
Caridade? Isso soa igual a um livro que li onde o Plano marshall de reconstrução da Europa foi colocado como "solidariedade dos EUA". Essa "caridade' aí se liga a interesses governamentais, isso sim.
[left]Para quem acabou de chegar de marte, tudo é novidade.
Sem comentários... francamente ridículo o comentário...
Mas nada se compara ao choque dos norte-coreanos ao visitar Seul, conta Jung Hun Seung, diretor do Hanawon. Em grupo, já que não podem circular sozinhos, eles são apresentados à capital do país ao qual já pertenceram, com seus milhares de carros cruzando as avenidas, as quase três dezenas de pontes que reluzem sobre o Rio Han, os infinitos arranha-céus e shopping centers que exibem nas vitrines coisas que eles nunca viram na vida.
OOOOHHH! Shoping Center!!! Pontes que reluzem sobre o rio Han! OHHHH INFINITOS arranhacéus! OHHHHH... francamente... basta ter estudado um mínimo de análise de discurso para ver como e para que a imagem foi contruída dessa forma, com tons bombásticos e mirabolantes, sempre exultando grandeza, progresso, a imagem de que tudo deu certo... falando sério... isso daí podia aparecer num folheto de turismo ou material de agência de viagem sem ter uma vírgula trocada. Se isso não é sensacionalismo propagandista, eu não sei mais o que é...
[left]Ao olharem os seus iguais andando pelas ruas de patins, de boné, de mãos dadas, escutando nos fones de ouvido as músicas que escolheram escutar, morando nos lugares onde escolheram morar,
Escolheram morar? então por que tem gente morando em favelas e bairros degradados em Seul? escolheram morar lá?
Que péssimo gosto...
Mais uma vez imagem idealizada distorcida e euforizante.
Detalhe para posse de bens de consumo ser colocados como sinônimo de grande sucesso do sistema, de liberdade, felicidade plena e coisas do gênero.
os norte-coreanos enxergam o que poderiam ter sido. “Alguns ficam duas noites sem dormir depois de voltar da excursão”, diz Seung.
Se isso não é tendencioso e propagandista, não sei mais o que é algo tendencioso nem propagandista.
Nas aulas de história e política ministradas em Hanawon, ligado ao ministério da Unificação da Coreia do Sul, novas surpresas aguardam os recém chegados: eles são informados, por exemplo, de que a guerra entre as Coreias começou com uma invasão perpetrada pelo norte — e não o contrário, como aprenderam.
Essa questão é MUITO controversa, e realmente não está bem esclarecida. TODO ponto de vista no que toca a esse assunto é tão impregnado ideologicamente que a parte de pesquisa histórica fica soterrada.O que eu digo é: Nãos e pode entender tal questão sem levar em conta o panorama político da Guerra Fria eo interesse dos EUA em criar enclaves dentro da esfera de influência da URSS (fez o mesmo com a China, no que toca a Taiwan. Logicamente que a URSS não é santa e tinha interesses geopolíticos na área, por ser bem próxima do Japão.
E que a Coreia do Norte não é o “Paraíso dos Trabalhadores” nem “a segunda nação mais feliz do mundo” (a primeira é a China, segundo o governo de Pyongyang), mas, sim, um dos mais miseráveis e atrasados países do planeta. “São informações que provocam nervosismo e desconforto nos alunos”, afirma o diretor Seung. “Mas há algo mais difícil para eles do que absorver informações políticas, que é entender as regras de mercado”, diz.
Isso sem dúvida é o mais importante.
Na Coreia do Norte, bem ou mal, o estado é o provedor, e a sociedade, ao menos em tese, é igualitária. Assim, os norte-coreanos não compreendem porque o fato de eles viverem agora na Coreia do Sul não significa, automaticamente, que terão um emprego, uma casa e um carro, como os sul-coreanos que eles veem em Seul. “Eles acham que estão sendo discriminados. Não têm a menor noção de conceitos como esforço, competição e meritocracia”, diz Seung.
Propaganda pró viés neoliberal. Vê-se que a frase foi construída de forma a colocar tais valores como inquestionavelmente bons, certos e justos- sendo que discussões envolvendo meritocracia mostram que a questão é muito mais profunda e complexa do que os lugares comuns aparentemente axiomáticos que usualmente são usados.
Basicamente... como o poeta Mario quintana falou ""Democracia? É dar, a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, isso depende de cada um." . Enquanto não se tiver um começo igual para todos, em saúde, educação, habirtação, acesso através de transporte público, acesso a cultura, etc, Meritocracia é apenas legitimação de desigualdades.
Quando de fato se tiver o que Mario quintana falou, eu apoio a meritocracia.
Quando, ao final, entendem que o estado não vai cuidar deles para sempre e que é preciso ir à luta para conseguir o que se deseja, deparam — de novo —com as diferenças.
Na presença da antiga tutora, recita sorridente o mantra dos convertidos: diz estar feliz por viver numa sociedade livre, sente-se bem tratada e quer aproveitar todas as oportunidades que o governo sul-coreano lhe oferece.
Isso é tão lavagem cerebral quanto a que acusam a Coréia do norte de fazer. Os dois lados estão errados.
A ditadura norte-coreana é uma das mais cruéis já testemunhadas pela humanidade não só porque condenou milhões de pessoas à ignorância, à fome e à mentira, nem apenas porque mantém 300 000 homens, mulheres e crianças confinados em campos de prisioneiros que fazem o inferno parecer um spa de luxo. A tirania dos Kim é duplamente cruel porque não poupa nem os que conseguem escapar dela. Para eles, o regime reservou outro castigo: o sofrimento de se sentir para sempre uma aberração.
Término melodramático e teatral.. Mais uma vez, o que falam sobre a Coréia do Norte pode não estar errado em sí, mas a construção usada para expôr os argumentos é para mexer com o emocional, não com a razão.
Última edição por Grau Hut em Sex 21 Fev 2014, 20:40, editado 1 vez(es)